publicado dia 09/05/2016

Edital reconhece iniciativas educacionais que reflitam sobre a ditadura no Brasil

De 09/05/2016 até 12/08/2016

Com informações da Coordenação de Direito à Memória e à Verdade

direitos luta forcaBuscando contribuir para fortalecer e inspirar práticas dedicadas à discussão sobre o período autoritário de 1964 a 1985, a Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da cidade de São Paulo lança o Edital de Educação em Direito à Memória e à Verdade nas escolas.

O objetivo do concurso é identificar, reconhecer, divulgar e incentivar iniciativas educacionais realizadas na rede municipal paulistana de ensino que sejam voltadas à promoção do conhecimento, do debate e da reflexão sobre a ditadura e suas implicações até os dias atuais.

Podem ser inscritos projetos desenvolvidos por gestores, educadores e estudantes que auxiliem na reflexão sobre a ditadura, na desconstrução da cultura de violações aos direitos humanos e valorização da democracia. As inscrições iniciam no dia 9 de maio e seguem até 12 de agosto.

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As iniciativas inscritas podem ser dedicadas à reflexão sobre a ditadura militar de modo amplo ou sobre aspectos específicos, como a violência de Estado e o seu legado no presente, o impacto da ditadura na cultura, na educação, na organização política, na configuração do espaço público (como mudanças no bairro e na cidade, referências a violadores de direitos humanos em nomes de ruas e equipamentos públicos); projetos que abordem acontecimentos específicos desse período, o aprofundamento sobre o perfil e biografia de alguém que tenha lutado pela democracia; vivências e memórias pessoais, familiares, da comunidade, entre outros.

Contexto

A escola e a educação foram vítimas do golpe de Estado que censurou, perseguiu e assassinou estudantes e educadores. A ditadura pôs fim ao ambiente de otimismo entre educadores que avançavam na construção de uma educação popular e emancipatória. No lugar da educação crítica voltada à formação de cidadãos, a reforma no currículo imposto pelo golpe militar estava calcada em uma visão autoritária da educação que valorizava exclusivamente a formação tecnicista para mercado de trabalho.

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Professores (da esquerda para direita): Ana Rosa Kucinski, Tito Arcoverde Cavalcanti, Anísio Teixeira, Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, Heleneide Nazaré, Haity Moussatché, Maria Yedda Linhares, Erney Camargo, Eulália Lobo, Luiz Hildebrando Pereira da Silva, Rubim Aquino, Victor Nunes Leal, Walter Oswaldo Cruz, José Grabois e Paulo Freire.

Mesmo com a democratização, muitos retrocessos na educação não foram revistos e superados. Ainda hoje a escola reflete o silenciamento da sociedade em relação às violências ocorridas. O desconhecimento e a ocultação sobre os atos praticados pelos agentes da ditadura atingem o ambiente escolar, reproduzindo a violência simbólica por meio da negação da verdade e da formação de uma sórdida lacuna na narrativa histórica nacional.

Esses fatores fazem com que a educação em direito à memória e à verdade, isto é, a educação comprometida com o debate e a reflexão sobre a ditadura militar, seja de extrema importância, inclusive para transformar a escola e a educação, fortalecendo o ensino crítico e a cultura democrática. Como vetor fundamental para a construção e a solidificação de valores, a escola é espaço fundamental para discutir o que significou viver com liberdades e com direitos cerceados, para se refletir sobre o sentido de combater o regime autoritário e lutar pela democracia em um período em que pairavam o medo, o silêncio, as prisões arbitrárias, as torturas e mortes. Apenas revendo o passado de dor é possível caminhar na valorização democrática e de uma cultura de respeito aos direitos humanos, para que as violações cometidas não se repitam. Educadores, gestores e estudantes são os agentes fundamentais dessa mudança.

O quê

Edital de Educação em Direito à Memória e à Verdade nas escolas

Quando

De 09/05/2016 até 12/08/2016

Mais informações

http://cdmvsmdhc.wix.com/edital

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