publicado dia 30/05/2014

Criatividade é fundamental para o sucesso da aprendizagem

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Em nossa sociedade, errar é quase um pecado. Mas o que a maior parte das pessoas deixa de perceber é que o erro é tão importante quanto os acertos para o processo de aprendizagem de qualquer pessoa.

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Para Ken Robinson, autor e consultor educacional em educação voltada às artes, errar é algo prioritário. Em palestra proferida no TedTalks, Robinson aponta como as escolas pecam quando bloqueiam as crianças de errarem, uma vez que é nesse momento de dúvidas e curiosidade que elas desenvolvem ainda mais sua criatividade.

A infância é a época da descoberta; é nesse período que a capacidade de inovar é ainda mais evidente. Para o especialista, todas as crianças são talentosas mas, por muitas vezes, seus talentos são roubados nos métodos acolhidos pelas escolas. “Sou da opinião que criatividade hoje na educação é tão importante quanto a alfabetização. As duas deveriam ser tratadas lado a lado.”

Diferente dos adultos, as crianças assumem riscos. Quando não sabem a resposta exata, não têm medo de se arriscar, de errar. “Se você não estiver preparado para errar, você nunca vai ter uma ideia original”, lembra Robinson.

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O especialista afirma que o problema, no entanto, é que as escolas abominam aquilo que não está dentro dos padrões e preparam seus alunos apenas para o que consideram importante para o trabalho. O resultado disso: um grande número de indivíduos sem criatividade.  “Tocamos empresas assim, estigmatizando os erros. Agora, estamos tocando da mesma forma os sistemas educacionais”.

“Todas as crianças nascem artistas”

“Certa vez, Picasso disse que todas as crianças nascem artistas. O difícil é continuar artista enquanto cresce. Somos ensinados a abandonar  a criatividade”, critica Robinson. Para ele, todo sistema educacional ao redor do mundo possui o mesmo esquema hierárquico. No topo, matemática e línguas. Depois humanas, só depois que pensam as artes. “Não há nenhum sistema educacional eu ensine dança diariamente para as crianças. Acho a matemática muito importante, mas a dança também é.”

A doutrina acadêmica

Antes do século XIX, não havia sistemas educacionais como conhecemos. Assim, a criação da escola e modelos de ensino foram todos organizados para suprir as necessidades do industrialismo, com aprendizagem focada apenas para o trabalho, não para o desenvolvimento integral do sujeito.

Para o consultor, antes de mais nada, é importante que as escolas e toda a sociedade entenda que a inteligência tem uma abrangência muito maior que a academia. “É preciso pensar a diversidade, nós pensamos no mundo através das formas como o experimentamos. Pensamos virtualmente, pensamos no som, pensamos cineticamente e de forma abstrata.

A inteligência é dinâmica. “A inteligência é interativa , o cérebro não é dividido em compartimentos. A criatividade que eu defino com o processo de ter ideias originais com bastante frequência se manifestam por meio da interação. De diferentes formas disciplinares de ver as coisas.”

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