publicado dia 08/10/2025

Seminário Educação Integral em Debate destaca o papel das redes na implementação das políticas

Reportagem: | Edição: Tory Helena

🗒 Resumo: Mesa de encerramento do Seminário Educação Integral em Debate 2025 debateu as condições que as Secretarias de Educação precisam ofertar às escolas para fazer a Educação Integral acontecer.

As redes e Secretarias de Educação possuem papel fundamental para fazer com que as políticas de Educação Integral e de Tempo Integral cheguem até a ponta.

Por exemplo: para que as professoras tenham condições de planejar atividades no território e em conjunto com outras áreas do conhecimento – como pede a Educação Integral – é fundamental que a gestão pública educacional ofereça as condições necessárias.

Para investigar como trabalham as redes educacionais para implementar a Educação Integral, o Seminário Educação Integral em Debate 2025 ouviu duas experiências durante a mesa “Condições para a efetivação da Educação Integral: o papel das redes de Educação”, que aconteceu na manhã desta quarta-feira, 8 de outubro.

Organizada pelo Centro de Referências em Educação Integral, a 4ª edição do evento é gratuita e conta com transmissão online.

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A mesa contou com a participação de Ana Vitória, Dirigente Municipal de Educação de Santa Inês (BA), e Nájila Lopes, Coordenadora de Educação Integral da Bahia. A mediação foi feita por Beatriz Cortese, Diretora Executiva do Cenpec.

No primeiro dia, o Seminário abordou o novo Plano Nacional de Educação (PNE) e as perspectivas para a Educação Integral na próxima década, e caminhos para integrar o currículo e aproximar a comunidade. Hoje, as discussões também se voltaram aos Territórios Educativos.

Assista ao segundo dia do Seminário Educação Integral em Debate:

A Educação Integral em Santa Inês (BA)

Santa Inês (BA) é um município pequeno de 10 mil habitantes que alcançou um grande feito. Entre 2023 e 2025, a rede implementou a Educação Integral em Tempo Integral para todos os seus 2.340 estudantes e 9 escolas, por 40 horas semanais, na cidade e no campo.

“Qual transformação a Educação almeja? Porque o futuro que a gente quer depende do estudamos e formamos no presente”, questionou Ana Vitória.

Para começar o processo, a formação das equipes com o objetivo de pensar a concepção de Educação que seria adotada pela rede foi indispensável.

“Estudamos Educação Integral, pedagogia crítica, Educação para a classe trabalhadora e como formar os estudantes para a cidadania”, contou Ana Vitória, Dirigente Municipal de Educação de Santa Inês (BA).

“Qual transformação a Educação almeja? Porque o futuro que a gente quer depende do estudamos e formamos no presente. Isso muda nossa compreensão de Educação e de escola”, complementou a Secretária sobre o que norteou os estudos da rede, que também encontrou amparo nas legislações do Plano Nacional de Educação e do Programa Escola em Tempo Integral para formular sua política municipal.

Ana afirmou ser indispensável que a rede oferte subsídios materiais e formação continuada para os professores e todas as pessoas que atuam na escola. “A Educação Integral exige um profissional muito diferente do que propõe a formação inicial e para isso fomos buscar parcerias com universidades e outras organizações”, relatou.

A atuação intersetorial também permite que a política se sustente no município. “Nós ofertamos quatro refeições por dia, as crianças voltam para casa alimentadas, e contamos com o que é produzido na agricultura familiar do município, e adaptamos nosso cardápio ao que é produzido aqui”, disse Ana.

A proposta da rede estadual da Bahia

A rede estadual da Bahia cumpriu a meta de seu Plano Estadual de Educação e alcançou a oferta de Educação Integral em tempo integral a mais de 62% da rede. O trabalho teve início em 2014, com 59 unidades. Hoje são 650.

“Só fazemos Educação Integral porque temos articulação com outras Secretarias”, disse Nájila Lopes.

“Não tenho uma experiência única de Educação Integral em todo o território da Bahia. Temos várias experiências que compõem um leque de identidades da política de Educação Integral. É assim que a política faz sentido, contextualizada a cada território”, afirmou Nájila Lopes, Coordenadora de Educação Integral da Bahia.

Políticas estaduais e nacionais foram essenciais para dar condições de acesso, permanência e aprendizagem aos estudantes, disse Nájila, citando o exemplo do Programa Baiano de Educação Integral Anísio Teixeira, que serviu de orientação sobre o papel do professor, a integralização do currículo e a importância da segurança alimentar, garantia de transporte e do conforto de estar na escola.

“Nós trabalhamos em toda a rede as concepções de territorialidade e multiculturalismo, identidade e pertencimento, Educação Ambiental, sustentabilidade e desenvolvimento social […] e uma interlocução com o Ensino Superior para pensar a política continuada de formação e o papel das universidades em receber estudantes egressos da Educação Integral”, disse Nájila.

A Secretaria também fomenta várias iniciativas e programas por toda a rede de ciências, artes e cultura, esportes, em articulação com outras secretarias. “Só fazemos Educação Integral porque temos articulação com outras Secretarias, como a Secretaria de Políticas para Mulheres, de Igualdade Racial, entre outras”, constatou.

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