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Práticas

Contação de história inclusiva

A prática de contação de história inclusiva amplia o acesso cognitivo de crianças, adolescentes e jovens às diversas narrativas e linguagens literárias, promovendo o gosto pela leitura. A proposta é que estudantes com e sem deficiência participem de encontros literários como parte das atividades planejadas no calendário escolar. A narração das histórias acontece com suporte de recursos multissensoriais, manipulativos e digitais, que respeitam e valorizam os diferentes ritmos e os percursos de aprendizagem de cada estudante, promovendo a colaboração e a mediação entre pares.

Inspirada pela teoria histórico-cultural de Vygotsky, esta prática concebe o desenvolvimento humano a partir das relações sociais que o educando estabelece no decorrer da vida, considerando que o processo de ensino-aprendizagem também se constitui por meio das interações que vão se dando nos diversos contextos sociais. Ao compreender que a deficiência não constitui, em si, um impedimento para o desenvolvimento do indivíduo, Vygotsky aponta que os verdadeiros desafios para um aluno – com ou sem deficiência – estão nas mediações estabelecidas nos processos formativos.

Em outras palavras, pode-se dizer que, para o desenvolvimento do educando, o pensador centraliza seu enfoque nas possibilidades oferecidas pelas mediações estabelecidas durante as práticas de ensino-aprendizagem.

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Ao se tomar o conceito de mediação como uma forma de intervenção, deve-se estabelecer claramente uma intencionalidade pedagógica inclusiva que seja capaz de possibilitar trocas do indivíduo com o objeto de conhecimento, explorando sua constituição material e simbólica ao poder comparar, ordenar, explorar, classificar, criar, levantar hipóteses etc. Em última instância, uma mediação capaz de proporcionar múltiplas maneiras para ação e expressão dos estudantes, garantindo que os conteúdos estudados tenham sentido e aplicação prática, além de fomentar a criação de ambientes de confiança, generosidade, construção e responsabilidade coletiva.

Nesta perspectiva, o Desenho Universal da Aprendizagem aparece como modelo pedagógico que propõe, aos educadores, princípios e estratégias capazes de acomodar um largo espectro de educandos, valorizando a diversidade e reconhecendo suas múltiplas dimensões formativas. Para isso, currículos universalmente elaborados requerem uma variedade de opções de acesso, uso e engajamento com os materiais educacionais. Entretanto, o “universal” em Desenho Universal não implica numa solução para todos. Ao contrário, reflete uma consciência da natureza única de cada estudante e a necessidade de incluir as diferenças, criando experiências educativas significativas, capazes de desenvolver as habilidades e competências de modo personalizado.

A prática de contação de história inclusiva em desenho universal incentiva, então, os educandos com e sem deficiência a desenvolverem suas habilidades de expressão oral, leitura e escrita por meio da contação de histórias.

O que é Desenho Universal da Aprendizagem?

  • É um conjunto de estratégias, técnicas e materiais flexíveis.
  • Ele ajuda no aprendizado dos alunos com ou sem deficiência.
  • As informações são apresentadas de diversas maneiras.
  • Os alunos podem expressar o que sabem de diferentes formas.
  • São criadas estratégias múltiplas de fazer com que o aluno tenha desejo de continuar estudando e seja responsável pela sua aprendizagem.
  • O Desenho Universal da Aprendizagem é importante para todos, mas é determinante na vida das pessoas com deficiência intelectual.

Conheça mais na publicação “Desenho universal para livros didáticos”.

Como fazer

Planeje

No site da Rede de Leitura inclusiva é possível encontrar o contato de diversos locais no país que desenvolvem atividades de leitura, que emprestam ou produzem livros acessíveis, além de exemplos de boas práticas nessa área. Clique aqui e confira.

Selecione os livros que serão trabalhados e faça a análise dos seus conceitos-chave;

Implemente

Como fazer um tapete multissensorial

Para a confecção de um tapete multissensorial com materiais simples e de baixo custo, você vai precisar de: uma base de papel ou tecido, onde podem ser colados placas contendo diferentes materiais, como lixas, algodão, plásticos, sementes, tampas, entre outros ou se composto por tecidos com diferentes texturas.

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Materiais necessários

Aprendendo com quem faz

Mudando a Narrativa

O projeto “Mudando a Narrativa”, promovido pela Rede de Leitura Inclusiva do Rio de Janeiro, em parceria com a Fundação Dorina Nowill, centra esforços na contação de histórias com recursos de acolhimento e acessibilidade. Para isso, disponibiliza elementos multissensoriais para experimentação e apreensão de conceitos estruturantes do conto/história, além de materiais de apoio para compreensão da história e da estrutura do texto narrativo, como ilustração e sistema de escrita alfabética, em braille e em Libras.

Nesta construção do modelo de leitura para todos, são promovidas ações de incentivo à leitura inclusiva nas Bibliotecas Públicas Municipais do Rio de Janeiro, envolvendo pessoas com deficiência em todo processo de realização e fruição.

Outras atividades – A Fundação realiza, também, um importante serviço às pessoas com deficiência visual: a transcrição de obras de qualquer gênero para formatos acessíveis. O objetivo é atender, individual e gratuitamente, às necessidades de material para estudo, pesquisa ou trabalho de pessoas cegas e com baixa visão.

Acesse o site e veja como solicitar os livros.

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Ciranda Braillendo

O projeto é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Educação de Santos (Seed), por meio da Divisão de Educação Especial (Dieesp). A primeira edição do projeto foi realizada na Biblioteca Epifânio Dórea e reuniu professores e alunos com deficiência visual que possuem conhecimento da leitura e da escrita do sistema braille, a fim de fortalecer o aprendizado na leitura e na escrita do código.

Voluntários Ledores Conheça também a experiência da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, em Belo Horizonte. Lá, no setor de braille, voluntários chamados de “ledores” encontram pessoas com deficiência visual que queiram ler livros ainda não disponíveis de modo adaptado (em áudio ou no alfabeto próprio, em alto relevo).

Segundo Luciene do Santos, técnica da Dieesp e uma das coordenadoras do projeto, a ideia surgiu, em 2014, da necessidade de aprimorar o estudo do sistema braille. Para isso, a equipe buscou realizar uma prática diversificada, incluindo leitura e transcrição de cordéis, músicas, poemas e contos, utilizando amplamente o acervo do setor braille da biblioteca. Definiu-se, ainda, que o encontro ocorreria uma vez ao mês, durante seis meses. O planejamento inicial, que compreendia um ano, estendeu-se por mais dois, e seguiu até setembro de 2016.

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