Os grupos interativos são uma forma de organização dos alunos em sala de aula que promove a melhoria da aprendizagem, as relações interpessoais e a convivência, pontos centrais para a Educação Integral.
A proposta é dividir os estudantes de uma classe em subgrupos, garantindo a forma mais heterogênea possível: com diversidade de gênero, idioma, motivações, nível de aprendizagem e origem cultural. Aos grupos, são distribuídas diferentes atividades, preparadas pelos professores, que vão sendo trocadas entre os grupos em tempos de 15 a 20 minutos, até o término da classe. O importante é considerar que os conteúdos das atividades realizadas nos grupos interativos sejam trabalhadas anteriormente pelo professor.
Cada um dos grupos é tutorado por profissionais da escola ou da comunidade, como pais, ex-alunos, funcionários do colégio, estagiários e até mesmo os próprios professores que, voluntariamente, entram em aula para favorecer as interações.
Neste processo, os voluntários têm como responsabilidade garantir que todos do grupo participem e contribuam solidariamente com a resolução das tarefas propostas.
A formação destes grupos faz com que as interações ocorram o tempo todo e se multipliquem, pois os alunos resolvem as atividades colaborando entre si, por meio de um diálogo igualitário. A vantagem desta prática é que os estudantes podem interagir enquanto aprendem a matéria.
Garantir a heterogeneidade é importante para que os estudantes possam compartilhar as suas experiências com os colegas, ensinando uns aos outros. Neste momento, o mediador colabora, incentivando que quem terminou primeiro a tarefa ajude os demais a concluírem.
Os grupos interativos podem acontecer em todas as matérias e em todas as faixas etárias.
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Materiais necessários
EMEB Ester Catarine Lozan
Os grupos interativos são praticados em escolas que atuam como Comunidades de Aprendizagem. Este é um projeto desenvolvido pelo Instituto Natura, que se baseia em uma série de Atuações Educativas de Êxito. Elas são direcionadas para a escola, mas buscam integrar todo o entorno da instituição de ensino.
A proposta tem como objetivo a transformação educacional e social, de maneira a qualificar a aprendizagem em todos os níveis, assim como garantir a convivência solidária entre todos os agentes da comunidade escolar.
A Escola Municipal de Ensino Básico Ester Catarine Lozano, localizada em Cajamar (SP), é um exemplo de comunidade de aprendizagem. Ela promove atividades em grupos interativos com crianças de 4 e 5 anos. Os grupos acontecem quinzenalmente, desde maio de 2016, em três turmas da Educação Infantil. As professoras Valdineia Oliveira, Márcia Guercione e Marina Menezes são responsáveis pela implementação da atividade.
As docentes organizam os grupos interativos a partir do uso de diferentes linguagens. As crianças são divididas e fazem rodízio nos seguintes agrupamentos: ateliê de pintura, leitura, jogos matemáticos e educação do movimento. Elas circulam nestes espaços utilizando-se de diversas linguagens da produção de conhecimento.
Os pais e as mães das crianças têm atuado como voluntários e avaliado positivamente a forma de organização da sala de aula. Eles atuam como mediadores do conhecimento, realizando, por exemplo, a leitura de uma história, pintando um quadro e conduzindo um jogo matemático.
A presença dos voluntários tem sido fundamental para avaliar o desempenho das crianças, uma vez que eles são também responsáveis por observar as expressões, falas, gestos e as diferentes maneiras de a criança viver a situação de aprendizagem. É uma maneira de contribuir com o professor na identificação das habilidades dos alunos, suas melhorias e deficiências.
A professora Valdinéia afirma que os pais a auxiliaram, por exemplo, a perceber que alguns alunos já sabiam utilizar o pincel no grupo do ateliê de pintura, e que outras crianças, nos circuitos de movimentos, tinham dificuldade em andar equilibrando objetos sobre pneus, uma das atividades realizadas.
Participação da comunidade
Os grupos interativos são uma prática que fomenta a participação educativa da comunidade, ou seja, que envolve e engaja os familiares dos alunos e moradores de um território no processo de ensino-aprendizagem, valorizando, assim, os saberes locais.
Veja, nos materiais abaixo, dicas de como promover essa aproximação entre escola e comunidade de uma maneira mais efetiva: