Os fab labs (fabulous laboratory ou laboratório fabuloso) são laboratórios de criatividade que fomentam o espírito de inovação, oferecendo acesso às tecnologias de fabricação digital, eletrônica, técnicas tradicionais (marcenaria, elétrica e eletrônica), além de práticas artísticas. São espaços para criar, testar, errar, aperfeiçoar e desenvolver projetos de experimentação. Por meio de dinâmicas colaborativas de criação e compartilhamento do conhecimento, os fab labs permitem que os educadores e educandos ressignifiquem seus processos de aprendizagem, seja por meio de projetos individuais e/ou coletivos.
Esses laboratórios têm sua origem no movimento maker ou “faça você mesmo” e estão espalhados por universidades, indústrias, equipamento culturais e escolas em todo o mundo. São espaços de experimentação que permitem que as pessoas fabriquem objetos e protótipos de forma rápida, barata e experimental, apoiadas por metodologias que estimulam, primeiramente, a prática (ainda que intuitivamente) e só depois a teorização dos conteúdos específicos.
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O conceito é muito difundido nos EUA e vem crescendo no Brasil, trazendo novas formas de reorganizar os conteúdos curriculares e estimulando novas dinâmicas de ensino-aprendizagem, dentro e fora do espaço escolar. O projeto FabLab@School, criado em 2008 pelo brasileiro Paulo Blikstein, foi a primeira iniciativa que levou os fab labs para dentro da escola. Como espaços de criação que favorecem a autonomia, o protagonismo, a curiosidade e muita criatividade, estes laboratórios permitem que os educadores acrescentem o componente da experimentação à sala de aula.
Entretanto, apesar de o movimento maker ser naturalmente associado à tecnologia, não se deve limitá-lo às escolas privadas de alto padrão. Mais relevante do que ter um laboratório equipado com computadores, impressoras 3D, cortadora a laser e fresadoras, o que define o real sentido da cultura maker é que seja cultivada, na comunidade escolar, a liberdade para que os estudantes busquem os temas que os mobilizam, garantindo sentido e legitimidade aos processos criativos.
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Fab Lab Livre SP
As escolas de São Paulo contam, desde 2015, com uma Rede Pública de Laboratórios de Fabricação Digital (Fab Lab Livre SP). O fab lab é um laboratório de criatividade, aprendizado e inovação, acessível a todos interessados em criar, desenvolver e construir projetos. Por meio de processos colaborativos de criação, compartilhamento do conhecimento e do uso de ferramentas de fabricação digital, o Fab Lab Livre SP traz à população de São Paulo a possibilidade de aprender, projetar e produzir diversos tipos de objetos, e em diferentes escalas.
Os laboratórios são equipados com impressoras 3D, cortadoras a laser, plotter de recorte, fresadoras CNC, computadores com software de desenho digital CAD, equipamentos de eletrônica e robótica, e ferramentas de marcenaria e mecânica. Os Fab Labs Livre SP contam com uma equipe dinâmica, que incentiva o aprendizado compartilhado e a criatividade por meio do fazer, realizando cursos e orientando o desenvolvimento de projetos.
Frutos de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de São Paulo e o Instituto de Tecnologia Social, os Fab Labs Livre SP oferecem formações, oficinas e palestras, disseminando a produção do conhecimento em tecnologia, ciência, arte e inovação. Ao todo, são 12 laboratórios que integram a Rede Pública de Laboratórios de Fabricação Digital, abrangendo todas as regiões do município.
Como exemplo, na parceria entre o Fab Lab – Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes e uma escola pública de Sapopemba (zona leste de São Paulo), os alunos, orientados pelos educadores e monitores do laboratório, criaram um microscópio de Ciências, reutilizando os materiais subaproveitados, como lentes de webcams que foram descartadas, MDFs e arames.
Materiais necessários
Como implementar a cultura maker na educação
A empresa Makers sistematizou uma série de práticas que passou a desenvolver junto às escolas em várias partes do País. O fundador da consultoria, Ricardo Cavallini, acredita que, seja qual for o método de ensino, a escola pode tirar proveito da cultura maker e de suas tecnologias, mas é preciso fazer adequações. Conheça, nesta publicação, as várias possibilidades de atividades a serem promovidas pelas escolas.