publicado dia 15/10/2024
Guia sobre Inclusão Escolar informa famílias sobre Educação Inclusiva
Reportagem: Da Redação
publicado dia 15/10/2024
Reportagem: Da Redação
🗒 Resumo: Dirigido para famílias de crianças e adolescentes com deficiência, o Guia sobre Inclusão Escolar do Instituto Rodrigo Mendes contextualiza direitos, atualiza orientações e aponta como identificar escolas que atuam a partir da Educação Inclusiva.
Como saber se a escola é inclusiva? Se a escola não trabalha na perspectiva da inclusão de crianças e adolescentes com deficiência, o que se pode fazer?
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Estas são algumas das perguntas norteadoras do “Guia sobre inclusão escolar: Orientações para famílias de crianças e adolescentes com deficiência”, produzido pelo Instituto Rodrigo Mendes.
São também as questões com as quais Keila Leite Chaves se deparou ao matricular o filho em uma escola pública de Fortaleza (CE). “Uma professora me entregou a Declaração de Salamanca e foi assim que soube que o David poderia estar em uma escola. Antes disso, ninguém tinha me dito, e ele já tinha 8 anos”, relata Keila.
O direito à matrícula foi o primeiro passo a ser garantido, mas ainda faltava a permanência e a aprendizagem com qualidade, que dependem de uma Educação Inclusiva. “Ao chegar na escola, percebemos que não éramos os únicos excluídos e quem era deficiente era a escola em sua capacidade de ofertar uma Educação de qualidade”, diz Keila.
Das barreiras que encontrou, Keila aponta a atitude das pessoas como a mais desafiadora. “As pessoas são muito resistentes, principalmente por desinformação. Então o aprendizado, os ganhos de ter estudantes com deficiência na escola regular são para todos. Traz cooperação, valorização das diversidades e a construção dos saberes pelas trocas entre as pessoas”, afirma.
Na última década, a quantidade de matrículas dos estudantes com deficiência na Educação Básica dobrou, chegando a 1,8 milhão de estudantes. A maioria está nas escolas públicas e 91,3% exercem seu direito ao convívio com a comunidade escolar.
Para que essa inclusão de fato aconteça, Keila indica a necessidade do trabalho colaborativo entre famílias e escolas. “As famílias precisam participar da construção do Projeto Político Pedagógico (PPP), dos conselhos, receber formação para entenderem quais podem ser seus papéis na escola, saber dos conteúdos e atividades que vão ser realizados e, principalmente, serem escutados”, diz.
Pensado para famílias ou responsáveis por estudantes com deficiência, o “Guia sobre inclusão escolar: Orientações para famílias de crianças e adolescentes com deficiência” busca informar e responder as principais dúvidas sobre Educação Inclusiva.
Ao longo de 62 páginas, a publicação digital do Instituto Rodrigo Mendes contextualiza direitos da pessoa com deficiência, relembra o histórico de avanços, atualiza orientações e joga luz sobre a inclusão nas escolas.
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“Entendemos que uma escola inclusiva acolhe todos os perfis de estudantes e reconhece que suas singularidades precisam ser consideradas. Crianças com alguma deficiência, por exemplo, devem participar de todas as atividades pedagógicas juntamente com as demais. Isso requer a diversificação de estratégias de ensino, formatos dos conteúdos curriculares, ferramentas de avaliação e outras medidas que favoreçam a aprendizagem de todos”, explica o Guia.
“Sabemos que não existe escola pronta e perfeita. A construção de um ambiente inclusivo é um processo que leva tempo e requer esforço dos vários atores envolvidos. O importante é termos clareza de que toda criança e todo adolescente têm o direito de estar na escola”, destaca a publicação.
Dividido em 7 capítulos, o Guia sobre Inclusão Escolar traz pontos de observação para as famílias avaliarem se os filhos estão em uma escola inclusiva (“Nota-se cuidado com a acessibilidade?”, “Há abertura para o diálogo?”), bem como caminhos do que é possível fazer quando o espaço educacional coloca barreiras na inclusão (“Visitar o espaço físico”, “Conversar com a direção”).
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“Busquem notar se há abertura para o diálogo e real compromisso da escola com a aprendizagem de todos. Perguntem se há outros alunos com deficiência matriculados e de que forma a equipe pedagógica os acolheu. Nesse sentido, chequem se a escola dispõe do atendimento educacional especializado. Peçam exemplos de situações que foram desafiadoras e procurem entender como a escola as resolveu”, detalha a publicação.
O papel da família no processo educacional das crianças e adolescentes, além de contatos e endereços atualizados de secretarias estaduais de Educação, ministérios públicos e defensorias públicas, também podem ser encontrados no guia.
Referências de práticas educadoras inclusivas e um mapa de direitos das crianças e adolescentes com deficiência reforçam as orientações para as famílias presentes no Guia.