Como financiar um programa de educação integral?
Publicado dia 27/08/2013
Publicado dia 27/08/2013
Provavelmente, a maior das discussões da gestão pública se dá em torno do financiamento de programas de educação integral. Necessariamente ao se expandir o tempo de permanência dos estudantes na escola, há maior necessidade de recursos – especialmente no que tange a contratação de professores, educadores e funcionários, espaços para alimentação, higiene e mesmo para algumas atividades.
Embora efetivamente seja um desafio para os gestores públicos, o financiamento de programas em Educação Integral pode deixar de ser o principal impedimento se o programa atentar para dois eixos fundamentais: a articulação intersetorial de secretarias, políticas e programas e o estreitamento da relação entre escola e comunidade.
Entre os programas existentes atualmente, o Mais Educação prevê um percentual extra de recursos por escola para auxiliar na sua implementação e há esforço para aumentar o orçamento da educação tanto no nível federal, quanto em muitos estados e municípios do país.
Nessa perspectiva, a primeira ação a ser feita na implementação ou do Mais Educação ou de um programa de educação integral do município ou do estado é um grande mapeamento das oportunidades de financiamento para educação e temas correlatos na cidade.
É fundamental, pensando na intersetorialidade das ações, mapear as políticas e programas de Assistência Social, Saúde, Cultura e se possível, de Transportes, Meio Ambiente, entre outros, que possam ser articulados e constituir o Programa de Educação Integral local. O Governo Federal, por exemplo, têm inúmeros programas que podem ser acessados de acordo com critérios (tamanho do município, predominância de populações em vulnerabilidade, etc) e que podem ser conectados e aproveitados em um programa de Educação Integral.
Recursos que apoiam o financiamento do programa de educação integral
Um exemplo é o programa Escola Que Protege, dedicado a apoiar ações por meio de formação de professores para a promoção dos direitos humanos na escola e combate e prevenção das violências no contexto escolar. Outro programa fundamental é o Escola Aberta, que incentiva a escola para funcionar aos finais de semana para receber as comunidades em atividades lúdicas, educativas e esportivas. Há também o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) que apoia o trabalho pedagógico dos professores, distribuindo livros a serem escolhidos pelas próprias escolas, de acordo com os projetos por elas desenvolvidos.
Nessa mesma perspectiva, um programa integrado também prevê a articulação com o território como uma tarefa intrínseca ao cotidiano da escola. Essa articulação, se bem gerenciada e organizada, contribui para diminuir os custos com espaços e materiais. Como exemplo, um Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) pode se tornar uma sala para atividades, o salão de uma Igreja ou de um centro comunitário pode ser um espaço de atividades ou mesmo um refeitório.
No desenho e concepção do Mais Educação, essa articulação é fortalecida em linhas orçamentárias que viabilizam o apoio da comunidade, como indicado no instrumental do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Dessa forma, as normativas do programa devem permitir e incentivar as escolas a fazerem essas pontes com a comunidade onde se inserem. No espaço da Secretaria é preciso alocar uma equipe capaz de apoiar a escola nessa gestão de parceiros e na busca de possíveis oportunidades educativas.
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