Participação educativa da comunidade
Práticas

Grupos interativos

Os grupos interativos são uma forma de organização dos alunos em sala de aula que promove a melhoria da aprendizagem, as relações interpessoais e a convivência, pontos centrais para a Educação Integral.

A proposta é dividir os estudantes de uma classe em subgrupos, garantindo a forma mais heterogênea possível: com diversidade de gênero, idioma, motivações, nível de aprendizagem e origem cultural. Aos grupos, são distribuídas diferentes atividades, preparadas pelos professores, que vão sendo trocadas entre os grupos em tempos de 15 a 20 minutos, até o término da classe. O importante é considerar que os conteúdos das atividades realizadas nos grupos interativos sejam trabalhadas anteriormente pelo professor.

Cada um dos grupos é tutorado por profissionais da escola ou da comunidade, como pais, ex-alunos, funcionários do colégio, estagiários e até mesmo os próprios professores que, voluntariamente, entram em aula para favorecer as interações.

Neste processo, os voluntários têm como responsabilidade garantir que todos do grupo participem e contribuam solidariamente com a resolução das tarefas propostas.

A formação destes grupos faz com que as interações ocorram o tempo todo e se multipliquem, pois os alunos resolvem as atividades colaborando entre si, por meio de um diálogo igualitário. A vantagem desta prática é que os estudantes podem interagir enquanto aprendem a matéria.

Garantir a heterogeneidade é importante para que os estudantes possam compartilhar as suas experiências com os colegas, ensinando uns aos outros. Neste momento, o mediador colabora, incentivando que quem terminou primeiro a tarefa ajude os demais a concluírem.

Os grupos interativos podem acontecer em todas as matérias e em todas as faixas etárias.

Os grupos interativos são uma Atuação Educativa de Êxito (AEU), conforme identificou o projeto de pesquisa europeu INCLUD-ED (Estrategies for inclusion and social cohesion in Europe from education), selecionado pela Comissão Europeia. AEUs são práticas que contribuem para a melhoria do desempenho escolar e da convivência e incentivam atitudes solidárias nas escolas. A pesquisa concluiu que as práticas indicadas como Atuação Educativa de Êxito têm efetividade em qualquer contexto educacional e social.

 

Como fazer

Planeje

O voluntário tem um papel fundamental nessa prática. Saiba como apoiá-lo neste guia preparado pelo Instituto Natura e também como formá-lo para uma atuação ainda mais efetiva.

Implemente

Avalie

Institucionalize

Confira na publicação “Comunidade de Aprendizagem – Grupos Interativos” algumas dicas e orientações para implementar essa prática.

Materiais necessários

Aprendendo com quem faz

EMEB Ester Catarine Lozan

Os grupos interativos são praticados em escolas que atuam como Comunidades de Aprendizagem. Este é um projeto desenvolvido pelo Instituto Natura, que se baseia em uma série de Atuações Educativas de Êxito. Elas são direcionadas para a escola, mas buscam integrar todo o entorno da instituição de ensino.

A proposta tem como objetivo a transformação educacional e social, de maneira a qualificar a aprendizagem em todos os níveis, assim como garantir a convivência solidária entre todos os agentes da comunidade escolar.

A Escola Municipal de Ensino Básico Ester Catarine Lozano, localizada em Cajamar (SP), é um exemplo de comunidade de aprendizagem. Ela promove atividades em grupos interativos com crianças de 4 e 5 anos. Os grupos acontecem quinzenalmente, desde maio de 2016, em três turmas da Educação Infantil. As professoras Valdineia Oliveira, Márcia Guercione e Marina Menezes são responsáveis pela implementação da atividade.

As docentes organizam os grupos interativos a partir do uso de diferentes linguagens. As crianças são divididas e fazem rodízio nos seguintes agrupamentos: ateliê de pintura, leitura, jogos matemáticos e educação do movimento. Elas circulam nestes espaços utilizando-se de diversas linguagens da produção de conhecimento.

Os pais e as mães das crianças têm atuado como voluntários e avaliado positivamente a forma de organização da sala de aula. Eles atuam como mediadores do conhecimento, realizando, por exemplo, a leitura de uma história, pintando um quadro e conduzindo um jogo matemático.

A presença dos voluntários tem sido fundamental para avaliar o desempenho das crianças, uma vez que eles são também responsáveis por observar as expressões, falas, gestos e as diferentes maneiras de a criança viver a situação de aprendizagem. É uma maneira de contribuir com o professor na identificação das habilidades dos alunos, suas melhorias e deficiências.

A professora Valdinéia afirma que os pais a auxiliaram, por exemplo, a perceber que alguns alunos já sabiam utilizar o pincel no grupo do ateliê de pintura, e que outras crianças, nos circuitos de movimentos, tinham dificuldade em andar equilibrando objetos sobre pneus, uma das atividades realizadas.

Participação da comunidade

Os grupos interativos são uma prática que fomenta a participação educativa da comunidade, ou seja, que envolve e engaja os familiares dos alunos e moradores de um território no processo de ensino-aprendizagem, valorizando, assim, os saberes locais.

Veja, nos materiais abaixo, dicas de como promover essa aproximação entre escola e comunidade de uma maneira mais efetiva:

Especialistas e educadores são unanimes no reconhecimento de que a família é essencial na educação integral dos estudantes. A realidade, no entanto, mostra que este processo é complexo e requer estratégias para que este direito seja efetivamente cumprido. O Centro de Referências em Educação Integral entrevistou a pesquisadora Susan Sherindan, da Universidade de Nebraska-Lincoln (EUA), que apontou algumas estratégias que podem ser adotadas para fortalecer esse vínculo. Confira a entrevista completa.
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