Cieja Campo Limpo discute cotidianamente a inclusão no Café Terapêutico Solidário
Publicado dia 26/08/2013
Publicado dia 26/08/2013
Iniciativa: Café Terapêutico Solidário
Pública ou privada: Pública
Descrição:
O Café Terapêutico do CIEJA Campo Limpo, situado na Zona Sul de SP, é um encontro realizado semanalmente que reúne mães e pais dos estudantes e demais interessados em dialogar sobre o contexto no qual as pessoas com deficiência estão inseridas, e como o espaço da escola pode se tornar, de fato, inclusivo. Os temas variam de políticas e serviços públicos a processos de aprendizagem ou, então, sobre as dificuldades enfrentadas no do dia a dia dos estudantes.
A cada encontro, que dura em torno de duas horas, o grupo traz um tema para o debate, que é apresentado por meio de recursos de multimídia ou conta com a presença de algum palestrante convidado. A iniciativa acaba mobilizando toda a comunidade, já que os pais dos estudantes levam para o debate problemas que envolvem a vida dos filhos e, consequentemente da comunidade, como, por exemplo, a reivindicação por direitos sociais das pessoas com deficiência.
Histórico
Por ser uma escola destinada à Educação de Jovens e Adultos, o CIEJA Campo Limpo recebe também muitos estudantes especiais, entre eles jovens e adultos com alguma deficiência – física, intelectual, auditiva e visual que, por conta da idade ou da deficiência, não se adaptaram a outras escolas regulares.
No início de implementação da escola, mães de estudantes com deficiência, logo viram no CIEJA um espaço que poderia acolher seus filhos.
Mesmo durante o período de aulas, essas mulheres permaneciam no espaço, até o final do período escolar diário. Nesse interim, trocavam experiências da vida cotidiana das famílias, enquanto faziam tricô, crochê, ou até mesmo pintavam as unhas.
O professor especializado em educação de pessoas com deficiência, Severino “Billy”, aproveitou o que era um encontro casual, para poder conhecer a vida de seus alunos e a relação com seus familiares e, junto com a diretora Êda Luiz começou, em 14 de março de 2008, a organizar os encontros semanais, para discutir com os pais e seus filhos as possibilidades de melhorias de atendimento dentro e fora do CIEJA, Os encontros chegam a reunir de 80 a 120 participantes.
A partir das demandas levantadas durante o Café, busca-se parcerias na própria comunidade, afim de se aprofundar em temas apresentados. De acordo com a coordenação do projeto, toda organização que faz uma palestra no espaço se torna parceira. Exemplos disso, são as parcerias estabelecidas com a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, com a UNASP (Universidade Adventista de São Paulo), Raia Coaching, Organização Mãe Especial (IMA), CEU Casa Blanca, CEU Capão Redondo e muitas outras. O grupo conta também com a parceria de advogados, jornalistas, sociólogos e outros. Não há uma forma de financiamento direto ou relação estreita com o Governo. Porém, os responsáveis pela ação acreditam que esse tipo de atividade pode se tornar referência para o poder público fazer disso um projeto pedagógico em outros espaços de aprendizagem.
Estratégias de Mobilização
São realizadas feiras, seminários e palestras com diversas temáticas, envolvendo pais, comunidade, parceiros e escola. Anualmente, é realizado o encontro de aniversário do Café Terapêutico no Teatro Oscarito, no CEU Casa Blanca, perto de onde a escola se localiza. Ao todo, já foram realizados cinco encontros com os temas e datas abaixo:
Início e duração: O projeto teve início em 14 de março de 2008 e permanece em atividade até hoje.
Local: Centro de Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA), no Campo Limpo, bairro da Zona Sul de São Paulo.
Responsáveis: O professor da Sala de Apoio e Acompanhamento à Inclusão de alunos com deficiência intelectual (SAAI), Severino “Billy” Batista da Silva.
Envolvidos e parceiros: Diversas instituições recebem também doações arrecadadas nos encontros do Café Terapêutico que, desde 2012, passou a se chamar Café Terapêutico Solidário, por conta dessa iniciativa de parceria com a comunidade.
Como a atividade consta no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola. Portanto, é mantida a partir do próprio financiamento da instituição de ensino.
Principais Resultados:
Com a atividade, a escola entende que a comunidade está mais mobilizada em torno de políticas públicas inclusivas, e pais se tornaram mais ativos no debate sobre a aprendizagem dos filhos. Com a vinda de especialistas, como dentistas, psicólogos e advogados, os pais conseguiram esclarecer algumas questões do cotidiano de seus filhos e famílias.
Da mesma forma, percebeu-se maior espaço de diálogo entre a escola e a comunidade. E, além desses ganhos, o professor Severino “Billy”, responsável pelo projeto, passou a participar frequentemente de fóruns de educação, feiras e eventos sobre deficiência e inclusão, do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPD), em eventos na Câmara Municipal dos Vereadores de SP, articulando a participação dos pais e alunos em espaços de interlocução da sociedade.
Materiais e Publicações:
Leia a reportagem Café Terapêutico reúne pais de estudantes com deficiência em escola de São Paulo, publicada no Portal Aprendiz sobre a experiência.
A iniciativa também recebeu os seguintes prêmios:
– 2º lugar no Prêmio Construindo a Nação – Instituto da Cidadania – 2012- categoria EJA no estado de SP (neste prêmio foram escolhidos os 12 melhores projetos de cidadania do Estado de São Paulo);
– 12º lugar – Prêmio Milton Santos 2013;
– O professor Billy está concorrendo ao prêmio Paulo Freire 2013, Professor Nota 10 – 2013, Tecnologia Social do Banco do Brasil 2013.
Contatos
Telefone: 5816.3701 / 5816.2907
E-mail: [email protected]
Blog do Café Terapêutico Solidário
Blog do CIEJA Campo Limpo