publicado dia 17/06/2015

Undime inicia seu fórum reafirmando importância da educação pública

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O 15º fórum da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) começou com uma boa notícia: na terça-feira (16/06), o governo federal liberou R$180 milhões para as escolas que aderiram ao programa Mais Educação, principal programa nacional voltado à educação integral. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, na abertura do evento.

A exceção são para as escolas que possuem R$5 mil ou mais em caixa, que não receberão ainda o novo repasse, já que o governo federal entende que a verba recebida anteriormente, via Programa Dinheiro Direto na Escola, ainda não foi executada.

O 15º fórum ocorre entre os dias 16 e 19/06, em Mata de São João, Bahia. Ao todo, 1687 delegados de todos os estados do Brasil, representando 1067 cidades irão participar de conferências, mesas redondas, oficinas temáticas e debates. Além disso, serão eleitos a diretoria executiva e o conselho fiscal da Undime para o biênio 2015/ 2017. A programação do evento está disponível na página do fórum.

Além do ministro da Educação, estiveram presentes na cerimônia de abertura a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Gary Stahal, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), a educadora Maria do Pilar Lacerda, o prefeito de Mata de São João, Marcelo Oliveira, e Cleuza Repulho, atual presidenta da Undime, entre outros.

Da esquerda para a direita: Maria do Pilar Lacerda,

Ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro (ao centro) anunciou liberação de verbas do Mais Educação / Crédito: Dafne Melo

A primeira fala coube Cleuza Repulho, que reafirmou a luta pela educação pública de qualidade, ressaltando os avanços dos últimos anos. “Nós mudamos a história da educação nos municípios. A Undime tem 28 anos e nossa trajetória é de vitória, de luta, mas, sobretudo, de pessoas que acreditam na escola pública”, declarou.

Cleuza também destacou o papel das organizações da sociedade civil que trabalham em parceria com as secretarias municipais distribuídas pelo país, e agradeceu às “fundações e institutos que perguntam aos dirigentes: onde podemos trabalhar juntos?”.

Ao fim de sua fala, Cleuza Repulho disse estar se despedindo dos dez anos à frente da instituição com a certeza que esteja onde estiver: “sempre vou estar à disposição da escola pública”.

Mais educação, menos punição

O representante da Unicef, Gary Stahal, ressaltou o papel dos profissionais das secretarias municipais de educação, como “parceiros fundamentais” para o Brasil alcançar uma educação pública de qualidade.

Ele lembrou que a realização do fórum se dá a quase um mês do aniversário de 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente – 13 de julho próximo -, documento que norteia o trabalho da Unicef no Brasil. “Já foram duas décadas e meia de conquista, mas há muito trabalho pela frente. Temos que chegar nas crianças que as políticas públicas, hoje, não chegam”.

O representante da Unicef aproveitou o momento para falar da redução da maioridade penal, atualmente em discussão no Congresso Nacional. “Qual é o modelo que o Brasil quer para suas crianças e adolescentes?”, questionou, para afirmar, em seguida, que “redução não é a solução”.

forum undime publico

Mais de mil delegados, de todos os estados, participam do fórum

“Nós acreditamos em vocês, na educação pública”, continuou. A senadora Fátima Bezerra fez coro ao posicionamento de Stahal. “Criança precisa é de mais educação em tempo integral e não de redução”, defendeu.

Em seguida, a fala foi concedida a Tereza Campello, que enfatizou a parceria entre os ministérios da Educação e do Desenvolvimento Social. Para ela, as recentes conquistas do Brasil, em termos de combate à fome e à miséria, só foram possíveis a partir desse trabalho intersetorial.

“Muita gente de fora do Brasil tem tentado entender, o Gary [Stahal] pode dar seu depoimento, como conseguimos avançar tanto na agenda social. E acho que temos conseguido porque nos dispusemos a quebrar as caixinhas, a não ficar trabalhando isoladamente, e sim somar esforços e nos organizar para construir agendas comuns”, opinou.

*O Centro de Referências em Educação Integral viajou a Mata de São João a convite da Undime. 

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