publicado dia 07/02/2023
Censo Escolar inicia a segunda etapa: saiba como aproveitar os dados para o trabalho intersetorial
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 07/02/2023
Reportagem: Ingrid Matuoka
Gestores escolares de todo o Brasil têm até 17 de março para declarar, no Sistema Educacenso, a Situação do Aluno, a segunda etapa do Censo Escolar da Educação Básica 2023. Realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a coleta de dados pode ser aproveitada pelas Secretarias de Educação para compreender melhor as dinâmicas do território.
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O objetivo desta fase é colher informações do final do ano letivo de 2022 sobre o rendimento dos estudantes. Isto é, se foram aprovados ou não, bem como dados sobre movimento, que englobam as seguintes situações: transferido, deixou de frequentar ou falecido. Para tanto, é necessário que a primeira etapa do Censo, Matrícula Inicial, tenha sido declarada.
O Inep divulgará os resultados preliminares da segunda etapa no dia 4 de abril, no Sistema Educacenso. Os dados finais do Censo Escolar 2022 serão publicados em 19 de maio.
Os dados do Censo Escolar embasam o repasse de recursos do governo federal e o planejamento e a divulgação de dados das avaliações educacionais realizadas pelo Inep, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb).
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Além disso, a principal pesquisa estatística da educação básica no Brasil traz um panorama da situação educacional do Brasil e permite acompanhar a efetividade das políticas públicas.
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Os dados do Censo Escolar também podem ser aproveitados pelas Secretarias de Educação dos Estados e municípios para analisar demandas específicas do território e das unidades escolares. É possível, por exemplo, identificar quais bairros ou regiões possuem taxas mais elevadas de abandono e comparar com os locais onde elas são mais baixas.
“Essas análises podem contribuir para planejar ações no âmbito da política pública, porque pode haver ali uma dinâmica territorial, de várias escolas, com questões que não são ligadas apenas à Educação, mas também ao Transporte, Moradia, Saúde. Assim é possível subsidiar políticas intersetoriais entre diferentes áreas do poder público para garantir o direito à educação”, explica Dalcio Marinho Gonçalves, demógrafo e consultor do projeto Territórios em Rede da Associação Cidade Escola Aprendiz.
O especialista também afirma que educadores e gestores escolares já costumam ter uma percepção dos problemas que impactam a sua escola, seus estudantes e familiares, mas com os dados do Censo Escolar poderão aprofundar as análises.
“Qual é a idade, a raça, o gênero desses estudantes que estão sendo mais impactados por uma determinada questão? Conhecer esses detalhes permite um planejamento mais preciso para enfrentar as questões a partir da própria escola e, em nível de rede escolar, para compreender a realidade territorial e atuar intersetorialmente”, reforça.