publicado dia 18/05/2016
Peças fundamentais da equipe de FHC voltam a ocupar postos chave no MEC
Reportagem: Caio Zinet
publicado dia 18/05/2016
Reportagem: Caio Zinet
O ano é 2016, mas dentro do Ministério da Educaçã0 (MEC), poderia ser 1996. O novo ministro, Mendonça Filho (DEM-PE), nomeou duas figuras que tiveram papel destacado durante quase toda a gestão educacional do governo Fernando Henrique Cardoso e, na sequência, ocuparam cargos em governos estaduais do PSDB.
Para a secretaria executiva, que cumpre um papel fundamental dentro do ministério, foi nomeada a professora Maria Helena Guimarães, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) entre 1996 e 2001 e, em 2002, foi secretária executiva do MEC. Na época, fazia parte de sua equipe outra figura que regressa ao MEC depois de 14 anos: Maria Inês Fini.
Fini foi diretora de avaliação do Inep entre 1996 e 2002, será a nova presidente do Instituto que, entre outras incumbências, organiza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e realiza pesquisas censitárias em âmbito nacional, destacando-se o Censo Escolar.
Depois de sair do MEC, Maria Helena Guimarães assumiu diversos cargos nos governos estaduais de Geraldo Alckmin e José Serra no estado de São Paulo. Entre 2003 e 2005 foi Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. Em 2006 comandou a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento e entre 2007 e 2009 chefiou a Secretaria de Educação.
A gestão de Maria Helena no comando educacional do estado de São Paulo ficou marcada, em 2008, pela implementação do polêmico processo de bonificação por mérito para os professores da rede estadual. Uma das propostas do presidente interino, Michel Temer, é justamente aprovar um sistema de bônus em âmbito nacional para os docentes da educação básica.
Segundo o site da Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Maria Helena Guimarães “fez parte da equipe que formulou o programa de governo do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, sendo responsável pelas políticas na área de educação”.
Já Maria Inês Fini teve um papel importante na Secretaria Estadual de Educação de São Paulo. Segundo informação do seu perfil na rede social Linkedin, ela coordenou entre 2007 e 2010 o Projeto São Paulo Faz.
De acordo com o site da Secretaria Estadual de Educação de SP, o programa foi “responsável pela implantação do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, formatado em documentos que constituem orientações para o trabalho do professor em sala de aula e visa garantir uma base comum de conhecimento e competências para todos os professores e alunos”.
Além de fazer parte das gestões tucanas, Maria Inês Fini foi consultora da Fundação Roberto Marinho, diretora do Pisa no Brasil, membro do Conselho de Responsabilidade Social da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
No período em que ficaram a frente de importantes políticas do MEC, Maria Inês e Maria Helena foram responsáveis entre outras coisas pela implementação do Exame Nacional de Cursos, o antigo Provão, para avaliação de universidades, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e o Sistema Nacional de Informação Educacional, que contempla os censos escolares e a produção de estatísticas educacionais.
O novo ministro nomeou hoje (18/05) o novo titular da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério de Educação, Maurício Costa Romão. Economista de formação ele é consultor do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau.
O instituto é ligado ao grupo Ser Educacional, um dos maiores grupos de educação superior privada do país e uma das quatro empresas da área com capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Uma das atribuições do cargo de Romão é regular o funcionamento do ensino superior, público e privado, o que inclui, por exemplo, a definição sobre a expansão do número de vagas e fechamento ou abertura de cursos.