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O LADO HUMANO DA MATEMÁTICA

Mostrando a perspectiva histórica e prática sobre conceitos matemáticos para os estudantes.

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Plantão Pedagógico

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Prática elaborada por Paulo Holanda, professor de Matemática do NAVE Recife

PLANO DE VOO

Todas as fórmulas e conceitos matemáticos foram concebidos em um determinado contexto histórico e social e, provavelmente, surgiram de algum problema prático. Mas, no ensino da Matemática é comum que esse cenário mais amplo se perca.

Por isso, iniciar uma aula contando para os estudantes a história do surgimento do conceito que será apresentado e sua utilização concreta é uma oportunidade de despertar a curiosidades nos alunos e mostrar como o conhecimento é construído, sua conexão com a vida real e a contribuição de diferentes povos para a área.

A prática tem relação, ainda, com as competências de Repertório Cultural e Pensamento Científico, Crítico e Criativo da BNCC.

“Por vezes os alunos se queixam do modo como a matemática é ensinada: algo mecânico, um exercício de repetição. Então, essa prática vem dar sentido para o que eles fazem, e mostra que a matemática é uma linguagem, é humana”, afirma o professor idealizador Paulo Holanda.

Crédito: Carlos Fernando - Guanabaratejo
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Pilotando

1. Olhando para o passado e o presente

Antes de introduzir um novo conteúdo matemático para os estudantes, busque pontos de contato entre esse tema e os saberes de outras áreas, o contexto histórico daquela descoberta ou alguma curiosidade.

O livro A História da Matemática, de Carl Boyer, pode ser uma boa fonte para essas pesquisas. Nele, o autor conta, por exemplo, que a equação de segundo grau tem raízes no Antigo Egito, quando era preciso multiplicar os lados para calcular a área de uma construção.

A Matemática também tem relação com a Filosofia, e muitos pensadores já versaram a respeito. Richard Bach é um deles: “Nada acontece por acaso. Não existe a sorte. Há um significado por detrás de cada pequeno ato". E esse conceito pode disparar debates e reflexões com a turma sobre probabilidade.

Outro viés interessante é o da Etnomatemática, área de estudo que evidencia a contribuição de povos como os indígenas, ribeirinhos e ciganos para a área, mostrando que outras culturas também são produtoras de conhecimentos. 

As relações da Matemática também podem ser feitas com o mundo contemporâneo. Ela pode partir, por exemplo, da temática de dados estatísticos e percentuais sobre a realidade brasileira. Vale ficar de olho em oportunidades de usar conhecimentos matemáticos para compreender acontecimentos recentes na região e no país.

2. Preparando a aula

Feita a pesquisa, organize a estrutura da aula: os primeiros momentos devem ser dedicados a contextualizar o conceito matemático e ganhar o interesse dos estudantes. 

Um exemplo: se o tema da aula for função exponencial, você pode começar perguntando por que a epidemia do novo Coronavírus preocupou tanto os governos. Deixe que os alunos debatam e, em seguida, apresente a eles o número de casos registrados ao longo das semanas, evidenciando a rapidez de contágio. Mostre que esses dados, quando em um gráfico, formam uma curva, muito semelhante com a função exponencial. É a partir disso que se pode discutir, de maneira concreta, todo o conhecimento de funções.

Outra possibilidade é pedir que os próprios estudantes pesquisem sobre a história e aplicação de um determinado conhecimento, como o da probabilidade, que teve origem durante as Grandes Navegações, quando era necessário fazer um seguro das viagens, analisando as chances de sucesso do empreendimento. Explique que eles deverão se organizar para fazer uma pequena apresentação no início da aula sobre o tema, só depois o professor entrará em ação.

No dia das atividades, esteja atento para o que desperta a curiosidade dos estudantes, e as novas oportunidades de trazer conhecimentos de outras áreas para as aulas de matemática.

Equipagem

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