A gordofobia é um preconceito contra pessoas gordas e que se manifesta, desde atitudes, falas, representações negativas e barreiras para a inclusão de corpos gordos, até toda a estrutura da sociedade.
Trata-se de achar que pessoas gordas, necessariamente, não são saudáveis. Ou que são engraçadas e atrapalhadas. Que querem – ou deveriam querer – emagrecer. Tem a ver com noções errôneas disseminadas pela Medicina, como a obesidade e estar acima do peso ideal – ideal para quem?
Essa violência sistêmica na vida de uma pessoa gorda traz consequências como exclusão social, impactos para a saúde mental e os relacionamentos. Nas escolas, também prejudica as possibilidades de crianças e adolescentes terem condições adequadas para aprender, socializar e se desenvolver integralmente.
A relação entre gordofobia e racismo
A socióloga e professora norte-americana Sabrina Strings explica que a gordofobia guarda íntima relação com o racismo. Isso porque, durante a colonização europeia, foi construído também um projeto do que significaria raça, corpo e gênero.
Os europeus, na condução forçada desse processo, instituíram que eles seriam o modelo ideal, superior. Assim, associaram corpos magros aos brancos e à ideia de beleza, saúde, força e produtividade. Tudo que foge a este padrão seria, de acordo com essa concepção racista, inferior.
O papel das escolas no enfrentamento às práticas gordofóbicas
A escola desempenha papel importante no enfrentamento à gordofobia. Esse trabalho deve ser desenvolvido ao longo de todo ano, de forma interdisciplinar. Em suma, trata-se de eliminar todas as barreiras que possam limitar a participação da vida escolar de algum membro da escola.
Ele diz respeito a, por exemplo, mostrar pessoas gordas em posições de prestígio e promover uma formação para o respeito à diversidade. Também tem a ver com não confundir a violência gordofóbica com um caso de bullying e endereçar os conflitos que acontecem na escola.
Em Recife (PE), foi instituído o Dia Municipal de Luta Contra a Gordofobia, por meio da Lei 18.831/2021, celebrado em 10 de setembro. É a primeira capital do Brasil a tomar tal iniciativa.
A lei assegura às pessoas gordas carteiras escolares adequadas aos seus biotipos corporais nas instituições de Educação Básica e de Ensino Superior do Recife, sejam elas púbicas ou privadas. Além disso, visa garantir um ensino livre de discriminação ou práticas gordofóbicas.
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