publicado dia 21/02/2018

6 mulheres cientistas para estudar em sala de aula

Reportagem:

Elas protagonizaram grandes avanços na ciência, apesar do machismo que tentou afastá-las de suas áreas de interesse ou silenciar suas contribuições para a sociedade. Estas cientistas foram pioneiras em estudos sobre computação, astronomia, radiação, mas pouco ou nada se fala sobre elas nas escolas.

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Mais nomes podem ser encontrados no livro As cientistas – 50 mulheres que mudaram o mundo (Ed. Blucher, 2017), de Rachel Ignotofsky. A obra perfila mulheres que contribuíram para ciência, desde o mundo antigo até o contemporâneo.

Sabendo da importância de lutar contra a invisibilidade da contribuição histórica das mulheres para a promoção da igualdade de gênero, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou seis cientistas de diferentes áreas de atuação que podem adentrar as salas de aula brasileiras para um ensino mais diversificado e integral. Confira:

Hipátia de Alexandria (350 d.C-415 d.C)

Em uma época onde o repertório cultural e intelectual estavam circunscritos ao gênero masculino, Hipátia enveredou notavelmente por diversas ciências, graças à influência de seu pai, o filósofo Theon de Alexandria, que lhe proporcionou uma criação liberal. Matemática e chefe da escola platônica em Alexandria, um dos maiores centros do saber da Antiguidade, Hipátia era conhecida como “a mulher sábia do Egito”. Também lecionou filosofia e astronomia, deixando importantes descobertas nestas disciplinas. Foi brutalmente assassinada por um grupo de fervorosos cristãos devido suas crenças tidas como “pagãs”.

Ada Lovelace (1815-1852)

A matemática inglesa Ada Lovelace

Ada Lovelace é considerada a primeira programadora da história

Crédito: Reprodução

Considerada a primeira programadora do mundo, a matemática inglesa Ada Lovelace escreveu o primeiro algoritmo a ser processado pela chamada máquina analítica criada por Charles Babbage, hoje considerada o primeiro modelo de computador da história. Além disso, enquanto todos os matemáticos da época focavam tão somente na capacidade dos computadores de processarem números, Ada deixou inúmeras reflexões sobre como a tecnologia poderia ser uma ferramenta de colaboração para indivíduos e sociedade. Outra curiosidade é que Ada era filha do poeta romântico Lord Byron.

Marie Curie (1867-1934)

“A vida não é fácil para nenhum de nós. Mas e daí? Devemos ter perseverança e, acima de tudo, confiança em nós mesmos. Devemos acreditar que somos talentosos para algo, e que isso, a qualquer custo, deve ser alcançado”. As palavras de Marie Curie talvez resumam como conseguiu sobreviver e se destacar em segmentos tão hostis às mulheres. Primeira mulher a receber um Prêmio Nobel, em 1903, na área de Física, ela o recebeu novamente em 1911, em Química, ambos pelo seu trabalho e descobertas sobre radiação que incluem a teoria da radioatividade, técnicas para isolar isótopos radioativos e a descoberta de dois elementos: polônio e rádio. Marie Curie foi também a primeira mulher a ser admitida como professora na Universidade de Paris.

Cecilia Payne-Gaposchkin (1900-1979)

Astrônoma e astrofísica, Cecilia dedicou sua vida ao estudo das estrelas e foi responsável, entre outras coisas, por mostrar que o Sol é composto primariamente de hidrogênio. Nascida na Inglaterra, completou seus estudos na Universidade de Cambridge, mas saiu sem diploma já que o certificado só passou a ser conferido pela instituição à mulheres após 1948. Diante das pífias chances de trabalhar com astronomia no país, mudou-se para os Estados Unidos, onde tornou-se a primeira mulher a ser professora associada em Harvard e, posteriormente, a comandar um departamento, o de Astronomia.

Nise da Silveira (1905- 1999)

Nise de Silveira

Nise da Silveira promoveu uma verdadeira revolução psiquiátrica no País.

Crédito: Facebook/ Ocupação Itaú Cultural

Psiquiatra alagoana, Nise revolucionou o tratamento de doentes psiquiátricos no País, que eram massivamente submetidos a procedimentos de extrema violência como eletrochoques, insulinoterapia e lobotomia. Ao aproximar a medicina de campos como a filosofia e a arte, Nise pavimentou uma terapia psiquiátrica baseada no afeto e no respeito ao outro. Em 1952, fundou o Museu de Imagens do Inconsciente (MII) a fim de socializar suas pesquisas sobre os casos clínicos com os quais se deparou. Nise manteve uma extensa e frutífera correspondência com o psiquiatra Carl Jung por meio da qual teceram comentários, sobretudo, a respeito dos significados de mandalas pintadas por esquizofrênicos.

Vera Rubin (1928-2016)

Suas descobertas sobre curvas de rotação de galáxias espirais são consideradas uma das principais evidências da existência de matéria escura. Como tantas mulheres cientistas, Vera viu muitas de suas descobertas serem desacreditadas como a que dizia que as galáxias se aglomeravam, ao invés de se distribuírem aleatoriamente no universo. Vera contava que, quando menina, sua cama ficava bem ao lado de uma janela e que, ao invés de dormir, ela costumava passar as noites acordada olhando as estrelas. A astrofísica norte-americana faleceu recentemente, em 2016, aos 88 anos. Entre as frases mais emblemáticas deixadas por ela, está: “A ciência progride melhor quando as observações nos forçam a alterar nossos preconceitos.”

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