Seja nos noticiários ou na porta de suas próprias casas, a catástrofe climática e política que assola o Rio Grande do Sul impacta as crianças e é fundamental que os adultos ao seu redor as ajudem a colocar em palavras o que elas vivem e sentem nesse momento. A literatura, por seu viés lúdico e imaginativo, abre uma janela de possibilidades para isso.

É com esse intuito que a psicóloga clínica Sabrina Führ divulgou a obra gratuita “E a chuva…“. Em poucas páginas, a narrativa fala sobre as enchentes, seus danos e as várias emoções que podem surgir.

O livro termina mostrando que paralelamente à catástrofe, há esperança e humanidade, apontando para a rede de solidariedade que foi mobilizada no Brasil para ajudar as vítimas das enchentes.

Em nota aos familiares e cuidadores, a psicóloga recomenda conversar com os pequenos sobre suas memórias e sentimentos e permitir que eles contem e recontem o que viveram quantas vezes for preciso.

“Esta é a forma que as crianças têm de processar suas memórias traumáticas”, diz Sabrina, lembrando que se elas não quiserem falar sobre o tema, também é preciso respeitar seu tempo.

Já em orientação aos adultos que vão conduzir a conversa, e também têm seus próprios traumas e sentimentos, a psicóloga afirma que não é preciso escondê-los: “Ser forte não significa não sentir e sim poder acolher as emoções e dar continuidade à vida”.