Secretaria de Educação do Acre articula programas para ampliar aprendizagem
Publicado dia 29/07/2014
Publicado dia 29/07/2014
Iniciativa: Diretoria de inovação da Secretaria de Estado de Educação e Esporte do Acre
Pública ou privada: Pública
Descrição: A diretoria de inovação foi uma das últimas a compor a Secretaria de Estado de Educação e Esporte do Acre, em somatória à atuação das diretorias de ensino, recurso e gestão. Em 2011, a instância surgiu com o objetivo de apoiar a promoção de um novo olhar para a rede, a partir da oferta de novas possibilidades educativas aos alunos, ancorada pelo esforço formativo dos professores. A ideia de pensar atividades “não engessadas dentro de um currículo”, como define a diretora de inovação Cleide Prudêncio da Silva, dialoga com a proposta de Educação Integral do estado, apoiada no programa Mais Educação, do Ministério da Educação (MEC).
A qualificação do ‘terceiro tempo’, período em que os alunos não estão em curso do ensino regular, seja ele matutino ou vespertino, é encampada via secretaria de inovação por quatro coordenadorias específicas, que contam com o apoio integral da Secretaria de Educação nas diretrizes de ensino, estabelecimento de parcerias e aporte de recursos financeiros.
A proposta é justamente integrar recursos e oportunidades oferecidas pelo Ministério da Educação à ações e iniciativas locais, articulando-as em um objetivo comum: ampliar e qualificar o repertório cultural e possibilidades de aprendizagem dos estudantes, em diálogo com as demandas e características do estado. Além de atividades desenvolvidas in loco com as escolas, a coordenadoria atua diretamente com os estudantes e na formação docente.
Centro de Estudos e Línguas (CEL)
Com a ideia de oportunizar aos alunos da rede pública o convívio com as línguas para além daquelas presentes no currículo regular, no caso inglês e espanhol, a diretoria de inovação promoveu a construção do Centro de Estudos de Línguas (CEL) na capital Rio Branco.
Segundo a gestora Cleide Prudêncio, a dinâmica do espaço é bem parecida com as escolas de idiomas particulares, com oferta de dois encontros semanais, de aproximadamente uma hora e vinte cada. A metodologia é pautada na oralidade, escuta e na importância da comunicação dos idiomas, no caso, inglês, espanhol, italiano e francês. Além da dinâmica no próprio espaço, as escolas podem contar com núcleos do centro nas próprias unidades. O percurso de aprendizagem de três anos é voltado para alunos do Ensino Fundamental II e Médio.
Diante do entendimento de que é preciso garantir professores qualificados para ampliar as possibilidades educativas, e procurando ampliar a capacidade de atendimento para além da Universidade Federal do Acre, o estado promoveu, por meio de parcerias, a criação de programas especiais de formação à distância.
A partir do programa Universidade Aberta do Brasil, do Ministério da Educação, que tem entre as suas prioridades a oferta de formação inicial a professores da rede pública sem graduação e a continuada para os já atuantes, a diretoria de inovação coordenou o processo para colocá-lo em prática na rede, que se estrutura a partir de parceria com o próprio MEC, universidades e a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
A rede conta com oito polos de educação – em Acrelândia, Brasileia, Cruzeiro do Sul, Feijó, Rio Branco, Tarauacá, Sena Madureira e Xapuri – que oferecem cursos de graduação e especialização em pedagogia, letras, administração pública para formação de gestores, artes visuais, teatro e música; 50% das vagas são direcionadas a professores e 50% à comunidade. A iniciativa é amparada pela própria UFAC, em diálogo com outras instituições do estado e do país.
A diretoria de inovação também trouxe ao estado os Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTEs), parte integrante do Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo) do Ministério da Educação, que preveem equipes interdisciplinares de professores e técnicos para oferecer formação contínua aos docentes e assessorias às escolas no uso pedagógico das tecnologias.
O estado possui cinco pólos instituídos – em Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Xapuri e Acrelândia – que atuam por regionais, de acordo com a áreas de abrangência. No caso de Rio Branco, onde a demanda é maior, é destinado cinco escolas para cada formador. “A ideia é promover o acompanhamento e monitoramento das unidades e garantir a elas uma referência na área tecnológica”, explica a diretora de inovação.
Ainda na perspectiva de contribuir com o pleno desenvolvimento dos alunos da rede, a diretoria de inovação articula uma coordenação psicopedagógica que tem como objetivo apoiar os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio na escolha e planejamento do futuro profissional. Para o atendimento é direcionada uma equipe da área de psicologia que, em parceria com as escolas, promove palestras, e oficinas com os jovens. Segundo Cleide Prudêncio, a ideia é trazer mais segurança para o processo de escolha dos alunos e garantir que possam, em diálogo com a escola, refletir sobre seus projetos de vida e de formação.
Recentemente, também houve o lançamento do Centro de Matemática, Ciências e Filosofia, que tem o intuito de agregar conhecimento nessas áreas em específico, em uma abordagem parecida com a do Centro de Estudos e Línguas (CEL). Na área de ciências, há o entendimento por parte da diretoria de inovação de que alunos e escolas podem contribuir com os processos de pesquisa e sistematização, o que vem aproximando a rede de escolas de iniciativas de pesquisa e inovação, como o Congresso SBPC Jovem-Mirim 2014, eixo integrante da Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, sediado pela Universidade Federal do Acre de 22 a 27 de julho.
Durante o evento, que tem como objetivo principal aproximar as ciências e tecnologias do público infanto-juvenil, alunos e escolas puderam apresentar suas contribuições científicas e participar de uma programação diversa que incluiu bate-papo com cientistas, oficinas, jogos, apresentações de teatro e danças e contação de histórias com foco na iniciação científica; além de convidá-los a conhecer projetos itinerantes e participar de momentos de imersão na história do território.
Início e duração: de 2011 até os dias atuais.
Local: Acre
Responsáveis: Secretaria de Estado de Educação e Esporte do Acre
Envolvidos e parceiros: Ministério da Educação (MEC), Universidade Federal do Acre (UFAC), Instituto Federal do Acre (IFAC), Universidade de Brasilia (UNB), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
Financiamento: a diretoria de inovação tem linha de recurso próprio; mas há apoio das demais diretorias da Secretaria de Estado de Educação e acesso ao recurso dos programas federais acionados pela proposta.
Para a diretora de inovação, Cleide Prudêncio, a somatória de ações vem de um entendimento de que a escola não está isolada, é parte integrante da sociedade e, portanto, demanda ações e esforços conjuntos. De maneira geral, a gestora avalia que os programas que visam a qualificação do aprendizado, na própria escola ou em parceria com ela, agregam aos alunos autonomia sobre a própria aprendizagem, além de aproximá-los dos equipamentos educacionais.
Cleide comemora a primeira formação do Centro de Estudos e Línguas (CEL), no ano de 2012, com cerca de 1000 alunos, que desenvolveram habilidades de apropriação de outros idiomas. Para a diretora, outro ponto de destaque foi a participação da quase totalidade dos municípios do estado na SBPC Jovem Mirim – 20 deles estiveram presentes – possibilitando a continuidade de trabalhos dessa natureza pelas escolas ou mesmo incentivando as unidades que não o fazem hoje a desenvolvê-los.
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