publicado dia 01/02/2023
12 materiais para trabalhar a educação política na escola
Reportagem: Da Redação
publicado dia 01/02/2023
Reportagem: Da Redação
Se por um lado a escola, sozinha, não consegue dar conta de frear o crescimento da intolerância e de atos antidemocráticos, sem o trabalho da educação política isso também não é possível.
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Este foi o tema de debate da Hora do Intervalo de janeiro, que explicou do que se trata a educação política, como ela acontece no cotidiano, e sua importância para formar cidadãos para os direitos humanos e a convivência com as diversidades.
Durante a live, Anna Cecília Simões, professora da EMEF Desembargador Amorim Lima, em São Paulo (SP), e Mariana Vilella, advogada especialista em direito público, terceiro setor e direito educacional, também indicaram materiais que podem apoiar esse trabalho nas escolas.
O educador, jurista e escritor brasileiro dizia que a escola pública é a máquina de construir democracia e suas obras são fundamentais para entender o papel da educação na política e vice-versa. “A escola precisa formar cidadãos aptos a conviver na diversidade”, diz Mariana.
A obra traz depoimentos de famílias, estudantes, educadores e profissionais de diversas áreas sobre a necessidade de mudanças no tradicional modelo de escola. Durante dois anos, os realizadores da obra visitaram iniciativas em oito cidades brasileiras.
“O documentário mostra a realidade de diferentes escolas que praticam a educação democrática, sintetizando de forma poética e clara como é possível fazer e onde já estão fazendo esse trabalho”, explica Mariana.
O material gratuito traz quatro dinâmicas: criando um país, jogo do parlamento, diversidade religiosa no conselho de escola e constituição federal e ações afirmativas no Supremo Tribunal Federal. “É possível trabalhar esses diferentes temas do Ensino Fundamental ao Médio”, orienta Mariana.
A dissertação de mestrado de Mariana estuda como a EMEF Amorim Lima construiu seu projeto pedagógico, em que a autonomia dos estudantes é o centro do trabalho.
“Explico as bases legais e os desafios concretos para fazer isso acontecer, como o envolvimento de toda a escola, para que este não seja um trabalho de um professor sozinho”, elucida.
Baseado em fatos reais, o filme conta a história da equipe que processa militares da ditadura argentina, mais conhecida como Julgamento das Juntas, o primeiro julgamento no mundo por um tribunal civil contra comandantes militares que tinham estado no poder. A obra está disponível na plataforma de streaming da Amazon.
“É um filme importante para debater reparação histórica. Não adianta jogar tudo para a escola, não tem educação política que dê conta de um país que não faz reparação histórica às vitimas de direitos humanos da ditadura militar ou não pune quem está financiando atos contra a democracia. As instituições tem que fazer seu papel”, analisa Mariana.
A obra discute as angústias que o professor sente na experimentação da pedagogia do diálogo e nas mudanças de atitudes práticas e teóricas que a escolha dessa concepção de educação implica.
“É sobre acolher o medo, desde que ele seja temperado pela ousadia, porque não devemos nos omitir quando der medo na hora de dizer coisas que acreditamos tanto. Toda vez que der um medo pedagógico, junta com mais gente, porque coletivo é uma palavra-chave”, diz Anna Cecília.
O diretor produziu obras como “Não Recomendados“, que mostra a potência das populações marginalizadas e discute exclusão social e direitos humanos, “Magic Words“, ouviu histórias de pessoas de todo o Brasil que não aprenderam a ler ou escrever, e “Rodantes“, que retrata a vida de pessoas que percorrem o país em busca de melhores condições de vida.
“Precisamos de um currículo como território de disputa que não se conforme com a existência de pessoas dita não recomendadas, que desenhe políticas públicas de inclusão curricular onde caibam todos, todas e todes, de verdade, e que considere nos temas geradores as necessidades de quem busca uma vida melhor”, afirma Anna Cecília.
A obra faz um retrato sobre o racismo no Brasil a partir de 46 entrevistas – são personalidades brasileiras e estrangeiras, da academia, da cultura, do esporte, da política, da economia, do judiciário, dos quilombos, da rua. “Essa é outra questão que precisamos discutir cada vez mais, que é entender por onde passa a nossa reparação histórica”, observa Anna Cecília.
A animação faz parte do projeto de pesquisa “Impactos do Mercúrio em Áreas Protegidas e Povos da Floresta na Amazônia: Uma Abordagem Integrada Saúde e Ambiente”, da Fiocruz, e pode mostrar para os estudantes por que o garimpo é um problema.
O autor argumenta que incluir no currículo das escolas a temática étnico-racial foi um divisor de águas, mas que essa política pública ainda apresenta dificuldades para ser implementada, e esmiúça essas questões.
“Um livro para trabalhar desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e Superior”, como indica Anna Cecília, porque explica o que é ser indígena e as particularidades de suas culturas. As aldeias, a língua e as artes são só alguns dos temas abordados, explicados de maneira simples, atrativa e ilustrada.
Extra! Centro de Referências em Educação Integral recomenda: Manual de Defesa Contra a Censura nas Escolas.
A publicação apresenta orientações jurídicas e estratégias político pedagógicas em defesa da liberdade de aprender e de ensinar, baseadas em normas nacionais e internacionais e na jurisprudência brasileira, bem como estratégias de como responder a novos tipos de ameaças que têm sido promovidas por movimentos e grupos ultraconservadores contra comunidades escolares.
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