publicado dia 14/07/2025
8 perguntas e respostas sobre intersetorialidade e Educação Integral
Reportagem: Da Redação
publicado dia 14/07/2025
Reportagem: Da Redação
🗒 Resumo: A intersetorialidade é um dos conceitos fundamentais para materializar a Educação Integral, porque ela reconhece a necessidade da atuação conjunta de toda a sociedade para garantir o desenvolvimento integral. A seguir, confira oito perguntas e respostas sobre o tema.
A Educação enfrenta uma série de desafios para garantir que crianças, adolescentes, adultos, jovens e idosos possam acessar as escolas e nelas permanecer, aprender e concluir os estudos com qualidade.
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Para superar esses obstáculos, ela precisa do apoio das famílias, comunidade, território e demais serviços e equipamentos de seu entorno, como a Saúde, Esporte, Cultura, Moradia e Assistência Social.
Quando esse conjunto trabalha em sincronia, a intersetorialidade se materializa e garante não apenas a proteção integral dos estudantes, mas também seu desenvolvimento integral, com a ampliação de oportunidades de aprendizado em outros espaços, tempos, linguagens e junto a outras pessoas.
Para explicar mais sobre intersetorialidade, Raiana Ribeiro, diretora de programas da Cidade Escola Aprendiz, lecionou a aula “Educação Integral e a Intersetorialidade”, como parte dos Diálogos para a Construção do Projeto Político Pedagógico da Escola do Parlamento, do Conselho Municipal de São Paulo.
“Equidade racial, de gênero e territorial. Essas três concepções vão se contextualizando para um país tão desigual como o nosso e apostando que a Educação Integral, o território educativo e a garantia da proteção integral da nossa população são fundamentais para que possamos superar a nossa história de violência institucional, racismo e também de políticas públicas centralizadoras e homogeneizantes”, disse a especialista.
A seguir, confira oito perguntas e respostas sobre intersetorialidade na perspectiva da Educação Integral:
A Educação Integral pressupõe o desenvolvimento de todas as dimensões das crianças e adolescentes: social, cultural, física, cultural, política e cognitiva. Para tanto, é preciso ampliar os tempos, espaços, linguagens e agentes que atuam na Educação, o que demanda sair da escola e envolver a comunidade, território e a cultura nos processos de ensino e aprendizagem, para que ela seja contextualizada e tenha sentido.
Quando a intersetorialidade começa a operar em um território e os diferentes equipamentos que atendem crianças, adolescentes, adultos e jovens trabalham em conjunto para potencializar suas ações e pensar a vida dessas pessoas de forma integral naquele espaço, materializa-se uma cidade educadora.
A Educação Integral pressupõe olhar de forma integral para seus estudantes, o que significa também considerar o que se passa em suas vidas para além do horário de aula. Nesse sentido, a escola desempenha um papel fundamental em articular outros equipamentos públicos, como Saúde, Assistência Social, para que os estudantes tenham condições de acessar, permanecer e aprender na escola com qualidade.
A Educação Integral recorre ao conceito de território proposto pelo geógrafo Milton Santos, como algo vivo e dinâmico, para pensar o que diz o Artigo 227 da Constituição Federal, que reconhece a Educação como um direito interdependente dos demais, e a escola no centro dessa articulação.
A exclusão escolar é gerada por um conjunto de situações que se produzem fora da escola e que se configuram como obstáculos para que uma criança acesse, permaneça, aprenda e conclua a Educação Básica. A intersetorialidade possui estratégias para enfrentar essas barreiras, como arranjos intersetoriais e intermunicipais para pensar as redes de proteção de forma regionalizada e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
O problema global e multifatorial da crise climática demanda ações de diferentes setores da sociedade, não apenas do Meio Ambiente, sobretudo porque crianças e adolescentes estão entre as que mais sofrem os impactos do agravamento da emergência do clima, e elas têm muito a contribuir com a construção de caminhos para lidar com o cenário.
O Brasil possui um histórico de criar políticas que chegam prontas nas escolas para serem implementadas. No entanto, ao se depararem com a realidade local, elas não se sustentam. Nesse sentido, a intersetorialidade pode fortalecer a inversão desse fluxo.
A Secretaria de Articulação Intersetorial com Sistemas de Ensino (SASE) foi criada em 2011 como uma demanda da Conferência Nacional de Educação (CONAE 2010), que exigia do Ministério da Educação ações de coordenação do trabalho entre as esferas municipais, estaduais e federal. A SASE realiza um mapeamento de ações intersetoriais com a Educação em todo o Brasil que pode ser acessado gratuitamente.
*Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil