publicado dia 09/10/2025
Sistema Nacional de Educação (SNE) avança e é aprovado no Senado
Reportagem: Ingrid Matuoka | Edição: Tory Helena
publicado dia 09/10/2025
Reportagem: Ingrid Matuoka | Edição: Tory Helena
🗒 Resumo: Saiba mais sobre o que é e como vai funcionar o Sistema Nacional de Educação (SNE), aprovado pelo Senado Federal nesta terça-feira, 7 de outubro, e que aguarda sanção presidencial.
Prevista na Constituição de 1988 como base para assegurar uma Educação de qualidade em todo o país, a criação do Sistema Nacional de Educação (SNE) foi estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Com prazo até 2016, a meta não se concretizou. Somente 37 anos depois, o SNE, enfim, torna-se realidade.
Nesta terça-feira, 7 de outubro, o Senado aprovou o projeto (PLP 235/2019) que cria o SNE no Brasil. “Assim como temos o SUS, que organiza a agenda da Saúde, o SNE organizará a Educação Básica. Com este texto, damos um passo importantíssimo para o avanço da Educação brasileira” disse a senadora Dorinha Seabra (União-TO), relatora do projeto. Agora o texto segue para a sanção da Presidência da República.
Em síntese, o SNE terá cinco funções integradoras: governança democrática, planejamento, padrões nacionais de qualidade, financiamento e avaliação.
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Sistema Nacional de Educação: mais articulação para políticas educacionais
Para tanto, o SNE vai lançar mão de uma série de estratégias. A principal delas é a articulação entre União, estados, Distrito Federal e municípios na formulação e implementação integrada das políticas educacionais.
A Comissão Intergestores Tripartite da Educação (Cite), de caráter nacional, encarregada de promover a negociação e articulação entre gestores dos três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Também estabelece as Comissões Intergestores Bipartites da Educação (Cibes), de âmbito subnacional, responsáveis pela pactuação entre gestores estaduais e municipais.
De acordo com o texto, a Cite e as Cibes atuarão como fóruns de definição de parâmetros, diretrizes e aspectos operacionais, administrativos e financeiros do regime de colaboração, assegurando a coordenação da política educacional em todo o país.
O SNE também formaliza a estrutura da Cite como órgão que reúne representantes dos entes federativos para definir as diretrizes básicas da educação. Presidida pelo ministro da Educação, a comissão contará com seis representantes da União, seis das secretarias estaduais e seis das secretarias municipais de educação.
Custo Aluno-Qualidade
Outro ponto do projeto é o Custo Aluno-Qualidade (CAQ), que passa a ser referência para o investimento por estudante na Educação Básica. Os valores definidos pelo CAQ deverão seguir os parâmetros estabelecidos pelo Cite, considerando o orçamento de cada ente federado e as necessidades e especificidades locais, as complementações da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e outras complementações federais e estaduais que vierem a ser instituídas.
Para subsidiar o planejamento, a gestão e o monitoramento das políticas educacionais, além de garantir o cumprimento dos objetivos do sistema, o SNE vai criar a Infraestrutura Nacional de Dados da Educação (Inde), um mecanismo de governança democrática.
A Inde integrará informações de estabelecimentos e redes de ensino, permitindo que os sistemas municipais, estaduais, distrital e federal se comuniquem entre si. No entanto, a adesão dos municípios aos sistemas estaduais será facultativa.
O SNE também institui o Identificador Nacional Único do Estudante (Inue), vinculado ao Cadastro de Pessoa Física (CPF). De uso obrigatório em todas as redes de ensino, o Inue garantirá a interoperabilidade dos registros administrativos, possibilitando que escolas de diferentes níveis e localidades tenham acesso às informações do mesmo aluno.
*Foto: Jonas Pereira/Agência Senado