Em Santos, Programa Escola Total inova em processo de avaliação
Publicado dia 06/09/2013
Publicado dia 06/09/2013
Iniciativa: Programa Escola Total – Jornada Ampliada de Santos (SP)
Pública ou Privada: Pública
O Programa Escola Total – Jornada Ampliada foi criado no ano de 2006 pela Secretaria de Educação de Santos, município localizado no litoral de São Paulo. O programa nasce a partir do Programa Santos Criança, que já investia em políticas articuladas entre as secretarias de Esporte e Cultura e com as organizações sociais da cidade, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento integral na primeira infância.
Assim, a cidade passou a oferecer Educação Integral em duas modalidades para as 37 escolas de ensino fundamental da rede municipal. Em cinco delas, os estudantes permanecem em tempo integral dentro da escola, pois são prédios que já oferecem infraestrutura suficiente para o desenvolvimento do programa. Nas outras 32 escolas, a Educação Integral se dá no contraturno escolar, em doze espaços da cidade (chamados de núcleos), que são fruto de parcerias com universidades, sociedades do bairro, sindicatos, igrejas, clubes, áreas de cultura e esporte. As atividades realizadas fora da escola são conduzidas por monitores contratados pela Secretaria.
O objetivo principal do programa é aproximar as unidades escolares dos chamados núcleos, assim como das famílias dos estudantes, fazendo-os perceber as potencialidades e riqueza cultural da cidade. Por meio das relações que se estabelecem, os estudantes passam, então, a utilizar os diversos espaços do município, o que rendeu a Santos o título de cidade educadora em 2008.
Após quatro anos de existência, em 2010, já eram nítidos os resultados do programa na cidade. O Índice da Educação Básica (Ideb) das escolas aumentou de forma significativa. Nos anos iniciais (1º ao 5º), o índice passou de 4,4 em 2005, para 5,5, em 2007. Nos anos finais (6º ao 9º) os números passaram de 4,1, em 2005, para 4,3 em 2007, o que superava nos dois casos, a meta projetada pelo MEC para 2007 e 2009. Mas, mesmo obtendo esses resultados quantitativos, a Secretaria de Educação ainda continuava sem saber sobre o resultado da aprendizagem dos estudantes de forma efetiva.
Assim, a Secretaria de Educação contratou uma consultoria externa para a elaboração de uma matriz de monitoramento e avaliação do programa, construída de forma colaborativa entre estudantes, pais e professores.
Primeiramente foram estudados todos os documentos que existiam sobre o programa e feito um levantamento das escolas onde o programa acontecia com visitas ao monitoramento de cinco unidades escolares e doze núcleos, identificando como se dava o processo de ensino-aprendizagem entre professores e alunos. Com a pesquisa em mãos, organizaram uma definição de aprendizagem a partir de consulta com todos os participantes do programa.
A proposta de monitoramento e avaliação não foi tarefa fácil. Durante um ano, técnicos da Secretaria de Educação, diretores, coordenadores, professores, estudantes, família, educadores sociais e demais parceiros discutiram a proposta por meio de diversos instrumentos de participação. Nesse processo de construção, considerando locais e equipamentos utilizados pelos estudantes, foram distribuídas até mesmo urnas nos ônibus da cidade. Foram deixadas também urnas nos núcleos, para que pais também pudessem opinar acerca da aprendizagem das crianças e adolescentes.
Para aferir sobre o aprendizado das crianças, foram selecionados oito fatores e para cada um deles alguns indicadores. Exemplo de fator é a atuação do estudante, na qual os indicadores seriam a autoconfiança, produção de justificativas e oportunidades de escolhas.
A equipe coletou mais de 2 mil respostas, que foram agrupadas em um banco de dados para depois realizar a seleção das mais frequentes. Além das urnas, foi aplicado um questionário a cada participante do programa (educador, professor, monitorador), que deviam indicar três tipos de aprendizagem desenvolvidas nas escolas e núcleos. Ao serem agrupadas, chegou-se a 30 delas.
A partir do olhar da Prova Brasil do MEC e da UNESCO, que promove a educação em quatro pilares (aprender a ser, a conhecer, a fazer e a conviver), a Secretaria Municipal reduziu as 30 aprendizagens para 28.
A matriz traz os pilares da aprendizagem, que são: conhecer, conviver, fazer e ser. Para cada pilar há uma aprendizagem e para cada uma delas uma descrição do que se trata; os meios de verificação da aprendizagem; quais são os fatores que asseguram essa aprendizagem; os indicadores e uma justificativa (clique na imagem ao lado e veja um exemplo).
Os dados obtidos permitiram que o programa se aproximasse dos interesses dos estudantes, além de produzir informações que pudessem ser compartilhadas entre os profissionais, possibilitando: a produção de conhecimento do próprio trabalho a partir das ações práticas; a indicação das necessidades de aperfeiçoamento dos profissionais para uma formação continuada; e que os estudantes alcançassem as aprendizagens esperadas a partir da matriz.
Início e duração: O programa teve início em 2006 e permanece em atividade até os dias atuais.
Local: Município de Santos, no litoral sul de São Paulo (SP)
Responsáveis: Secretaria de Educação (Seduc) de Santos
Parceiros: Grupo SMS, responsável pela consultoria em avaliação.
Financiamento: Seduc de Santos
Clique aqui e tenha acesso ao passo a passo do processo de construção da avaliação do Programa Escola Total de Santos.
Informações:
Site da Secretaria de Educação de Santos: www.portal.santos.sp.gov.br
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