A exploração e o reconhecimento do território permitem uma série de aprendizagens que ampliam e trazem novas perspectivas para os conhecimentos adquiridos em sala de aula. O circuito de aprendizagem é uma oportunidade para que os estudantes conheçam o lugar em que vivem e aprendam com vivências e práticas culturais concretas.
Ao definirem um tema e elaborarem um roteiro de pesquisa, os alunos fazem um circuito de visitação em espaços relacionados ao tema de pesquisa, a partir do qual professores e estudantes exploram a comunidade e fazem conexões com o conteúdo apreendido na escola. Após este percurso, eles sistematizam as aprendizagens em um produto final.
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Esta prática possibilita às crianças e aos jovens identificar as características do lugar, vivenciar seus conflitos e propor soluções para enfrentá-los, uma vez que é no território que as diferenças culturais e sociais se estabelecem e se reproduzem.
O circuito de aprendizagem proporciona a circulação nas ruas e a ocupação dos espaços de convivência – isto é, o reconhecimento do espaço público -, o que demarca o direito à cidade. É nos percursos que os estudantes conhecem os caminhos, as pessoas e compreendem a diversidade e as desigualdades que caracterizam a sociedade. Ao vivenciarem o território, acumulam insumos sobre o lugar em que vivem, dando ênfase a uma educação com foco também na cidadania.
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Coletivo Reagente
O Coletivo Reagente – formado por um grupo de jovens de 15 a 21 anos, egressos da formação Repórter Aprendiz, da Associação Cidade Escola Aprendiz, realizou, na cidade de São Paulo (SP), o circuito Investigando a Selva de Pedras. A atividade teve o objetivo de promover o reconhecimento da cidade e do indivíduo nos espaços urbanos. A proposta foi perceber a cidade como um corpo urbano e, assim, investigar seus membros por meio do circuito de aprendizagem.
O método consistiu em projetar a cidade em um boneco: a cabeça representou a cultura; os braços, o trabalho; as pernas, o transporte; e coração, os cidadãos. A partir disso, os jovens foram divididos nas áreas de investigação: cultural, trabalho, transporte e cidadãos. Em cada uma dessas instâncias, estudantes de escolas particulares de São Paulo, organizados pelo CISV Brasil, tiveram de cumprir missões de reconhecimento como, por exemplo: colher um depoimento de um cobrador de ônibus sobre o transporte em São Paulo, coletar panfletos de centros culturais e fotografar três pessoas trabalhando. Todos os pontos e tarefas foram organizados e o circuito elaborado pelos jovens do Coletivo Reagente.
Após o circuito, o grupo de 30 estudantes retornou à sede do coletivo, onde todo o material coletado ao longo do dia foi utilizado para a montagem do boneco. Ao coração, ficou reservado para as pessoas com as quais o grupo pode encontrar no circuito. Por fim, foi realizada uma discussão sobre a experiência.