publicado dia 28/04/2025
12 indígenas que inspiram a Educação Integral Antirracista
Reportagem: Da Redação
publicado dia 28/04/2025
Reportagem: Da Redação
🗒 Resumo: Conheça a trajetória e as contribuições de 12 indígenas, cujas atuações na Educação e em outros campos de luta por uma sociedade mais equitativa, inspiram a Educação Integral Antirracista.
Por todo o Brasil, há pessoas indígenas que inspiram a construção de uma Educação Integral Antirracista — aquela que reconhece os saberes ancestrais, valoriza a diversidade e enfrenta as marcas históricas de exclusão e injustiças.
Entre professores, escritores, ativistas e líderes políticos, essas personalidades mostram que a Educação é um ato de retomada, de fortalecimento e de transformação de nossa sociedade. Suas histórias revelam que ensinar é também reafirmar identidades, proteger territórios e construir novas possibilidades para o país.
Leia mais
Conheça quem são Ailton Krenak, Alice Pataxó, Alva Rosa Tukano, Daniel Munduruku, Edson Kayapó, Eliane Potiguara, Ely Macuxi, Gersem Baniwa, Graça Graúna, Melvino Fontes Olímpio, Sonia Guajajara e Txai Suruí — do chão da floresta aos espaços acadêmicos e governamentais, suas lutas e conquistas são faróis para quem acredita que outro futuro é possível.
Pensador, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro da etnia indígena Krenak, é Doutor Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde também atua como professor.
Fundou a organização não-governamental Núcleo de Cultura Indígena, que visa promover a cultura indígena e a União dos Povos Indígenas, que representa os interesses indígenas no cenário nacional.
Participou da Aliança dos Povos da Floresta, movimento que lutou por reservas naturais na Amazônia e, à época da Assembleia Nacional Constituinte, Ailton tomou a frente na defesa dos direitos indígenas na nova Carta Magna.
Em 2023, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, tornando-se o primeiro imortal de origem indígena. É autor de obras como Futuro Ancestral (Companhia das Letras, 2022) e Kuján e os Meninos Sabidos (Companhia das Letrinhas, 2024).
Malala Yousafzai indicou Alice Pataxó ao prêmio da BBC “100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo em 2022”, que a comunicadora e ativista indígena venceu.
Liderança da aldeia Craveiro, na Bahia, desde os 15 anos, seu engajamento começou por meio do movimento estudantil. Hoje estuda Direito na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e se dedica a formar outros indígenas na área da comunicação para ajudá-los a defender seus territórios e outros direitos.
Porta-voz da defesa dos direitos indígenas e do meio ambiente na COP26 e a primeira indígena Embaixadora da WWF Brasil, Alice é jornalista e integrante das Cunhataí ikhã (Meninas na luta) um projeto da Anaí-Associação Nacional de Ações Indigenistas, que luta pela igualdade de gênero no acesso à Educação nas aldeias.
Professora da Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino do Amazonas, é membro do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena e presidente do Fórum Estadual de Educação Escolar Indígena do Amazonas.
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e uma das autoras das Diretrizes de Educação Integral Antirracista para o Ensino Fundamental.
Enquanto pesquisadora, tem concentrado os estudos em Educação Escolar Indígena e é vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Escolar Indígena e Etnografia, da Universidade do Estado do Amazonas.
Pertencente ao povo indígena Munduruku, Daniel nasceu em Belém (PA) e é escritor amplamente premiado e professor, autor de 54 livros publicados em todo o mundo. Graduado em Filosofia, História e Psicologia.
Durante dez anos atuou como educador de rua pela Pastoral do Menor na cidade de São Paulo e viajou o mundo ministrando palestras e oficinas para crianças.
É autor dos livros Histórias de Índio (Companhia das Letras, 1997), Coisas de índio (Callis, 2003), As Serpentes que roubaram a noite (Petrópolis, 2001) e Meu avô Apolinário (Studio Nobel, 2001)), escolhido pela Unesco para receber Menção honrosa no Prêmio Literatura para crianças e Jovens na questão da tolerância
Nascido no estado do Amapá, pertence ao povo Mebengokré. Doutor em Educação, é ativista no movimento indígena e ambientalista.
Atua como professor no Instituto Federal da Bahia e na Universidade Federal do Sul da Bahia.
Também é autor dos livros Um estranho espadarte na aldeia (Primata, 2021) e coautor da coletânea Nós: uma antologia de literatura indígena (Companhia das Letras, 2019).
Em 2020, recebeu prêmio da UNESCO pelo livro Projetos e Presepadas de um Curumim na Amazônia (Positivo, 2019).
Considerada a primeira indígena escritora do Brasil, Eliane também é professora, ativista e empreendedora.
Fundou a rede Grumin de Mulheres Indígenas e recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Formada em Letras e Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi uma das 52 brasileiras indicadas para o projeto internacional “Mil Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz”.
É presença constante em seminários sobre direitos indígenas na Organização das Nações Unidas (ONU).
Professor, ativista e escritor brasileiro, de origem Macuxi, defendeu os direitos dos povos da floresta e os saberes originários na Educação escolar indígena.
Mestre em Sociedade e Cultura na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), foi professor de História e Filosofia na Secretaria de Educação de Manaus por mais de três décadas e auxiliou a criação e coordenação do primeiro Núcleo de Educação Escolar Indígena do município.
Foi membro do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena do Amazonas e integrou o Projeto Pira-Yawara, no início dos anos 2000, voltado para a formação de professores indígenas. É autor do livro Ipaty, o curumim da selva, (Editora Paulinas, 2010).
Líder indígena, ativista, educador, antropólogo, filósofo, escritor brasileiro da etnia indígena Baniwa, Gersem é coordenador geral de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secadi) do Ministério da Educação (MEC), e professor na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Em 2010, concluiu seu doutoramento com a tese “Escola Indígena para manejo e domesticação do mundo: os desafios da educação escolar indígena no Alto Rio Negro”.
Foi secretário municipal de Educação de São Gabriel da Cachoeira (AM), co-fundador da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN). Atualmente também é diretor-presidente do Centro Indígena de Estudos e Pesquisa (CINEP).
Descendente de Potiguaras, Graça Graúna é formada pela Universidade Federal de Pernambuco. Mestre em Mitos Indígenas na Literatura Infantil e Doutora em Literatura Indígena Contemporânea pela mesma instituição.
Ela é escritora, professora, tradutora e pesquisadora. Sua tese de doutorado, de 2003, “Literatura Indígena Contemporânea no Brasil”, é um marco pioneiro para a produção crítica acerca da literatura indígena brasileira.
Graça também coordenou o projeto de especialização para formação de professores indígenas na Universidade de Pernambuco. É autora do livro Flor da Mata (Peninha Edições, 2014).
Liderança indígena, professor e coordenador do Departamento de Educação Escolar Indígena da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), é um dos autores das Diretrizes de Educação Integral Antirracista para o Ensino Fundamental.
É mestrando em Educação Escolar Indígena pela Universidade do Estado do Pará (UEPA).
Com nome indígena DZAWIMAKA, pertence ao povo Baniwa, filho de pais indígenas, natural da comunidade indígena Assunção do Içana no município de São Gabriel da Cachoeira no Estado do Amazonas. Fala e escreve a língua Nheengatu, entende a língua Baniwa.
Indígena do povo Guajajara/Tentehar, é Ministra dos Povos Indígenas. Pós-graduada em Educação Especial, destaca-se por sua luta histórica pelos direitos dos povos originários e pelo meio ambiente.
Tem reconhecimento internacional na defesa dos direitos dos povos indígenas, seus territórios e causas socioambientais, sendo eleita uma das 100 pessoas mais influentes de 2022 pela revista TIME.
Atuou em várias organizações indígenas, como a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Foi coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Guerreira indígena do povo Paiter Suruí, de Rondônia, Txai foi a única brasileira a discursar na Conferência da Cúpula do Clima (COP26) em 2021, expondo o avanço da crise climática sobre a Amazônia.
No ano seguinte, lançou o documentário O Território, do qual é produtora, que registra o desmatamento e invasões de terras por grileiros e garimpeiros ilegais. Em 2024, a produção venceu o Emmy. Sua atuação também é expressiva na luta pela demarcação de terras.
Primeira indígena do povo Suruí a cursar direito na Universidade Federal de Rondônia. É fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia e atua na parte jurídica da Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), entidade que defende a causa indígena em Rondônia.