publicado dia 30/03/2015

Maior desafio de Renato Janine Ribeiro será implementar o PNE

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Após quase duas semanas de espera, Renato Janine Ribeiro foi escolhido pela presidenta Dilma Rousseff como o novo ministro da Educação. O anúncio oficial foi feito na sexta-feira, 27 de março. Ao redor de 16 nomes haviam sido cogitados para ocupar a pasta, entre eles, o de Janine que, entretanto, não era visto como um dos favoritos. 

Quem é?

Renato Janine Ribeiro é professor titular de Ética e Filosofia Política na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), na qual se doutorou após defender mestrado na Sorbonne. Tem se dedicado à análise de temas como o caráter teatral da representação política, a idéia de revolução, a democracia, a república, a cultura política brasileira. Entre suas obras destacam-se “A sociedade contra o social: o alto custo da vida pública no Brasil” (2000, Prêmio Jabuti de 2001) e “A universidade e a vida atual – Fellini não via filmes” (2003). Foi presidente da Comissão de Cooperação Internacional da USP (1991-94) e membro do Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre 1993 e 1997. Ocupou na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1997-99) os cargos de Secretário e de Conselheiro. Entre 2004 e 2008, ocupou a Diretoria de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).

“Na quinta-feira recebi uma ligação do ministro Aloízio Mercadante, me convidando a ir a Brasilia para vermos a possibilidade de eu ocupar este cargo. Aceitei.”, declarou o professor em sua página de uma rede social.

O anúncio foi bem recebido entre gestores e especialistas em Educação, que apontaram os principais desafios do novo ministro.

“O principal desafio do novo ministro será implementar o Plano Nacional de Educação 2014-2024, sancionado sem vetos pela presidenta Dilma Rousseff. Embora tenha sido aprovado com votos de todos os partidos, quase alcançando a unanimidade dos parlamentares do Congresso Nacional, o PNE ainda não saiu do papel. O que, no mínimo, contradiz o lema governamental ‘Brasil: Pátria Educadora‘.”, escreveu em seu blog Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e membro do Fórum Nacional de Educação.

Especialistas entrevistados pelo Centro de Referência em Educação Integral, após a saída de Cid Gomes, também haviam reforçado a necessidade de se avançar na implementação do PNE.

Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em artigo publicado logo após o anúncio oficial da escolha, afirmou que, entre as habilidades e competências desejáveis para o novo ministro estão a “análise da conjuntura política, compromisso com o ensino público […] e compreensão estratégica da importância de fortalecer o ensino fundamental e médio, e atuação que visem às políticas de implementação mais rápidas do PNE e da aplicação dos 10% do PIB para a Educação”.

A reitora ainda escreveu que tal fortalecimento é fundamental para garantir uma das metas do PNE, que tem como objetivo ocupar 40% das vagas do total de vagas do ensino superior para o setor público. “Atualmente, temos 32% das vagas de ensino superior em instituições públicas.”, concluiu.

Renato Janine Ribeiro tomará posse no dia 6 de abril. Afirmou que somente atenderá a jornalistas após essa data. Até lá, prometeu estudar. “Tomarei posse no dia 6 de abril e depois disso terei o prazer, e cumprirei o dever, de dar todas as entrevistas que forem necessárias. Só peço compreensão para a necessidade de estudar os dossiês antes de entrar em detalhes sobre eles. Afinal, como pode alguém ir para a Educação se não começar estudando?”, declarou.

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