Publicado dia 16/12/2013

Competência

Existem diferentes formas de compreender o termo “competência” na educação. Muito em voga desde a década de 1990, o conceito ganhou forças com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996, que propunha, em seu texto, que o currículo escolar do ensino médio seja orientado para o desenvolvimento de competências fundamentais ao exercício da cidadania.

De acordo com o Dicionário Interativo da Educação Brasileira (Dieb), o Ministério da Educação adota em suas orientações uma abordagem de Jean Piaget (psicologia) e Noam Chomsky (linguística) para dialogar sobre o tema, entendo que as competências são ações de pensamento “em rede” (sistêmicas) necessárias para estabelecer e compreender “relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer”.

Em perspectiva semelhante, o sociólogo suiço Philippe Perrenoud defende que “competência é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar uma série de situações”.

O autor, que apresentou o conceito no livro 10 Novas Competências para Ensinar, relacionou as principais condições para se ensinar bem em uma sociedade em que o conhecimento está cada vez mais acessível.

As 10 Novas Competências para Ensinar são:

1- Organizar e dirigir situações de aprendizagem;
2- Administrar a progressão das aprendizagens;
3- Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;
4- Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
5- Trabalhar em equipe;
6- Participar da administração escolar;
7- Informar e envolver os pais;
8- Utilizar novas tecnologias;
9- Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
10- Administrar a própria formação.

Segundo o autor, a competência pressupõe operações mentais, capacidade para usar habilidades, emprego de atitudes adequadas à realização de tarefas.

Para a educadora Amelia Hamze, o conceito de competência é um conjunto simbólico de habilidades e está intimamente relacionado à ideia de laboralidade (do “fazer concreto”). Por isso, a escolha da perspectiva de educar por competências e habilidades aumenta a responsabilidade das instituições de ensino na organização dos currículos e das metodologias que propiciam a ampliação de capacidades como resolver problemas novos, comunicar idéias, tomar decisões.

Lino de Almeida, diretor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, por sua vez, fala sobre três formas de competência. A competência como condição prévia do sujeito, herdada ou adquirida – relacionada a talento, dom ou extrema facilidade; a competência como condição do objeto independente do sujeito que utiliza – por exemplo, quando julgamos um professor pela “competência” do livro que adota ou pela escola que leciona; e a competência relacional que considera a interação entre o sujeito e o objeto.

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