publicado dia 08/07/2022

6 brincadeiras indígenas para divertir crianças e aproximar culturas

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Para as crianças, brincar é coisa séria porque é desse modo que elas se comunicam e aprendem sobre elas mesmas, os outros e o mundo. Por isso, promover brincadeiras indígenas brasileiras pode ser uma forma genuína de aproximar diferentes culturas e apresentar aos pequenos outros jeitos de ser criança no Brasil.

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Por meio dessas brincadeiras indígenas, sejam em casa ou na escola, elas podem conhecer outros materiais, novas formas de se movimentar, de se relacionar com o outro, consigo e com os espaços, como explica o estudo Jogos/brincadeiras indígenas: a memória lúdica de adultos e idosos de dezoito grupos étnicos, feito pelas professoras Beleni Grando e Severiá Idiorié Xavante, da Universidade do Estado de Mato Grosso.

A brincadeira, diz um trecho do documento, permite que a criança crie novas formas de compreender sua realidade sócio-cultural, seu grupo social, a sociedade onde vive, outros povos e outras possibilidades de viver coletivamente“. Em um país onde os direitos das populações indígenas são constantemente infringidos e ameaçados, promover um olhar humano para os povos originários desde cedo é essencial.

Confira algumas brincadeiras indígenas para fazer com as crianças:

Heiné Kuputisü

Popular entre o povo Kalapalo, no Alto Xingu (Pará), essa brincadeira de resistência e equilíbrio desafia os jogadores a atravessarem um trecho demarcado em um pé só. Ganha quem for mais longe sem usar os dois pés — e nada de trocar de perna no meio do caminho!

Tatu

Tatu, como é conhecida a brincadeira entre os Xavante, também é chamada de Arranca Mandioca. Uma criança senta no chão e agarra um tronco ou poste com os dois braços e as outras se seguram às crianças da frente da mesma maneira, enfileiradas. O desafio é que uma das crianças, de pé, tente arrancar todas as mandiocas, isto é, os outros jogadores, de sua posição. Aqui, vale tudo: força, estratégia e até cócegas.

Tobdaé

Conhecido entre os Xavante como tobdaé, essa é a brincadeira com a peteca, palavra de origem Tupi que significa “golpear com as mãos”. Feita com areia, penas, couro ou palha de milho, na brincadeira o desafio é tocar na peteca sem deixá-la cair no chão. Outra variante da diversão é tentar acertar a peteca em outro jogador, que deve deixar a partida se for acertado.

Guaraná

Duas pessoas ou times, de frente um para o outro, devem adivinhar onde está a semente de guaraná, que pode ser substituída por outras sementes, pedras ou bolinhas. Quem estiver com a semente na mão começa dizendo:  – De onde vem? E o diálogo segue assim:

– Do Pará.

– O que trazes pra mim?

– Guaraná

– Então mostre já!

Quem estiver com a semente mostra as mãos fechadas. A outra pessoa precisa adivinhar em qual mão ela está. Se acertar, sai correndo para tentar pegar o dono do Guaraná. Se errar, ele será o perseguido.

Gavião e passarinho

Nesse estilo de pega-pega, as crianças precisam desenhar uma grande árvore no chão com uma quantidade de galhos correspondente ao número de participantes. Cada criança se aninha em um galho como um passarinho e escolhem uma para ser o gavião, que será o pegador.

Os passarinhos devem bater asas, cantar e assobiar para tentar distrair o gavião, que vai tentar pegar todos os passarinhos quando eles estiverem fora de seus ninhos. Ganha quem for pego por último.

Cabas-Maë

Brincadeira típica dos Tikunas, a brincadeira começa com a divisão em dois grupos: roçadores, que devem cuidar da roça, e cabas, os ninhos de marimbondos.

Os cabas formam uma roda sentados, de mãos dadas, representando os ninhos. Eles devem cantar e balançar as mãos para cima e para baixo. Enquanto isso, os roçadores vão se aproximando lentamente, movendo as mãos como se estivessem trabalhando no cultivo de plantações. Eventualmente,  um deles esbarra no ninho e as cabas saem voando com o objetivo de “picar” os roçadores. Todos os roçadores correm para fugir das cabas. Quem for “picado” (pego) fica de fora.

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