publicado dia 18/11/2024

Seminário aponta caminhos para efetivação da Educação Integral no país

Reportagem:

🗒 Resumo: Como materializar o projeto de país estipulado pela Constituição Federal de 1988? Este foi o centro do debate que encerrou o 3º Seminário Nacional de Educação Integral, nesta quinta-feira (14/11).

A Educação Integral, por considerar os estudantes em sua integralidade, não apenas sua dimensão cognitiva, e trazer para a escola tudo o que diz respeito à vida em sociedade e levar a própria escola para o território, tem o potencial de concretizar um projeto de país democrático e cidadão.

Esta foi a síntese do debate “Educação Integral para o projeto de país garantido pela Constituição Cidadã de 1988”, que encerrou o 3º Seminário Nacional de Educação Integral, nesta quinta-feira (14/11).

Ao longo de quatro dias, o evento debateu temas como financiamento e infraestrutura na Educação Integral em tempo integral, a formação de professores, currículo, avaliação e intersetorialidade.

Sua última mesa contou com a mediação de Regina Célia Cola Rodrigues, professora da Educação Básica e do Ensino Superior, Supervisora Escolar na Secretaria Municipal de Educação da Cidade de São Paulo, membro do Grupo de Pesquisa em Educação Integral da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e do FEICE, o Fórum de Educação Integral para uma Cidade Educadora de São Paulo.

Assista ao debate “Educação Integral para o projeto de país garantido pela Constituição Cidadã de 1988” na íntegra:

O projeto de país da Educação Integral

Lia Ciomar Macedo de Faria, autora do livro “CIEP: a utopia possível”, retomou a obra “O Brasil como problema” (1995) de Darcy Ribeiro para defender que “o Brasil pode ser muito mais do que é”:

“Nada é mais necessário que um novo discurso da esquerda, 1995, socialmente responsável, diante do povo sofredor, suficientemente ambicioso para definir desígnios mais altos para o Brasil”, leu a professora Lia

Para Raquel Franzim, Coordenadora Geral de Educação Integral e Tempo Integral do Ministério da Educação (MEC), o fortalecimento da democracia no Brasil depende de reconhecer que os direitos de crianças e adolescentes não se encerram com a garantia de acesso à escola. “Eles têm direito de ser feliz, se senti bem, de ter proteção social e aprender os conhecimentos, as relações humanas e a vida”, disse.

“Precisamos dar um salto para a Educação de valores éticos, porque o que faz a humanidade ter todos os desastres que ela tem é a falta de ética, de dignidade humana. Ela tem que estar acima de tudo. É envolver a vida e o planeta, muito mais do que a Educação escolar, e criar uma nova mentalidade, um novo homem, que faça frente à ignorância e à insensibilidade”, complementou Ulisses Riedel de Resende, presidente da OSC União Planetária.

Jaqueline Moll, professora na Universidade Federal do Rio Grande do Sul que foi uma das responsáveis pela criação e implementação do Programa Mais Educação, acrescentou que o projeto de sociedade da Educação Integral não se concretiza com estudantes que alcançam boas notas, mas não têm seus demais direitos garantidos:

“Temos o desafio de ampliar o tempo, mas ampliar o tempo de qualidade de vida na escola, ninguém suporta ficar quatro horas sentado copiando o quadro e sendo preparado para prova. Queremos uma escola que converse com a vida, com o território, com as identidades locais, que leve esses meninos para o teatro e o cinema. […] Nossa sociedade não será menos violenta se não olharmos para isso, porque a Educação humaniza”.

Para cumprir essas missões, as universidades têm papel fundamental na formação e qualificação docente, como lembrou a professora Aparecida Luzia Alzira Zuin, da Universidade Federal de Rondônia, e a sociedade e os conselhos municipais de Educação também precisam se mobilizar.

“Temos que ficar atentos à realização desse trabalho [de implementação do Programa Escola em Tempo Integral] para que não tenha distorção, desvio de recursos ou falta de responsabilidade”, destacou Manuel Humberto Gonzaga Lima, presidente da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (UNCME).

Seminário Nacional de Educação Integral discute infraestrutura e financiamento do tempo integral nas escolas

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