publicado dia 05/01/2015

Os princípios da educação integral em práticas educativas

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Pensar a educação integral tem sido uma tarefa das organizações que compõem o Centro de Referências em Educação Integral. Inúmeros são os momentos de pensar coletivamente no desenvolvimento, aprimoramento e difusão de insumos que contribuam para a gestão das políticas públicas de educação integral no país.

Destas reflexões, o Coletivo Articulador do Centro de Referências organizou seis princípios que podem orientar a concepção de políticas e programas alinhados ao tema. Confira cada um deles ilustrados por 10 práticas que acontecem no Brasil e no mundo e se inspire!

1. Promoção de diversidade de práticas, agentes, espaços e saberes;

Na Escola Municipal Professor Paulo Freire, em Ribeiro de Abreu, Belo Horizonte (MG) o processo de aprendizagem se modificou após abertura da unidade escolar para a comunidade. Hoje, o conhecimento é construído de maneira dialógica com outros atores sociais, que são assumidos e considerados como educadores.

Fortalecer a identidade cultural local, contribuir com sua preservação e integrá-la como potencial educativo para a comunidade é o principal desafio do Conexão Felipe Camarão, projeto que acontece no bairro de mesmo nome, na Zona Oeste da cidade de Natal (RN).

2. Promoção de desenvolvimento pleno dos indivíduos em todas as suas dimensões – física, intelectual, social emocional e simbólica;

No Asas da Florestania, projeto da Secretaria Estadual de Educação do Acre, o objetivo é assegurar o ensino de qualidade às crianças dos municípios rurais da região, a partir da valorização das regionalidades, buscando estimular o desenvolvimento da autoestima, da autocrítica e da autoavaliação dos estudantes, elementos considerados como fundamentais para que os alunos tenham iniciativa, disciplina e organização.Lidar com raiva e a angústia, aprender a escutar, respeitar o próximo e a colaborar são habilidades que o Amigos do Zippy busca desenvolver em crianças. Por meio de atividades lúdicas, o projeto propõe aos alunos dos 1º e 2º anos do ensino fundamental debates sobre como responder a situações difíceis e como conviver harmoniosamente.

3. Compreensão da aprendizagem como algo permanente na vida dos indivíduos e não apenas relacionada à fase escolar dos mesmos;

Em Ouricuri, área rural de Pernambuco, a experiência que os alunos da Escola Municipal Maria do Socorro Rocha de Castro têm com o semiárido é levada em conta no percurso educativo. A educação contextualizada considera a formação a partir da realidade em que as pessoas estão inseridas, com valorização às diferenças individuais, aos conhecimentos natos e ao planejamento de conteúdos orientados pelas necessidades dos educandos.No município de Ariquemes (RO), o Projeto Burareiro orienta os alunos a se envolverem a partir de suas habilidades, gostos e projetos de vida. Além disso, aponta outras diretivas em sua proposta educacional: a politecnia, a ampliação do tempo, espaço e oportunidade, a escola como eixo integrador da comunidade e a construção de projeto pedagógico a partir de um conselho gestor multidisciplinar.

4. Compreeensão do educando-estudante no centro do processo educativo (aprendizagem, interesse, sonhos, contexto)

Na Escola Primária José Urbina Lopez, em Matamoros, nordeste do México, a aprendizagem começa a partir de uma pergunta aos estudantes: “O que querem aprender?”. Essa condução partiu da observação de que as aulas, somente orientadas pelo currículo escolar, tornavam-se desinteressantes aos alunos.

O Projeto Cata-Vento de Oportunidades, em Mococa, interior de São Paulo, procura combater o trabalho infantil a partir da intervenção com práticas culturais projeto combate trabalho infantil por meio de atividades culturais em articulação com movimentos sociais, escolas e associações de bairro que passaram a acolher a iniciativa em seus espaços.

5. Afirmação de que a educação integral realiza-se de forma intersetorial

Em Toulouse, na França, a prefeitura implementou o Conselho de Meninos e Meninas para estimular que as crianças tenham interesse e possibilidade de participar ativamente da vida da cidade e aprender ao passo que descobrem caminhos de mobilização para causas e pautas do seu interesse.

6. Compreensão da escola como articuladora de todo o processo educativo, em uma construção participativa que inclui todos os segmentos da comunidade escolar e demais agentes envolvidos.

Na Reggio Emilia, cidade ao norte da Itália, as escolas não trabalham apenas com as linguagens codificadas e reconhecidas, mas reconhecem as experiências reais obtidas por meio da pesquisa e de descobertas sensoriais dos próprios estudantes. O trabalho é conduzido de maneira democrática, sendo a equipe pedagógica, alunos e familiares atores importantes para sua consolidação.

18 experiências que promovem a autonomia e protagonismo dos estudantes

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