publicado dia 29/01/2015

Queremos que o Brasil seja uma pátria educadora?

Reportagem:

Por Vandré Brilhante

O gigante se diz acordar para a educação e o segundo mandato da Presidente Dilma adota o lema “Brasil, pátria educadora”. Mas será que o Brasil é mesmo essa pátria? Estamos todos nós, cidadãos, governos, empresas, sindicatos, associações e mídia preparados, para, primeiro, compreender o que é ser um educador e, em seguida, tornar-se um educador?

Por décadas e décadas fomos orientados que educação é responsabilidade das escolas e quando muito da família, mas hoje temos um país afundado em uma crise educacional, social e moral que nos impede de continuar crescendo economicamente e, acima de tudo, nos impede de construir uma sociedade mais colaborativa, ética e respeitosa. Um país em que professores paralisam as atividades por causa de seus salários precários, em que mais de 500 mil jovens tiram zero na redação do Exame Nacional do Ensino Médio, em que apenas três em 20 crianças que ingressam na Educação Básica conseguem concluir o Ensino Médio com aprendizado adequado e dão continuidade aos estudos no Ensino Superior.

Não temos mais opção. Somos obrigados a repensar essa tal educação e trazer para nós mesmos esta responsabilidade.

Vandré Brilhante é Diretor-Presidente do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS), organização que foi eleita, em 2015, a 5ª ONG mais importante do Brasil pelo prêmio TOP 500 NGOs.

A mídia e as falas mais inflamadas de nossos governantes pregam o óbvio: é preciso acabar com a corrupção, com a violência, com as mortes no trânsito, com o abuso e com a desordem social. Mas, raramente ouvimos discursos ou manchetes de jornais chamando cada um de nós brasileiros a assumir seu papel. Um papel de cidadão ou de instituição educadora que fortalece a escola do bairro e o senso de vizinhança; que combate os pequenos delitos; que está atento aos problemas que acontecem ao seu redor e que, acima de tudo, se movimenta para mudá-los.

Reverter este cenário onde a educação é delegada somente às escolas requer uma politica de estado, conversada e pactuada por todos, onde poder público, setor privado, sociedade civil e cada um dos cidadãos entendam claramente o seu papel e desenhem seus planos educadores. Se cada um de nós fizer sua parte, apoiando processos educativos nas mais diversas esferas, e em especial nas escolas, teremos sim uma pátria educadora.

Vencer este desafio é possível e necessário. Construir um futuro melhor começa, primeiramente, por confiar que o futuro será melhor. Por isso precisamos nos engajar e assumir nosso papel de cidadão responsável pelo futuro que queremos.

Uma pátria envolve questões geográficas, afetivas, culturais e históricas. Uma pátria é composta por seres humanos que, juntos, se reconhecem, se relacionam e se envolvem com ela. Uma pátria educadora estabelece políticas norteadoras para a sociedade se pautar, cobra dos governantes seriedade, ética e compromisso, estimula iniciativas que formam cidadãos educadores. Uma pátria educadora educa 24 horas por dia, em todos os canais e lugares. Uma pátria educadora tem educação melhor e gera mais paz, mais justiça, menos pobreza e mais prosperidade.

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