publicado dia 17/09/2014

Para o rapper Emicida, chamar alguém de macaco é jogar fora sua humanidade

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Dias após o episódio de racismo no jogo do Santos e Grêmio em que o goleiro santista foi chamado de macaco por torcedores gremistas, o rapper paulistano Emicida debate, em entrevista, o racismo na sociedade brasileira e as dificuldades e o papel da escola em enfrentá-lo.

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Foto: Caio Palazzo/Ponte

Foto: Caio Palazzo/Ponte

Questionado como uma criança negra se sentiria se estivesse no estádio e presenciasse o xingamento de “macaco”, Emicida revela a perversidade do racismo. “Você sente vergonha da cor da sua pele, se sente errado, você se sente feio e se sente menos. A pessoa vai se esforçar para o resto da vida para permanecer invisível para não ser agredida.”

O rapper relata que é demorado o processo de entender o racismo e se perceber como vítima de racismo, explicando que foi por meio de artistas como Racionais M.C., Sistema Negro, Consciência Negra que tomou consciência da questão. “A gente começa a falar sobre o racismo na adolescência, mas a gente sofre ele desde pequeno. O combate ao racismo tem que vir de dentro da escola.”

Emicida destaca que o enfrentamento ao racismo demanda, primeiramente, que a sociedade reconheça a sua existência. “Enquanto houver a cultura de negação do racismo, não há como contar com seriedade e é isto que ocorre no Brasil.”

Confira a íntegra da entrevista realizada pela jornalista Maria Carolina Trevisan da /Ponte.

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