publicado dia 23/03/2020

Educação em Quarentena: mapa interativo mostra a situação das redes pelo Brasil

Reportagem:

Em esforço conjunto para conter o avanço do novo Coronavírus (Covid-19) pelo Brasil, todas as redes estaduais de educação, bem como as capitais, suspenderam as aulas, trazendo mudanças para milhares de estudantes e suas famílias. Para monitorar a situação, o Centro de Referências em Educação Integral lança o mapa interativo “Educação em Quarentena”.

Leia + Conviva lança site especial com informações sobre Educação e coronavírus

Elaborado a partir de informações da Undime Nacional e das secretarias estaduais e municipais de educação, a plataforma mostra quando teve início e qual a duração da quarentena em cada rede, além de apresentar as medidas adotadas para cumprir o calendário escolar previsto em lei de 200 dias letivos.

O mapa também reúne informações sobre a distribuição de cestas básicas ou oferta de merenda escolar, uma preocupação relevante para o período, já que 9 milhões de crianças de 0 a 14 anos vivem em extrema pobreza, segundo relatório relatório Cenário da Infância e Adolescência no Brasil (2019), da Fundação Abrinq, e dependem da alimentação ofertada diariamente pelas unidades de ensino. 

Acesse a plataforma Educação em Quarentena

Em relação ao trabalho pedagógico à distância, o site informa como as secretarias estão se organizando para que o direito à aprendizagem esteja assegurado neste momento, seja a partir do uso das tecnologias, com plataformas de ensino a distância e redes sociais, ou utilizando material impresso, como roteiro de estudos.

“A plataforma coloca à serviço de educadores, estudantes e suas famílias, informações que revelam os desafios que as redes estão enfrentando para organizar o trabalho das escolas no período de prevenção ao Coronavírus. É uma situação nova para todos, que se consolidou em um curto espaço de tempo, e exigiu mudanças drásticas no dia a dia das unidades”, afirma Natacha Costa, diretora executiva da Cidade Escola Aprendiz, organização que integra o Centro de Referências e que foi responsável pelo desenvolvimento da plataforma.

Para auxiliar no monitoramento das mais de 5.500 redes municipais, os usuários podem indicar a situação das escolas por meio de um formulário disponível na plataforma. “A proposta é que o site seja colaborativo e que esse monitoramento seja feito também a partir de informações dos próprios estudantes e educadores, nas mais diversas localidades do país”, indica Natacha.  

Educação a distância: um alerta às desigualdades

Enfrentando o curto período de tempo e a escassez de recursos, muitas redes de educação têm se mobilizado para promover conteúdos pedagógicos digitais, de forma a minimizar o impacto na aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes. Mas este esforço exige cuidados para que as desigualdades que caracterizam a educação brasileira não se aprofundem. 

Um deles é a atenção às modalidades de ensino, como é o caso da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Especial. Outro diz respeito ao acesso aos conteúdos, que enfrenta barreiras técnicas e econômicas, uma vez que 52% da população brasileira das classes D e E não possuem internet, segundo a pesquisa TIC Domicílios, divulgada em agosto de 2019. 

O trabalho pedagógico a distância precisa ainda ser organizado considerando a diversidade das formas de aprender o Brasil conta hoje com mais de 1,2 milhão de estudantes com deficiência, que também precisam ter a possibilidade de acessar e interagir com os conteúdos disponibilizados pelas redes.

Confira algumas medidas adotadas pelas redes

De acordo com as suas possibilidades e demandas, cada rede estruturou uma maneira de lidar com a suspensão das aulas. Todas as informações estão organizadas no mapa Educação em Quarentena, confira algumas delas:

Porto Alegre: o município disponibilizou orientações especiais para cuidados com as cozinhas que seguirão oferecendo merenda escolas, como a higienização de mesas, bancadas, maçanetas e cadeiras após cada uso, e a indicação dos produtos de limpeza adequados. 

Recife: além das cestas básicas, serão distribuídos para as famílias dos estudantes produtos de limpeza para garantir a higienização adequada de suas casas.

São Paulo (capital): A rede ofertará atendimento para crianças de 0 a 3 cujas famílias atuem nas áreas de saúde, segurança, assistência social e serviço funerário e que não tenham condições de manter seus filhos em casa. 

Amazonas: A secretaria adotou o programa “Aula em casa”, com transmissão de conteúdos em canais abertos de televisão para os últimos anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.

Bahia: Os conteúdos desenvolvidos pelos professores estão sendo postados em salas virtuais, criadas através do Google Classroom, e podem ser acessados por smartphones, computadores ou tablets. A plataforma Plataforma Anísio Teixeira também está sendo recomendada aos alunos. Com mais de 10 mil conteúdos online disponíveis, ela reúne vídeos, jogos, sequências didáticas, áudios e as aulas do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (Emitec), de todas as áreas do conhecimento. 

Florianópolis: A prefeitura lançou o Portal Educacional da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis para servir de apoio ao planejamento de atividades a serem realizadas durante o período de recesso escolar. O portal foi desenvolvido pela Diretoria de Educação Fundamental e hospedará um repositório com sugestões de temas, atividades pedagógicas e jogos educativos. 

São Paulo (estado): A rede produziu um manual com informações seguras e didáticas sobre o coronavírus e a organização da rede estadual durante o período. Também estuda viabilizar o patrocínio de internet para os estudantes, caso a situação se prolongue por mais tempo.

Covid-19: como proteger crianças e escolas

As plataformas da Cidade Escola Aprendiz utilizam cookies e tecnologias semelhantes, como explicado em nossa Política de Privacidade, para recomendar conteúdo e publicidade.
Ao navegar por nosso conteúdo, o usuário aceita tais condições.