Escola do Ceará integra disciplinas da base e de curso técnico em jornada ampliada
Publicado dia 04/12/2015
Publicado dia 04/12/2015
Educação integral não pode significar apenas a ampliação da jornada escolar com um currículo que ofereça mais do mesmo para os seus estudantes. Partindo dessa premissa, a Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Padre João Bosco, de Mauriti (CE) procura misturar os componentes curriculares da base com matérias técnicas. A iniciativa se insere dentro do programa estadual de educação integral.
Na unidade são oferecidos os seguintes cursos técnicos: Agropecuária, Enfermagem, Desenho de Construção Civil e Informática.
Ao longo do dia, os estudantes podem ter aulas de Matemática, seguida por uma aula do curso técnico, outra de Esporte e um espaço dedicado ao estudo. Dessa forma, o horário não está dividido de forma fragmentada.
“Aqui não existe um período ‘chato’ e um período ‘legal’, um momento em que eles estudam as matérias da base e outro em que aprendem as do curso técnico. Isso foi pensado como um intencionalidade que é dizer ao estudante que todas disciplinas são igualmente importantes para o seu desenvolvimento integral”, afirmou Júlio César, diretor da unidade.
Outra estratégia adotada pela escola foi a criação da figura do diretor de turma. Cada uma das 11 salas tem um professor que faz um acompanhamento minucioso, identificando os problemas coletivos e individuais dos alunos. Existe um espaço de 2 horas por semana reservado para esse encontro.
Nesse espaço, os estudantes podem relatar suas dificuldades de aprendizagem, avaliar a escola, contar sobre a família e sobre seus colegas. A partir desse diálogo nascem possíveis intervenções e orientações no sentido de ajudá-los a lidar com alguma dificuldade pela qual estejam passando.
“Esse espaço é fundamental porque é um canal pelo qual todos expõem seus problemas e críticas com relação à escola, o que é essencial para a resolução de problemas e para avançar. Além disso, não é possível tratar o aluno como um ser que só estuda, ele tem um contexto social e familiar que precisa ser levado em conta no processo de ensino-aprendizagem”, afirmou o diretor.
Quando os estudantes entram na escola, passam por processo que busca nivelar o conhecimento. Esse processo acontece durante todo o primeiro ano do ensino médio e é diferente para cada estudante, pois é pensado de acordo com as dificuldades de cada um.
“Com esse processo diminuímos muito os índices de evasão porque se o aluno assiste a uma aula e não entende, começa a se desinteressar, o que é um primeiro passo para a evasão”, conta Júlio.
Conforme o diretor, muitos alunos chegam à escola com deficiências de aprendizagem do ensino fundamental. “Alguns não sabem nem fazer as quatro operações matemáticas básicas e têm dificuldades muito grandes de leitura”, afirmou.
Depois de seis anos de funcionamento, o colégio colheu os frutos e foi apontado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep) como a melhor escola do Brasil, de acordo com os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Contato: (88) 3552-1344