publicado dia 05/09/2015
Corte no orçamento da educação em 2016 será superior ao deste ano
Reportagem: Caio Zinet
publicado dia 05/09/2015
Reportagem: Caio Zinet
O ministro da educação Renato Janine Ribeiro confirmou que o orçamento da Educação terá cortes ainda maiores em 2016 do que em 2015. “Todos sabem que houve um corte de R$ 9,4 bilhões na educação (em 2015). No ano que vem nos infelizmente estamos contando com um corte maior”, afirmou.
O ministro evitou fazer críticas ao ajuste fiscal e disse que o Brasil vive um momento de crise econômica e que todos os ministérios têm que fazer a sua parte para colaborar com a redução de custos.
Segundo Janine, o Ministério da Educação (MEC) focará sua atenção em projetos baratos e em soluções de baixo custo. “Em um ambiente de crise, estamos procurando gestar o máximo de soluções efetivas e eficazes com pouco custo”, afirmou.
Ele citou como exemplo, o programa do MEC que apoiava a construção de novas creches e que deve ser radicalmente modificado. Ao invés da financiar a construção de novos prédios, o governo federal irá incentivar a ampliação de salas em espaços já existentes.
Saiba + Cortes no MEC ameaçam meta de universalização do ensino infantil
Ministro da educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que foco dos próximos anos será em programas baratos
“Estamos concebendo um projeto no qual a construção de creches seja de uma sala adicional e não necessariamente de um prédio adicional, ou seja, uma sala a mais numa escola já existente porque fica um programa mais barato”, afirmou o ministro.
Os cortes, inclusive, já ameaçam o cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Do total de cortes de R$ 9,4 bilhões, R$ 3,4 bilhões seriam destinados para a construção de novas creches e quadras esportivas.
Na época do anúncio, o secretário de comunicação da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, afirmou que o corte ameaça o cumprimento da meta 1 do PNE que prevê a universalização da educação infantil em 2016.
“Se o MEC deixa de investir nessas construções [de unidades do ensino infantil], se deixa de investir no apoio a ações de educação no tempo integral; isso onera ainda mais os municípios e vai comprometer a própria execução do PNE no que tange as suas metas e no caso da pré-escola não é nem o plano, é a própria Constituição”, afirmou ele ao Centro de Referências em Educação Integral.
Cortes
Alguns programas estão sofrendo mais com esses cortes. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, uma das principais vitrines do governo federal, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) terá o número de vagas reduzido em 50%.
A meta do governo era matricular 12 milhões de novos postos até 2018, mas a só 6,3 milhões serão oferecidos. Essa redução na meta já foi sentida este ano.
Um total de 1,3 milhão de pessoas se matriculou no programa em 2015, ante 3 milhões de matriculados no ano passado. O governo cortou R$ 362,8 milhões de um total de R$ 4 bilhões previstos no orçamento aprovado pelo Congresso Nacional.
Outro programa importante do governo federal, o Ciências sem Fronteiras corre risco de não abrir novas inscrições para 2016 porque os recursos para o programa serão congelados em R$ 2,1 bilhões, o que é suficiente somente para garantir a manutenção dos alunos que já estão estudando no exterior.