📄 Resumo: Conheça mais sobre a vida e a obra da educadora Nilma Lino Gomes, cujas contribuições são decisivas para o combate ao racismo no Brasil.
Farol no cenário da Educação e do combate ao racismo no Brasil, a vida e obra de Nilma Lino Gomes começa no ano de 1961 em Belo Horizonte (MG), onde nasce a professora.
Formada em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1988, ela continuou seus estudos na mesma instituição e conclui o mestrado em Educação em 1994. Nilma adentrou a carreira acadêmica como professora de Pedagogia da UFMG em 1995 e publicou seu livro A mulher negra que vi de perto, baseado em sua dissertação orientada por Kabengele Munanga.
Ela não parou por aí. Concluiu seu doutorado em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado, sob orientação de Boaventura de Sousa Santos, na Universidade de Coimbra, onde é professora associada até hoje.
Sua produção acadêmica é rica e diversificada, abordando temas como relações raciais, Educação e movimentos sociais. Em O movimento negro educador: Saberes construídos nas lutas por emancipação (Editora Vozes, 2017), obra consagrada, Nilma apresenta a capacidade de subverter a teoria educacional, repensar a escola, decolonizar os currículos e dar visibilidade às vivências dos sujeitos. A professora também contribuiu com o mundo da ficção infantojuvenil, com obras como Betina (2009) e O menino coração de tambor (2013).
Nilma também foi a primeira mulher negra a ser reitora de uma universidade federal no Brasil, a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), no Ceará, entre 2013 e 2014. Seu pioneirismo continuou quando assumiu, em 2015, o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, onde permaneceu até o golpe de 2016.
Entre suas ações enquanto integrante da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) do Ministério da Educação, entre 2010 e 2014, emitiu um parecer sobre o livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato. Ela argumenta que a obra apresenta os sujeitos negros e o universo africano de forma estereotipada, contribuindo para naturalizar o racismo no Brasil.
O trabalho e as ações de Nilma tem sido fundamentais para formular políticas de ações afirmativas, como o sistema de cotas, que têm contribuído para a democratização do acesso e permanência no Ensino Superior no Brasil, bem como para vincular Educação Básica e movimentos sociais. Esses esforços lhe renderam diversos prêmios e honrarias, como o Troféu Yalodê e o Prêmio Efigênia Francisca.