Um projeto é um plano para realizar algo, que demanda planejamento para definir as estratégias e os caminhos a serem seguidos. No âmbito escolar não é diferente. Toda escola precisa ter clareza de seu projeto educacional que diz de sua responsabilidade e contribuição com o desenvolvimento integral e formação cidadã dos estudantes.
Como elaborar uma proposta pedagógica com foco em Educação Integral?
Na perspectiva da educação integral, a proposta pedagógica é o grande alicerce para que a escola faça as conexões e articulações necessárias para compreender o sujeito em toda sua complexidade.
Além de pactuado com a comunidade escolar – estudantes, professores, gestores e demais profissionais, além de familiares – o projeto político pedagógico (PPP) deve prever ações de médio, curto e longo prazo que deem conta de seus diversos desafios.
Na prática, o projeto político pedagógico traduz a identidade escolar e se consolida no dia a dia a partir de ações práticas deste cotidiano. “Ter papel higiênico ou não, permitir que os alunos se sirvam da comida ou não, tudo isso é projeto político pedagógico”, afirmou a coordenadora executiva do Cedac, Roberta Panico, em entrevista cedida ao Centro de Referências em Educação Integral.
Saiba + Projeto Político Pedagógico: reflexão constante e permanente
Veja entrevista completa com Roberta Panico, onde ela comenta sobre o Projeto Político Pedagógico e a publicação temática feita pelo Cedac e direcionada a gestores: “Projeto Político Pedagógico: orientações para o gestor escolar entender, criar e revisar o PPP’“
Um desafio do PPP é dialogar com a realidade escolar, e isso aponta para a necessidade das instituições promoverem um diagnóstico prévio de seus atores para então traçar um perfil desta comunidade e elencar as expectativas que se tem com ela.
O papel da gestão
A aplicação do PPP, ou seja, o seu desdobramento nas práticas pedagógicas, deve ser garantida pela gestão escolar – diretores e coordenadores – que deve buscar pautá-lo em meio a rotina como, por exemplo, na hora de trabalho pedagógico coletivo (HTPC).
Também se espera que os gestores coloquem em prática uma gestão democrática, possibilitando a participação ativa dos demais atores escolares na formatação dessa política educacional. Nesse sentido, já no planejamento do PPP deve se garantir a entrada das instâncias participativas, bem como as devidas devolutivas das diversas representações envolvidas.
Centro de Ensino Fundamental 01 de Planaltina (CEF 01) – também conhecido como Centrinho – mostra como revisou o seu projeto político pedagógico em nome de um posicionamento da comunidade escolar a favor da diversidade. O “Diversidade na Escola” , que começou como um projeto na unidade, hoje integra as diretrizes pedagógicas da instituição.
Ainda na visão de Roberta Panico, isso é uma questão do diretor se aproximar e discutir a gestão democrática a partir de sua operacionalização – como se faz uma gestão de outra forma? -, uma vez que os mecanismos legais nem sempre garantem processos mais democráticos e participativos.
Outra questão fundamental é que o PPP não se configure como uma política local, de uma única escola e leve em consideração as orientações da rede, seja ela municipal ou estadual. E, da mesma maneira, busque refletir os pressupostos de outras diretrizes educacionais, como Plano Nacional de Educação, Base Nacional Comum Curricular, entre outros. O PPP deve levar em consideração, ao mesmo tempo, o micro e o macro, sempre em diálogo.