Programa “Tempo de Escola” de São Bernardo do Campo aproveita variados espaços da cidade
Publicado dia 22/10/2013
Publicado dia 22/10/2013
Iniciativa: Programa de Educação Integral de São Bernardo do Campo – Tempo de Escola
Pública ou Privada: Pública
Descrição: Além de ocupar papel de destaque no setor industrial e na cena sindical, o município de São Bernardo do Campo (SP) é nacionalmente conhecido por ter sido parte importante da história do skate no Brasil. Desde a década de 1980, o espaço reúne atletas de diversas localidades para campeonatos da modalidade.
Pensando em aproveitar esses e outros espaços da cidade na discussão de uma educação integral para as crianças do município é que, em 2010, a Secretaria de Educação de São Bernardo implementou o programa de Educação Integral Tempo de Escola em 37 unidades escolares, ampliando o horário de aulas e utilizando espaços locais que tinham potenciais educativos.
Desde o início, o objetivo do programa foi mostrar que os processos de aprendizagem das crianças e adolescentes do município podem ser intensificados a partir do dos insumos educativos – espaços e pessoas -, presentes na cidade. A Secretaria acredita que a educação se dá também fora dos muros da escola, incluindo as famílias e e os saberes construídos pela população local.
Em 2010, a secretaria passou a firmar parcerias com outras pastas, a fim de construir um projeto de educação que conversasse com as várias políticas públicas do município. As principais alianças se deram com as secretarias de esporte e lazer, cultura e desenvolvimento social e cidadania.
Nesse período, foi possível criar diálogo também com as empresas da região que já possuíam vínculo com algumas das secretarias, mostrando que muitas de suas práticas também poderiam ser incluídas em processos educativos. A articulação da secretaria deu tão certo, que foi possível utilizar até mesmo os espaços ociosos privados da cidade para ações educativas.
Um dos pilares do programa era a expansão do tempo dos estudantes em contato com a aprendizagem, sem que, para isso, fosse preciso confiná-los durante longos períodos apenas no prédio escolar. O projeto entedia, então, que a colaboração dos espaços já existentes ao redor das escolas seria de extrema importância para alcançar esse objetivo, já que muitos educadores e organizações sociais realizavam de forma exitosa atividades voltadas ao público do projeto.
Mas, reunir e mapear as diferentes organizações sociais que atuam em um município não foi tarefa fácil. Uma das estratégias da gestão municipal foi lançar um chamamento público no Diário Oficial do município, convocando os movimentos e organizações sociais a participarem do processo de seleção.
Após realizar visitas técnicas e avaliar a infraestrutura dos espaços e a relação que tinham com a comunidade local, foi firmada parceria com nove instituições. Essas entidades colaboram diretamente com as escolas, participam do projeto pedagógico e oferecem oficinas no contraturno das unidades.
Atualmente, são oferecidas oficinas diariamente ou, pelo menos, três vezes na semana com foco em três eixos: corpo e movimento, ludicidade e arte e cultura. A primeira abrange danças populares, balé, capoeira, danças de rua e modalidades esportivas, como o skate, Tae-kwon-do, handebol, natação, entre outros. A segunda área é focada em brincadeiras. E a terceira em formação musical e artes cênicas e plásticas.
Outro diferencial do programa é o modelo de avaliação, que, desde sua implementação, se dá de forma colaborativa entre as diversas partes integrantes. Para isso, a Secretaria, em parceria com representantes das organizações e movimentos sociais parceiros, pais dos estudantes, professores, funcionários e alunos, elegeu os indicadores que constituiriam o monitoramento e avaliação de processos.
Na avaliação de aprendizagem das crianças e adolescentes, foram estruturados indicadores que iam além do cognitivo, considerando habilidades como respeito e solidariedade. Foi construído, ainda, um indicador sobre a qualidade do programa, levando-se em consideração a opinião dos diversos públicos envolvidos na proposta.
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Início e duração: junho de 2010 até os dias atuais.
Local: São Bernardo do Campo (SP)
Responsáveis: Secretaria Municipal de Educação de São Bernardo do Campo
Envolvidos e parceiros: Ministério da Educação (MEC), ONGs, Igrejas, Escolas do município, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Financiamento: Secretaria de Educação e Mais Educação, por meio do PDDE.
Com o programa, a escola pôde interagir mais com a cultura local, ampliando seu currículo por meio das atividades das organizações parceiras. Outra grande conquista do projeto foi o reconhecimento e integração dos saberes da comunidade ao currículo escolar. Com isso, professores passaram a se envolver mais com a comunidade, admitindo em suas aulas que a construção acadêmica fosse associada aos saberes e cultura local.
Embora ainda esteja em processo de construção, a Secretaria de Educação entende que outro resultado positivo foi a articulação entre as diversas secretarias, objetivando, assim, que a educação integral de dê como uma política efetivamente intersetorial no município.
Veja aqui publicação sobre o Tempo de Escola.