🗒 Resumo: Conheça mais sobre a vida e obra da pensadora, educadora e ativista Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, amplamente reconhecida pela luta contra o racismo e por promover a inclusão da história e da cultura afro-brasileira no currículo escolar.
Em 29 de junho de 1942, nasceu em Porto Alegre (RS) Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, filha única do pedreiro João Antônio e da professora de escola pública Regina, que inspirou seu caminho pela Educação.
Formou-se em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e, aos 21 anos, começou a lecionar na Escola Antão de Faria, hoje uma unidade estadual, que à época fazia parte de uma rede nacional de educandários gratuitos em comunidades vulnerabilizadas.
Hoje é mestra (1979) e doutora (1987) em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com pesquisas centradas na identidade e resistência cultural afro-brasileira. Também integrou a equipe que formulou o segundo Plano Estadual de Educação do Rio Grande do Sul.
Em 1989, foi aprovada em concurso para professora do Departamento de Metodologia do Ensino da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), em São Paulo, onde permaneceu até se aposentar em 2012. Neste período, coordenou programas e projetos dedicados à inclusão e valorização das culturas africanas e afro-brasileiras.
Em 2002, o Movimento Negro indicou Petronilha para o cargo de conselheira da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) e a especialista passa a ser a primeira mulher negra a integrar o CNE.
Neste cargo, foi relatora do parecer que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a Lei nº 10.639/03, um marco na promoção da igualdade racial e no reconhecimento da contribuição afro-brasileira para a formação da identidade nacional.
Em 2006, Petronilha participou da fundação do programa que reserva vagas para estudantes de escola pública, indígenas e negros da UFSCar. E hoje trabalha como pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFSCar, onde também coordena o Grupo de Pesquisa Práticas Sociais e Processos Educativos, e atua em grupos do Movimento Negro.
As pesquisas da educadora, como a tese “Educação e identidade dos negros trabalhadores rurais do Limoeiro”, foi fundamental para o reconhecimento da comunidade do Limoeiro como quilombo.
Além de professora emérita da UFSCar, Petronilha também recebeu vários prêmios e honrarias, como o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, concedido pela Presidência da República, e o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB), pela Universidade Federal do ABC e pela UFRGS.
Todos eles destacam sua incansável defesa por uma Educação antirracista, que reflita a diversidade e a riqueza cultural do país, e pela incorporação da história e a cultura afro-brasileira nos currículos escolares.
Em 2024, o governo federal lançou o Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva de Educação para as Relações Étnico-Raciais, que visa destacar e valorizar por meio de um selo de reconhecimento as secretarias de Educação que se destacam por políticas, programas ou ações voltadas à formação de profissionais da educação para a implementação da Lei nº 10.639/03.