Escola comunitária se apoia em engajamento das famílias e comunidade

Publicado dia 30/05/2016

Todos os dias, famílias e comunidade ocupam a Escola Janela, localizada em Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros (GO). Mais do que acompanhar a rotina dos filhos, eles cumprem funções diárias na instituição, como preparar a merenda, cuidar da limpeza e efetuar alguns reparos, já que a escola não tem funcionários para essas tarefas. Eles se organizam a partir de um cronograma e se alternam no cumprimento de tarefas.

Também fazem a gestão da carona solidária em um modelo de revezamento, garantindo que as crianças que moram mais afastadas da instituição possam chegar lá sem contratempos.

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Crédito: Acervo pessoal

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Essa presença e participação ativa das famílias e comunidade remete à origem da instituição, em 2014. A escola nasceu do desejo de um grupo local – hoje organizados na Associação Socioeducativa Buritirana – de ofertar às crianças uma educação mais significativa. “A resposta veio com uma comunidade de aprendizagem transformadora, que prima pelo livre brincar, pela sustentabilidade, criatividade e autonomia de cada criança”, coloca Bárbara Tadzia Trautman Richers, diretora interina da escola e presidente da Associação.

Priorizando as relações

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A escola prioriza as relações não só com os familiares, mas também entre os demais atores que a compõem: gestores, professores e estudantes. Para tanto, um dos pilares da instituição é o autoconhecimento, trabalhado mais de perto por uma coordenação terapêutica, em diálogo constante com a pedagógica. “A nossa proposta passa pelo desenvolvimento da inteligência emocional das crianças para que elas saibam lidar com suas emoções, possam se relacionar de maneira harmônica e equilibrada com elas, expandido-as ao coletivo”, explica Bárbara.

A unidade atende total de 40 estudantes nas etapas Educação Infantil e Fundamental I e não os divide por faixa etária, necessariamente. A escola prioriza um planejamento pedagógico dado a partir do desenvolvimento dos estudantes em momentos coletivos – em que toda a escola trabalha junta – e individuais, em que as atividades dirigidas dão conta do desenvolvimento integral de cada sujeito.

No início de cada dia, por exemplo, todos os estudantes participam de uma roda de acolhimento em que podem dançar, fazer relaxamento, meditação, massagem ou conversar livremente sobre assuntos de interesse. Após esta etapa é que eles partem para atividades separadas.

Dinâmica cíclica

É dessa maneira que a coordenadora pedagógica da escola, Juliana Corullon, define o trabalho pedagógico realizado pela instituição. Ela conta que tudo parte de um diagnóstico de cada criança e que é em função dele que se dão as atividades e os projetos.

“Na educação infantil, por exemplo, valorizamos o livre brincar para que as crianças possam entender o seu corpo no espaço. Esses momentos são acompanhados pelos professores que anotam, em uma espécie de diário de bordo, o que percebem do desenvolvimento delas nesses momentos”. Esse trabalho é realizado semanalmente para apoiar nos desafios de aprendizagem contemplados pelas atividades dirigidas.

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No Ensino Fundamental, a lógica se mantém. Para além de ações e projetos individuais, a escola mantem um guarda chuva temático eleito pelos estudantes e professores a cada bimestre, por meio de assembleias. Esses temas são norteadores para todas as áreas do conhecimento e acabam promovendo a interdisciplinaridade.

Juliana conta que no primeiro bimestre foi trabalhado o tema identidade; atualmente, discute-se sustentabilidade, o que já possibilitou aos estudantes projetar uma horta na escola, além de conhecer diversos tipos de plantações pelo território. A coordenadora pedagógica também coloca que essas ações sempre buscam ter uma intervenção direta com a comunidade, forma de valorizar a população local e colocá-la em diálogo com a produção de conhecimento.

Isso se ancora nos pilares da instituição que, segundo Juliana, são autoconhecimento, famílias e comunidade, cultura, socio sustentabilidade e diversidade. “A gente precisa reconhecer o meio cultural onde a gente se encontra para fazer uma educação que tenha sentido e isso passa por fortalecer valores, histórias, linguagens, reconhecer as diversas culturas e realidades”, esclarece a coordenadora pedagógica.

Trabalho social e parcerias

Respeitando a realidade econômica local, dada pela atividade de algumas mineradoras, comércio e agropecuária, a escola não consegue cobrar mensalidade para cobrir os custos por aluno que, segundo a equipe, chega a R$ 600,00 mensal. Com isso, a instituição cobra uma mensalidade de R$ 300,00 de 20 crianças e, para as demais, busca apadrinhamento de pessoas físicas e jurídicas. Nos casos de apadrinhamento, a escola possibilita como contrapartida acompanhar o desenvolvimento de cada estudante ao término do ano.

Por isso é que a instituição está com uma campanha de Benfeitoria no ar que tem o objetivo de arrecadar R$ 42.119,00 até o dia 30 de junho. A colaboração pode ser feita por meio de cotas e objetiva cobrir os custos dos estudos de 10 crianças do sistema de apadrinhamento.

Contato:
Escola Janela
Telefone: (62) 3494-1297
https://www.facebook.com/escolajanela

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