Como planejar trabalhos em grupo que sejam de fato colaborativos
Publicado dia 06/02/2018
Publicado dia 06/02/2018
As pesquisas corroboram o que provavelmente já sabíamos sobre a colaboração entre os estudantes: é parte integrante da aprendizagem. Sabemos que a colaboração ajuda os alunos a desenvolver suas habilidades interpessoais, sociais e emocionais. Sabemos também que os alunos não aprendem fatos no vácuo e que o aprendizado socializado os ajuda a construir uma compreensão mais significativa do mundo.
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Todos parecem defender a colaboração. Mas basta pedir um trabalho em grupo e … a conversa muda de tom. Apesar do trabalho em grupo ser um dos tipos mais comuns de colaboração estudantil, é também complicado e desordenado, e nunca funciona tão bem quanto gostaríamos.
Texto originalmente publicado por Jeff Knutson, no site Edutopia, da rede de parceiros de conteúdo do Centro de Referências.
Alguns estudantes sentem que estão fazendo a maior parte do trabalho. Outros se sentem excluídos. A motivação diminui. As atribuições ficam juntas e ninguém sente possuir uma propriedade real do trabalho.
Ou pior ainda: ninguém sente um forte senso de propriedade da aprendizagem que deveria estar acontecendo.
O trabalho em grupo colaborativo é complexo e desordenado por natureza – é esperado que seja assim. Trabalhar com essa complexidade é parte do que queremos que os alunos experimentem. Mas se realmente queremos promover e modelar a colaboração positiva, vale a pena analisar de novo como estruturamos e atribuímos trabalho em grupo aos nossos alunos.
Se você estiver planejando uma atividade, uma lição que envolva um trabalho em grupo, aqui estão algumas ideias a serem consideradas:
As tarefas podem ser divididas em partes significativas e equitativas? Antes de mais nada, decida exatamente o que deseja que os alunos aprendam com a proposta didática e certifique-se de que esta é adequada para a colaboração grupal. Se o trabalho não for passível de ser facilmente (e equitativamente) dividido, talvez valha a pena considerar um caminho diferente.
O trabalho em grupo efetivo requer muitos degraus. Não espere que os alunos saibam como dividi-lo por conta própria. Trabalhar junto para decompor e delegar responsabilidades é uma das tarefas mais desafiadoras para qualquer grupo, mesmo para adultos. Descrever as tarefas antes do cronograma de entrega para os estudantes auxilia este processo. Ao longo do tempo, considere transferir uma parte dessa responsabilidade para eles.
Certifique-se também de que a distribuição do trabalho – quais são os papéis e responsabilidades de cada aluno – é muito clara para todos. Faça o seu melhor para criar tarefas que são interdependentes – o tipo que exige que as crianças trabalhem de forma independente e em conjunto.
Os papéis tradicionais do trabalho em grupo (cronometrista ou tomador de notas) tendem a ser “administrativos”. Embora essa divisão seja bem intencionada, os papéis não servem diretamente aos nossos objetivos de aprendizagem e ficam aquém de apoiar a verdadeira colaboração.
E se estruturássemos os papéis de forma diferente? Quando os alunos compartilham a propriedade do que estão aprendendo, todos podem ter múltiplos papéis a desempenhar: uma tarefa a ser realizada individualmente; um papel que seja de apoio a um par; além da responsabilidade de avaliar tanto a si como a outra pessoa de seu grupo. A interdependência é a chave.
O trabalho em grupo pode ser difícil de coordenar. Mas também é uma ótima oportunidade para praticar habilidades de comunicação e colaboração. Ferramentas visuais de brainstorming, como os mapas mentais, podem ajudar os alunos a se organizarem e compartilharem suas ideias.
Usar uma ferramenta digital pode ser de grande ajuda. As três ferramentas online abaixo servem especificamente para o brainstorming em grupo. As crianças podem adicionar textos, vídeos e imagens a qualquer momento (remotamente ou durante a aula). E, ao organizar o trabalho grupal visualmente, os alunos desenvolverão valiosas habilidades de apresentação enquanto trabalham criativamente como parte de sua equipe.
Mural: projetado para múltiplos usuários compartilharem ideias, o Mural permite que as crianças trabalhem juntas em projetos em sala de aula ou remotamente. Os alunos podem visualizar seus quadros crescerem à medida que os membros do grupo adicionam textos, vídeos e imagens. Além disso, eles podem mover e revisar itens durante o processo de brainstorming como se estivessem movendo post-its.
MindMeister: ótimo para crianças mais velhas, este site de mapeamento mental possui uma interface simples com ampla funcionalidade de compartilhamento. Os alunos podem navegar através de modelos prontos ou criar seu próprio mapa, escolhendo um tema principal e criando os pontos de referência com notas, imagens, anexos e links. Bônus: qualquer ponto de referência pode conter atribuições de equipe, datas de vencimento e lembretes de e-mail, para que os grupos possam visualizar e organizar facilmente suas responsabilidades interdependentes.
Stormboard: os alunos criam e adicionam “adesivos” a um quadro virtual onde os membros do grupo (ou uma classe inteira) podem comentar e votar. Esses adesivos podem ser um texto, uma imagem ou um vídeo, e os usuários podem modificar as cores e reorganizá-los no quadro para visualizar suas ideias mais facilmente à medida que fazem um brainstorm.
* Tradução de Thais Paiva
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