Ensino-aprendizagem na cidade
Práticas

Criação de personagens históricos

A prática propõe a exploração do território como espaço de aprendizagem, a partir de uma abordagem relacionada à memória e à trajetória de determinado personagem histórico local. A proposta é aprofundar o conhecimento de um espaço que tenha relevância social, cultural, arquitetônica e/ou histórica, a partir do resgate da história contada por esse personagem, em visita guiada. É essencial que o professor realize, juntamente com os alunos, uma pesquisa acerca do vestuário, dos costumes e das memórias deste personagem.

As possibilidades são diversas em relação à utilização de personagens no processo de ensino-aprendizagem. Inspirar-se nas biografias de grandes nomes da História, Geografia, Biologia, Matemática, Literatura, entre outras disciplinas, é um dos caminhos possíveis. Explorar o espaço público, juntamente com as informações relacionadas à vida e à obra de cada personagem, é também uma forma de aplicar esta prática.

Por fim, a caracterização pode ser, ainda, uma forma lúdica de aprendizado, envolvendo pesquisa do vestuário e objetos utilizados pelo personagem em questão em determinada época. Neste caminho, tanto professores quanto alunos podem ser desafiados a se vestirem de seus personagens históricos preferidos, o que certamente envolverá muita pesquisa e uma boa dose de humor, facilitando a apreensão do conhecimento e o prazer dos estudantes em aprender.

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Caminhada com Dona Veridiana

O projeto Caminhada com Dona Veridiana foi idealizado pelo SESC Consolação, em razão do Festival de Turismo de 2014, realizado na cidade de São Paulo (SP). Para viabilizar esta ideia, o SESC mobilizou uma equipe de atores, diretores teatrais e historiadores, responsáveis por compor a personagem histórica Dona Veridiana, que residiu neste mesmo bairro, num casarão histórico da região.

Durante o percurso, a atriz que representa a Dona Veridiana apresenta informações sobre a arquitetura do bairro, os bens tombados da região, bem como o contexto histórico no qual a personagem histórica viveu. Ao final, o grupo realiza um lanche em um espaço público aberto, como um parque ou praça. A utilização de um personagem dá vida aos fatos e aproxima os estudantes da História.

Uma forma de se inspirar nesta iniciativa é incentivar os alunos a buscarem informações e pesquisarem sobre personagens históricos, apresentando suas ideias e, também, o contexto social e político em que viveram. O professor pode, também, caracterizar-se para uma aula ou convidar pessoas relevantes para participarem das atividades em sala. Uma dica é sempre valorizar os personagens históricos locais e/ou regionais.

Quem foi Dona Veridiana?

Veridiana Valéria da Silva Prado (1825 – 1910), a Dona Veridiana, foi uma das mulheres mais representativas do Brasil em sua época. Deu ao País uma família que se destacaria na economia, na política e na inovação social e cultural. Com os filhos já adultos, Veridiana separou-se do marido e construiu o palacete da Vila Buarque, o que causou grande choque na sociedade conservadora da época. Ali, criou um estilo de vida que celebrava a multiculturalidade brasileira. Sua ama de companhia era uma jovem negra, que sabia francês e era pianista. O mordomo era um índio botocudo. Tinha por cocheiro um suíço que, nos fins de tarde, levava Dona Veridiana para passear de coche pela atual Avenida Higienópolis.

Projeto História em Movimento

Quando a aula é sobre as Cruzadas — guerras de inspiração cristã da antiguidade —, um cavaleiro medieval adentra a sala. Sendo o tema o Islamismo, surge um muçulmano. Para o professor Márcio Felipe Almeida, a História como disciplina, ao contrário do que muitos pensam, não está parada no tempo. Por isso, ele criou o projeto História em Movimento, uma forma dinâmica de lecionar e atrair a atenção dos alunos.

Conheça também a prática promovida pelo professor de Língua Portuguesa Júlio César Sbarrais na Escola Estadual Padre Afonso Paschotte e o projeto “Jovem Explorador e o Ecomuseu”, realizado pela Escola Estadual Menezes Pimentel, Universidade Estadual do Ceará.

A ideia surgiu a partir do questionamento de seus alunos da graduação sobre a necessidade de o ensino de História ser mais moderno. Em 2015, eles criaram o evento História em Movimento, no Rio de Janeiro (RJ), no qual discutiam maneiras de modernizar o ensino da disciplina. Márcio aproveitou o nome e criou o projeto, começando a desenvolvê-lo junto aos alunos dos Ensinos Fundamental e Médio. “A primeira atividade foi transformar os estudantes em pequenos arqueólogos”, afirma Márcio, que dá aulas para os ensinos Fundamental e Médio do Colégio Abeu, e na graduação da Uniabeu. As unidades de ensino funcionam em Belford Roxo, Nilópolis e Nova Iguaçu.

Com o retorno positivo dos estudantes, Márcio não parou mais. A cada 15 ou 30 dias, ele promove uma oficina sobre o assunto ensinado. E, enquanto os celulares são barrados na maioria das salas de aula, o professor dá um jeito de integrar a tecnologia ao ensino. Os alunos podem tirar fotos e pesquisar na internet sobre o objeto que está sendo apresentado.

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