Diante da ampliação das desigualdades, recursos vão auxiliar os estudantes e suas famílias a terem condições de permanecer na escola
O trabalho de enfrentamento à exclusão escolar sempre existiu em Alagoas, com acompanhamento próximo aos estudantes e trabalho intersetorial e contextualizado a cada território. Com o agravamento das desigualdades sociais durante a pandemia, essas ações precisaram ser ampliadas e a Secretaria Estadual de Educação criou bolsas de estudo para apoiar a garantia de condições.
“Percebemos que nossos estudantes não estavam voltando porque se viram na necessidade de trabalhar para poder ajudar a família. Então essas bolsas vêm para que eles não precisem trabalhar”, explica Dileusa Costa, gerente de apoio à Gestão Escolar e coordenadora estadual da Busca Ativa Escolar em Alagoas.
Para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a bolsa criada se chama “Vem que dá tempo“, em um entendimento de que não é tarde demais para continuar aprendendo e se desenvolvendo. Ela oferece recursos para os estudantes poderem estudar e trabalhar no turno que precisarem.
Há também o “Cartão Escola 10”, que vai oferecer 100 reais por mês, a partir de 2022, se os estudantes tiverem uma frequência de 80% em sala de aula, um benefício de 500 reais para quem voltar às aulas presenciais nas escolas estaduais e outro de 2 mil reais para os concluintes do Ensino Médio.
Professores também são contemplados com o programa
Os professores da rede estadual podem concorrer às bolsas de 1,5 mil reais do programa “Professor Mentor”, em que cada educador selecionado indica um estudante para ser monitor – que também é contemplado com uma ajuda financeira: receberá 250 reais. Dessa forma, cada escola terá um professor e um aluno mentor por turma e, juntos, vão desenvolver um plano acadêmico para trabalhar com iniciação científica na educação básica.
“É direito do estudante estar na escola e dever da família, da sociedade e do estado garantir que ele possa continuar estudando. Isso pode envolver ajuda financeira, mas também toda a rede de proteção à criança e ao adolescentes”, afirma Dileusa.
Nesse sentido, a Secretaria Estadual de Alagoas promove uma série de outras ações, como a “Semana da Busca Ativa Escolar”, que mobiliza o estado inteiro, em parceria com as escolas municipais, em prol do enfrentamento à exclusão escolar, e o “Dia D”, um evento anual que acontece nas escolas e em seus entornos com campanhas de busca ativa.
Desde 2019, Alagoas também implementou a estratégia do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de Busca Ativa Escolar que, além da plataforma, oferece suporte teórico.
“Com essas ações, dos nossos mais de 30 mil estudantes afastados da escola no início da pandemia, conseguimos reduzir esse número para 11 mil em agosto de 2021, um quantitativo que vai continuar a diminuir ao longo do tempo, porque vamos continuar implementando todas as estratégias possíveis para as crianças, jovens e adultos voltarem a estudar”, pontua Dileusa.
*Foto: Jonathan Lins/Secretaria de Educação do Estado de Alagoas