publicado dia 30/03/2015

10 filmes para refletir sobre a juventude

Reportagem:

Matéria realizada em parceria com a Cipó – Comunicação Interativa 

“A garantia da vida é emergencial”. É assim que Nilton Lopes, coordenador do Núcleo de Incidência Política da Cipó, instituição ligada à promoção de direitos, de Salvador, entende a principal demanda da juventude. A fala do especialista certamente vem do estudo e observação das diversas comunidades populares em que atua – em conjunto com a instituição – prevendo o empoderamento dos jovens a partir da comunicação. Em seu entendimento, há um gargalo ancorado pelas políticas públicas.

“Embora tenhamos avanços, o Brasil ainda dá pouca importância aos jovens.O orçamento ainda é muito aquém do que se deveria para garantir os direitos deles, e poucos são os espaços intersetoriais para criar articulações fortes no desenvolvimento de políticas”, observa.

Para Nilton, um dos caminhos é promover a maior participação dos jovens, a partir de experiências que os possibilitem serem autônomos e fazerem leituras dos diversos contextos em que estão inseridos, papel ainda bem pouco assumido pelas escolas. “Eles ainda são vistos como pessoas sem conteúdo e não são participados dos processos educativos”, condena ao passo que reforça a urgência de propostas que efetivamente dialoguem com a juventude. “Precisamos de espaços que promovam a experimentação e sobretudo a escuta aproximada”, garante.

Hoje, 30 de março, no Dia Mundial da Juventude, o Centro de Referências em Educação Integral buscou filmes que elencam questões latentes entre os jovens, e que precisam ser consideradas para que não se tornem caras à toda a sociedade.

1.Cidade de Deus

O dia a dia da Cidade de Deus é registrado pelas lentes de Buscapé um jovem que, assim como os demais, cresce em um cenário de violência. Ele faz de seu talento uma maneira de mudar sua realidade e não seguir o caminho da maioria, que acaba por se envolver no tráfico e nas disputas decorrentes. O filme traz algumas problemáticas que recaem sobre a juventude, no caso pelas diferenças sociais, mas também mostra o quanto uma conduta autônoma é capaz de modificar uma história, aparentemente, já conhecida.

2. Fala Tu

A vida de Macarrão, 33 anos, Combatente, 21 anos, e Toghum, 32 anos tem um ponto em comum. O principal sonho desses moradores da zona norte do Rio de Janeiro é conseguir um espaço na cena musical a partir do rap, expressão bem comum nas comunidades. Em diferentes contextos, o documentário evidencia que as lutas dos indivíduos são também demarcadas pelos territórios e pelos movimentos natos a eles.

 


3. Frutos do Brasil – Histórias de mobilização Juvenil

Como será que os jovens se organizam para interceder em suas comunidades? Com o objetivo de responder a essa pergunta e visibilizar a atuação da juventude, o Projeto Frutos do Brasil – Juventude em Debate, abriu uma consulta pública para que os autores de diversas ações pudessem mostrar o seu trabalho. A partir do material, a jornalista Neide Duarte escreveu um livro e produziu o documentário que tem como eixo central a mobilização juvenil em prol do desenvolvimento territorial.

4.Hoje eu quero voltar sozinho

A vida de Leonardo, um jovem com deficiência visual, é o pano de fundo deste documentário, que acompanha o seu percurso na busca por uma vida mais autônoma no que diz respeito à socialização e ao seu percurso escolar. A questão, ainda cheia de desafios, é colocada ao lado de outra tão importante para a juventude, a sexualidade. Com o passar do tempo, o garoto se vê atraído por Gabriel, um aluno recém chegado à cidade e à escola.

5. Meninas

A partir de relatos de meninas que engravidaram ainda na adolescência, o documentário evidencia as mudanças e até impasses decorrentes de uma mistura de infância, adolescência e vida adulta. A produção acompanha a vida de três adolescentes durante a gestação, e evidencia a necessidade da sexualidade ser discutida nos ambientes de formação de crianças e adolescentes.

6. Diz aí

O enfrentamento ao extermínio da juventude negra é a principal temática do documentário. A partir da questão, “O problema do Brasil é social ou racial?”, a produção convida jovens a falarem sobre suas experiências e opinarem sobre quais seriam as ações cabíveis para combater a  violência e contribuir com a diminuição das altas taxas de homicídio que vitimizam os jovens brasileiros, sobretudo, os negros.

7. Raça

Dirigido e produzido por Joel Zito Araújo e Megan Mylan, o documentário capta a história de três pessoas na batalha pela igualdade racial no Brasil, país que se orgulha de ser exemplo de democracia racial. Entre os ativistas escolhidos está o senador Paulo Paim, na luta para aprovar o “Estatuto da Igualdade Racial”, projeto original que demorou quase uma década para ser aprovado. Miúda dos Santos – neta de africanos escravizados e ativista quilombola –, e o cantor Netinho de Paula, são os outros dois personagens escolhidos.


8.Vista minha pele

A partir de uma paródia da realidade brasileira, o documentário parte para problematizar as questões do racismo e preconceito. Na história, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Maria, uma garota branca e pobre que estuda em um colégio particular no qual sua mãe é faxineira, convive com algumas atitudes hostis por sua cor e condição social; a garota tem que passar por alguns enfrentamentos quando decide concorrer ao concurso de Miss Festa Junina de sua escola.

9. Jornadas e juventudes Rurais

Como as dinâmicas e relações próprias da juventude se estabelecem no contexto rural? A série aborda os dilemas vivenciados por esses jovens na busca de seus direitos por educação, cultura e como o território e a cultura própria dele é determinante na construção da identidade desses indivíduos.

10. Elefante

Uma escola secundária de Portland, costa oeste dos Estados Unidos, é marcada por um episódio de violência no qual dois alunos abrem fogo contra a unidade e demais estudantes. Inspirado no Massacre de Columbine, ocorrido em 1999 nos Estados Unidos, o filme convida ao repensar das práticas escolares e, sobretudo, chama a atenção para a necessidade das escolas olharem para a conduta de seus alunos, no caso do filme, bastante marcada pelo bullying e atos de perseguição. O filme foi vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em 2003.

 

 

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