A elaboração e banca de projetos é uma prática pedagógica focada na experimentação e circulação dos estudantes no território. Nessa proposta, os alunos trabalham coletivamente na identificação de uma ideia relevante para eles e de impacto para a comunidade onde vivem, e desenvolvem uma proposta de intervenção, por meio de um projeto.
A iniciativa contempla uma pesquisa no território, a justificativa da ideia, além de aspectos operacionais. Os estudantes contam com a orientação de uma pré-banca, que avalia a ideia inicial, e de uma banca, com o projeto completo.
Leia + Saiba o que é o aprendizado baseado em projetos
Ao voltar a atenção para possibilidades e espaços do bairro que são pouco utilizados, os jovens passam a explorar recursos invisíveis, tanto em si próprios quanto na população que pretendem beneficiar em seus projetos.
Sugere-se que as ações devam perseguir o horizonte ético da cidadania, da solidariedade e da crítica. Isso indica alguns parâmetros para o trabalho de formação dos jovens:
Planeje
Implemente
Árvore Lógica
Uma ferramenta interessante a ser utilizada para a redação formal do projeto é a Árvore Lógica. Sua estrutura traz clareza e foco, facilita a análise do contexto, a formulação dos objetivos e de ações previstas para o projeto. É por meio da escrita que novos ajustes e adequações serão feitos – o projeto ganhará, então, mais proximidade e sentido, a idealização da ação esclarecerá pouco a pouco o papel de cada um no grupo, as projeções tornam-se mais realistas, a pesquisa ganha novas proporções, e outras experiências, como a busca de parceiros e recursos para o projeto, começam a se materializar. Conheça o passo a passo de como utilizar a Árvore Lógica no guia “Tecnologia social para a juventude”, nas páginas 42 a 46.
Avalie
Institucionalize
Materiais necessários
Dica Conheça duas sugestões de atividades que podem ser utilizadas como parte da prática de elaboração de projeto: Projetos para superar desafios reais e A comunidade que queremos
Programa Jovens Urbanos
A elaboração e banca de projetos é uma das ações do Programa Jovens Urbanos, uma iniciativa da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Cenpec – Educação, Cultura e Ação Comunitária. Criado em 2004, o programa busca promover, na perspectiva da educação integral, a ampliação do repertório sociocultural de jovens que vivem em territórios urbanos vulneráveis.
Nesta ação, os alunos são estimulados a criar propostas práticas de atuação, mobilização, articulação e intervenção na vida pública de sua comunidade. Os projetos são trabalhados pelos grupos, junto aos educadores, e contêm objetivo, justificativa, plano de ação e orçamento. O plano de ação articula as habilidades e competências trabalhadas durante todo o percurso formativo e dialoga com a realidade das comunidades que participam.
Antes de escreverem seus projetos, os jovens participam de experimentações, nas quais aprofundam conhecimentos em oficinas de teatro, fotografia, artes circenses, hip-hop, grafite, entre outras.
Em seguida, elaboram suas propostas de intervenção no território. Há iniciativas em várias frentes: Intervenção Urbana e Meio Ambiente; Linguagens das Artes; Produção Cultural; Multimeios; Comunicação e Tecnologia; e Empreendedorismo e Serviços Criativos.
Os projetos são apresentados a uma banca para avaliação, que leva em conta os seguintes critérios:
Um dos diferenciais desta ação é o oferecimento de um incentivo financeiro, de R$ 500 a R$ 3.000, para cada grupo de jovens, definido a partir da apresentação do projeto na pré-banca. Com este recurso, os jovens viabilizam o projeto e, no caso de iniciativas com potencial de crescimento, são recomendados para outros programas, como o VAI (Valorização de Iniciativas Culturais), realizado pela prefeitura de São Paulo. Conheça aqui os projetos desenvolvidos pelos jovens em 2015.
Programa Aprendiz Comgás
A Associação Cidade Escola Aprendiz, em parceria com a empresa Comgás, desenvolveu, durante 14 anos, o Programa Aprendiz Comgás. A elaboração e implementação de projetos por jovens de 14 a 18 anos sempre foi o foco central da iniciativa.
O percurso formativo previa três trajetórias: Explorar, Focalizar e Agir. Na primeira, a ideia era ajudar os jovens a ampliarem o (re)conhecimento de si e do mundo, potencializando as interações entre eles e a cidade. A segunda contemplava uma série de atividades a fim de possibilitar aos jovens escolher uma situação-problema, conhecê-la e elaborar um projeto de ação: mapeamento e diagnóstico do território e elaboração de projeto. E, por fim, a etapa Agir, reunia ações para que o projeto pudesse ser colocado em prática: oficinas de articulação de parcerias, experimentações práticas da ação, avaliação dos resultados etc.
Todo o material com a metodologia está disponível para que ela seja replicada nas escolas:
Para saber mais
– Coleção Tecnologias do Bairro-Escola – Volume I – Pesquisa-ação comunitária
– Publicação – Marcos conceituais e metodológicos do Programa Jovens Urbanos