Conecting Classrooms une professores e estudantes de todo o mundo
Publicado dia 13/03/2014
Publicado dia 13/03/2014
Iniciativa: Connecting Classrooms
Pública ou Privada: Pública
Descrição
Um dos pontos chaves de um processo de educação integral é a compreensão do ensino e aprendizagem como um processo dialógico, que valoriza os saberes e experiências individuais e coletivos e se ancora no respeito à diversidade e cultura dos envolvidos. Contudo, este processo não deve se dar apenas na relação entre estudantes ou de estudantes e docentes; professores podem e devem estabelecer processos formativos junto aos seus pares.
Nessa perspectiva e em diálogo com as novas tecnologias, o Conselho Britânico (British Council) criou a plataforma virtual Connecting Classrooms (Conectando Salas de Aula, em tradução livre) que reúne professores de redes públicas e privadas de todo o mundo para a discussão de percursos pedagógicos, intercâmbio cultural e troca de experiências, valorizando a formação docente como um processo em rede, construído e mediado pelos próprios educadores.
O projeto permite que os participantes – tanto docentes, quanto jovens – se aproximem de diferentes formas de lecionar, troquem sugestões e planos de aula, debatam currículos, escolas e sistemas de ensino e, fundamentalmente, estejam juntos em um processo de discussão e construção colaborativa da aprendizagem. Além de atividades que podem ser vivenciadas e implementadas pelos docentes com seus estudantes, a plataforma oferece cursos gratuitos nas mais variadas temáticas, que podem ser acessadas por professores de qualquer disciplina.
Para encorajar a troca e a produção de conhecimento, a plataforma promove discussões a partir de temas e interesse global. Sempre na perspectiva de promover o conceito de “cidadania global”, são propostos debates sobre identidade e pertencimento, sustentabilidade, equidade e justiça social, direitos e responsabilidades, conflito e paz, empatia, pensamento criativo, entre outros.
A ideia é que os participantes de mais de 180 países diferentes possam estar em uma ação de cidadania global, que tem como pressupostos a valorização positiva das identidades (sexo, orientação sexual, crença religiosa, etc), o estar aberto a ideias novas, a compreensão de interdependência entre os países e as pessoas e o desejo de fazer mudanças.
E, para fortalecer essa relação entre países, culturas e pessoas, os docentes podem ainda apresentar projetos pedagógicos que proponham um intercâmbio cultural e presencial aos países do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales).
A estrutura é muito simples – o professor entra no espaço virtual, se inscreve no processo e inicia uma “viagem” por atividades e metodologias desenvolvidas por professores de outros países. Os professores brasileiros podem produzir um projeto pedagógico junto a um educador britânico e receber um financiamento de £1.500,00 (mil quinhentas libras) para visitar seu companheiro de projeto e a escola onde atua.
Os projetos devem envolver a comunidade escolar e ter como foco o intercâmbio e a discussão coletiva dos estudantes, fortalecendo o mesmo princípio da rede para os professores. São contemplados projetos que demonstram a preocupação com o tema de cidadania global, com o enriquecimento das práticas educacionais e com uma parceria equitativa e sustentável entre as escolas envolvidas no processo. Para garantir estes pontos, o Conselho oferece guias e passos a passos que apoiam os professores na construção, execução e manutenção do projeto.
As inscrições acontecem sempre no fim de janeiro e a relação das escolas participantes pode ser visualizada aqui.
Fundamentalmente, as propostas devem apoiar o desenho de currículos integrados, buscando que os estudantes dos países em intercâmbio cultural possam discutir e vivenciar atividades comuns no mesmo espaço de tempo.
Foi o que aconteceu com Carlos Martins, professor de inglês e português de escola da zona leste da cidade de São Paulo (SP), Martins pôde conhecer escolas da Inglaterra e colocar seus alunos em contato com outras realidades. Desde que começou a participar da iniciativa, Carlos já foi duas vezes ao país britânico, onde esteve em contato com outras realidades educacionais. Durante o ano, ele e seus alunos trocaram cartas e cartões postais com professores e estudantes de escolas do Reino Unido, discutindo os costumes dos países, as festas tradicionais, o clima e as características das cidades que viviam. O processo estimulou muito os jovens a estudarem a língua inglesa, que ganhou um sentido objetivo em suas vidas – o da comunicação com jovens de outros países do mundo. A iniciativa deu tão certo que Carlos já tem planejado um novo projeto, dessa vez em diálogo com escolas da Irlanda.
Da mesma forma – apenas via intercâmbio virtual -, uma professora da Escola Estadual Olga Falcone, de Manaus (AM), desenvolveu cinco projetos simultâneos no Connecting Classrooms, em diálogo com países europeus e asiáticos. Com os mais variados temas – de estudos sobre as “grandes personalidades” do país a projetos de culinária e blogs que relatam o dia a dia da escola, a escola virou, segundo a educadora, uma verdadeira escola internacional.
Para dar conta das atividades, os estudantes foram a lan houses locais, buscando acessar ferramentos de pesquisa e de tradução. O estudo do inglês apareceu como necessidade das turmas, que queriam apresentar e desenvolver seus projetos com estudantes de outros países.
As atividades em inglês disponíveis para download são todas separadas por faixa etária, para facilitar a organização do professor que leciona para diferentes turmas.
De maneira geral, as propostas voltadas aos estudantes de 7 a 11 anos têm como ponto de partida a descrição da rotina dos alunos em cada país, a cultura local, datas comemorativas, geografia e literatura. Para os mais velhos, as lições versam sobre formas de governo e estruturas sociais e introduzem discussões mais complexas e aprofundadas sobre o meio ambiente, populações e relações comerciais.
Para alcançar as escolas brasileiras, o Conselho Britânico realiza consultorias de apoio às unidades de ensino e estabelece parcerias com as secretarias de educação do país. Nos cinco anos da plataforma no Brasil, foram feitas parcerias com as secretarias estaduais de Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina e com as municipais de Votuporanga (SP) e Recife (PE).
Início e duração: lançado, mundialmente, em 2008 e no Brasil em 2009. A iniciativa segue até os dias atuais.
Local: o projeto está em 184 países do mundo.
Responsáveis: British Council (Conselho Britânico no Brasil)
Envolvidos e parceiros: secretarias de educação do Brasil, escolas públicas e privadas do Brasil e do globo.
Financiamento: British Council
Atualmente, são mais de 40 mil colégios parceiros, em 184 países. Diversas escolas já realizaram intercâmbios com escolas britânicas, favorecendo a troca cultural entre os alunos de forma prática e vivencial, a partir das atividades realizadas em sala de aula. No site, é possível acessar depoimentos de professores como Carlos Pereira Martins:
“O Projeto “Connecting Classrooms” tem proporcionado aos nossos alunos, professores e equipe gestora uma ampliação de seus horizontes culturais e sociais. Nossa escola nos últimos anos tem sido visitada por estrangeiros. Essas vistas despertam as atenções da nossa comunidade. Todos estamos convencidos de que a escola tem feito seu papel de centro gerador e facilitador de oportunidades para aquisição de novos conhecimentos e valores.
Nossos alunos sentem-se orgulhosos de mostrar aos visitantes suas atividades onde podem expor suas habilidades e talentos. Também fica evidente a importância da comunicação da Língua Inglesa como veículo de comunicação para obter conhecimentos a fim de melhorar a vida pessoal, social e profissional além de facilitar trocas experiências culturais entre outras coisas. Somando tudo isso fica evidente o que é ser um cidadão global. O mundo não se resume somente ao nosso bairro, cidade estado ou país”.
Contatos:
Site: www.connectingclassrooms.com.br
Endereço: (British Council no Brasil). Rua Ferreira de Araújo, 741 – São Paulo, SP Telefone: (11) 2126-7514 / 2126-7599
E-mail: [email protected], com cópia para [email protected]. (Falar com Igor Arraval: [email protected])