publicado dia 10/08/2021

Formação leitora e escritora na pandemia: conheça duas boas práticas

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Selo Reviravolta da EscolaPromover a formação leitora e escritora dos estudantes remotamente foi um dos maiores desafios enfrentado pelos educadores durante a pandemia. Sem acesso direto às crianças e aos vários materiais e recursos que apoiam essa aprendizagem, fica mais difícil desenvolver as atividades e engajar os estudantes. Mas isso não impediu que vários professores, quando apoiados por seus colegas e gestores, criassem práticas pedagógicas potentes.

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Uma dessas educadoras é Janine Nascimento, que leciona para o 1º ano do Ensino Fundamental na Escola Municipal Professor José Alan Ribeiro Paz, em Camaçari (BA). Trabalhando com as crianças somente por imagens, áudios e vídeos trocados pelo WhatsApp, ela desenvolveu uma série de atividades lúdicas que favoreceram a aprendizagem da turma.

Uma delas consiste em pedir para que as crianças procurem em casa objetos que comecem com a mesma letra de seus nomes e gravem um pequeno vídeo compartilhando com os colegas os achados. Depois, escrevem uma lista com os nomes desses objetos.

Outra proposta realizada foi o Projeto Identidade. A professora trabalhou com os estudantes o conceito das rimas e compartilhou com a turma a contação do livro “Enquanto Fico em Casa”, de Jane Prado. Em seguida, as crianças foram desafiadas a criarem suas próprias rimas, com o auxílio da família, sobre suas atividades favoritas, acompanhadas de uma ilustração. Elas não sabiam a surpresa que as aguardava. 

“A história de hoje é sobre os alunos do 1º ano”, dizia o vídeo gravado pela professora e enviado às crianças, contando e mostrando para toda a turma as suas produções. “Elas mandaram áudios falando que a nossa história é linda, ficaram muito emocionadas. Não pude ver o brilho nos olhos delas, mas tenho certeza de que ficaram muito felizes de terem seus desenhos e letras ali, valorizados. Isso é muito importante porque o professor precisa esperançar no aluno e mostrar que ele é capaz, que é protagonista”, conta a professora Janine.

Mas o trabalho com a formação leitora e escritora dos estudantes não deve se restringir apenas à alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e sim fazer parte de toda a trajetória escolar. Em Campinas (SP), a educadora Cláudia Ortolan, que leciona para o 5o ano na E.E. Professor Paulo José Octaviano, trabalha nesse sentido. Ela desenvolveu um projeto para incentivar o gosto pela leitura e escrita nas crianças a partir de contação de histórias. “A formação leitora e escritora é fundamental para se constituir como cidadão autônomo, e são habilidades que precisam ser aprendidas de forma contextualizada”, diz. 

Ao longo da pandemia, a turma fez leituras em voz alta que eram compartilhadas pelo WhatsApp e em um grupo fechado no Facebook. Foram contos, lendas e o livro “A Ilha Perdida”, de Maria José Dupré. A professora mandava uma foto da página da obra e os estudantes se dividiam para decidir quem faria a leitura da semana. Depois, gravavam em áudio ou vídeo e compartilhavam nos grupos. Em particular para cada estudante, a professora fazia uma devolutiva de como estava a leitura e o que poderia ser aprimorado. 

Outra parte importante dessa prática eram as rodas de conversa feitas pelo bate-papo do Facebook, sempre antes de iniciar as atividades. Lá, conversavam sobre como tinha sido a semana, quais eram as novidades e como estavam se sentindo, como se estivessem em sala de aula presencial.  

“É um quebra-gelo, uma aproximação que ajuda a não escolarizar a leitura e a criar um momento de trocas, não apenas de ler as histórias para os colegas e ouvi-los, mas também de trazer as suas próprias narrativas, seus sentimentos e angústias. Percebo que eles estão se sentindo um pouco menos solitários do que antes, porque fez diferença no fortalecimento dos vínculos”, diz Cláudia. 

O que é a #Reviravolta da Escola?

Realizado pelo Centro de Referências em Educação Integral, em parceria com diversas instituições, a campanha #Reviravolta da Escola articula ações que buscam discutir as aprendizagens vividas em 2020, assim como os caminhos possíveis para se recriar a escola necessária para o mundo pós-pandemia.

Leia os demais conteúdos no site especial da #Reviravolta da Escola.

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