De acordo com a publicação “Juventude e Adolescência no Brasil – referências conceituais”, da ONG Ação Educativa, a definição de juventude possui diferentes vertentes, indo desde de uma faixa etária, um período da vida ou uma categoria social. Mesmo com tantas explicações acerca de um termo, pode-se dizer que a juventude representa o período da vida que se dá entre a infância e a maturidade.
Desse modo, mesmo a idade sendo uma das variantes na denominação de juventude, não pode ser a única, já que pode existir diferentes recortes etários e formas de vivenciar essa etapa.
A publicação aponta ainda que essa fase pode ser genericamente apontada como aquela na qual ocorrem diversas transformações fisiológicas, como a capacidade de reprodução. Sociologicamente, o prazo da juventude pode também ser apontado como aquele no qual o indivíduo adquire novas responsabilidades, ao sair da casa dos pais ou se casar.
Estatuto da Juventude
Em agosto de 2013, a presidenta Dilma Rousseff aprovou o Estatuto da Juventude, que aponta os direitos e políticas públicas da juventude brasileira. No Estatuto, são considerados jovens os indivíduos entre 15 e 29 anos.
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Mas na sociedade pós-moderna esse período não possui um tempo fixo, podendo-se alongar ou até mesmo ser mais curto, devido às circunstâncias de cada sujeito e o contexto no qual vive. Além disso, apenas esses elementos não representam também o fim da juventude, uma vez que essas transformações ocorrem de formas distintas.
Para Oscar Dávila León, no artigo “Adolescência e juventude: das noções e abordagens“, da publicação da Ação Educativa, com o fortalecimento do debate acerca da adolescência e juventude, surge também a necessidade de pluralizar os termos para se referir a tais coletivos sociais, referindo-se a essas fases como “adolescências” e/ou “juventudes”, o que mostra de forma mais consistente a heterogeinidade que ocorre nesta fase, pois como dito acima, esse período ocorre de forma diferente para cada um – que vai depender do cotidiano, local onde o sujeito vive e circunstâncias da vida, classes sociais e contextos sócio-culturais.
O autor aponta que jovens que vivem em diferentes ambientes irão se manifestar de maneiras distintas. Uma pessoa jovem do campo pode não ter a mesma significação de juventude do que um jovem da cidade, por exemplo. Por essa razão é que não se deve reduzir a juventude a apenas um conceito ou idade.
Adolescência x Juventude
Geralmente, quando psicólogos vão se referir a essa fase entre a infância e a maturidade, chamam-na de adolescência. Já os historiadores, demográficos e sociólogos a definem como juventude.
Entre as políticas públicas, o termo adolescência também ganhou mais peso, já que entrou na agenda dos direitos humanos, a partir das discussões dos direitos da criança e do adolescente. O Estatuto da Criança e do Adolescente foi resultado da reivindicação realizada em prol dessas fases da vida. No ECA, a adolescência se dá dos 12 aos 18 anos, período no qual se alcança a maturidade legal.
A partir dos anos 90, notou-se a necessidade de também definir o período que ia além dos 18 anos, já que dadas as circunstâncias de cada local, mesmo o indivíduo alcançando a maioridade legal, as oportunidades do mundo do trabalho, por exemplo, não eram semelhantes para todos. Assim, as políticas públicas pensadas para a adolescência já não davam conta das necessidades desse grupo.
Dados do Censo de 2010 apontam para 8739,04 jovens na faixa etária de 18 a 29 anos
De acordo com Morch, a juventude pode ser concebida como uma categoria etária ou etapa de amadurecimento (áreas sexual, afetiva, social, intelectual e físico-motora). Segundo Dávila Léon, há uma divisão divisão convencional, que aponta a adolescência como a primeira etapa da juventude, ocorrendo dos 12 aos 18 anos; a juventude entre os 15 e 29 anos, sendo esta última separada em três faixas etárias: 15 a 19, 20 a 24 e 25 a 29 anos. Em alguns países, porém, a idade que encerra a a juventude pode chegar até 35 anos.
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Material: juventude e ensino médio