publicado dia 31/05/2019
9 invenções de países africanos para abordar em sala de aula
Reportagem: Ingrid Matuoka
publicado dia 31/05/2019
Reportagem: Ingrid Matuoka
Charles Drew criou o banco de sangue e Patricia Bath, o tratamento a laser da catarata. Gerald Lawson revolucionou os videogames. Percy Lavon Julian desenvolveu remédios para câncer, anemia, asma, alergias e tratamentos para o mal de Alzheimer. Phillip Emeagwali criou uma supermáquina capaz de realizar bilhões de cálculos por segundo. Katherine Johnson fez contribuições fundamentais para missões da Nasa, como o voo da Apollo 11 à Lua. Já Mark Dean fez parte da equipe que criou o primeiro computador pessoal da IBM, e Ben Carson foi o primeiro neurocirurgião a separar gêmeos siameses unidos pelo crânio.
Além da relevância para a comunidade científica, um outro fator os-une: são todos negros e negras. Contar para crianças e adolescentes estas histórias e trazer outras perspectivas, afirmativas, que mostram que também são profícuos produtores de tecnologias, cultura digital e inovações é um dos caminhos para combater o racismo na escola.
Leia + Combatendo o racismo na escola: abordagens possíveis
Por isso, o Centro de Referências em Educação Integral selecionou nove invenções de países africanos para abordar em sala de aula. Confira:
M-Pesa – Quênia
Criado em 2007, o M-Pesa é o primeiro serviço de banco por celular a operar extensivamente. O “M” vem de móvel, enquanto que “pesa” é a palavra suaíli para dinheiro.
Quatro anos após sua invenção, já contava com 14 milhões de usuários movimentando US$ 14 milhões ao dia. Atualmente, opera no Quênia, Tanzânia, Índia, Lesoto, República Democrática do Congo, Gana, Moçambique e Egito.
A energia eólica é uma das energias mais limpas do mundo, mas traz alguns impedimentos, porque as hélices matam pássaros e interferem nas ondas de rádio.
Pensando nisso, a startup tunisiana Saphon Energy criou uma turbina eólica sem pás. Em forma de antena parabólica, ela balança em um movimento de oito, uma construção inspirada no projeto das velas de navios de séculos atrás. A turbina foi batizadas de “Saphonian,” em homenagem ao deus cananeu protetor dos marinheiros: Baal Saphon.
Dois estudantes do Instituto Internacional de Engenharia de Água e Meio Ambiente (2iE) desenvolveram um sabão que repele mosquitos por meio do cheiro, e mata as larvas de Anopheles, transmissor da malária, impedindo a sua proliferação em águas estagnadas. O sabão é feito com recursos locais e projetado para ser financeiramente acessível a todos.
O teste mp/PAN (pLDH) é um kit de diagnóstico médico rápido, que em 20 minutos detecta todos os tipos de malária em uma amostra de sangue. O kit também confirma, em menos de 30 minutos, se o tratamento previsto é eficaz.
Musber é um cinto equipado com um fone de ouvido bluetooth, e ajuda a guiar pessoas com deficiência visual em suas viagens. O aplicativo foi concebido de forma colaborativa por jovens estudantes da Universidade de Menoufia.
Em Camarões, existem cerca de 30 cardiologistas para 20 milhões de pessoas. Por isso, o CardioPad foi criado para tentar compensar essa defasagem. Trata-se de um tablet que pode fazer exames de eletrocardiograma remotamente. Os resultados são transferidos sem fios a um especialista.
Depois de desenvolver o CardioPad, Arthur Zang recebeu assistência de 30 mil dólares do governo. Isso permitiu ao jovem engenheiro criar a Himore Medical, uma pequena empresa cuja missão é desenvolver dispositivos médicos semelhantes e acessíveis.
O Mobile Kiosk Platform, criado pelo ruandês Henry Nyakarundi, é uma unidade móvel de carregamento elétrico para telefones móveis. O processo é simples: de dia, dois painéis solares carregam as baterias. Durante a noite ou em dias nublados, ele pode ser alimentado por um sistema à base de pedaladas. Este quiosque móvel pode carregar até 16 telefones ao mesmo tempo pelo modesto custo de 10 centavos.
Já o queniano Anthony Mutua, inventou uma forma bastante prática para carregar celulares: chips ultra-finos de cristal são montados na parte inferior da sola do sapato, e conforme o usuário caminha, eles geram eletricidade.
A Ghanéen Bright Simons lançou o mPedigree em 2007, um aplicativo que autentica medicamentos. Os usuários enviam por SMS o código exibido no remédio que querem comprar, e ele checa sua autenticidade junto às indústrias farmacêuticas.
Saiba mais
Livros como Gênios da Humanidade – Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente, de Carlos Eduardo Dias Machado e Alexandra Baldeh Loras, e Black Inventors – Crafting Over 200 Years of Success, de Keith C. Holmes, podem ser outras fontes para pesquisa.