publicado dia 10/03/2016

Cortes ameaçam programa símbolo de educação integral em Belo Horizonte

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Um dos programas de educação integral mais consolidados do país corre o risco de ser desmontado. Segundo o vereador Arnaldo Godoy (PT), a prefeitura de Belo Horizonte vai cortar 20 mil vagas no programa Escola Integrada reduzindo o número total de estudantes de 63 mil em 2015 para 43 mil ao final desse ano.

Segundo Godoy, a prefeitura, além de cortar vagas, está fechando outras partes importantes do programa. O número de agentes culturais deve ser reduzido, haverá demissões de professores e até mesmo o corte no aluguel de algumas casas que eram utilizadas para realização de oficinas.

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O parlamentar lamenta a decisão e diz que cortar recursos de um programa tão importante é triste. Para ele a decisão representará a demissão de muitos profissionais e reduzirá drasticamente o acesso de milhares de crianças e uma educação pública, gratuita e de qualidade.

“Esse corte é inaceitável. O Escola Integrada é um projeto que garante a milhares de jovens pobres o acesso educacional de qualidade que os mais ricos sempre tiveram. Educação e saúde são investimentos e não gastos e como tais não deveriam ser cortados. Lamentável essa decisão”, afirmou Godoy.

Infrequentes

Uma das justificativas da prefeitura de Belo Horizonte para realizar os cortes é que existem muitos alunos infrequentes que são aqueles que faltam mais de 2 vezes na semana. Esses serão os primeiros a perderem suas vagas nas escolas que fazem parte do Escola Integrada.

Para a diretora da Associação Cidade Escola Aprendiz, Natacha Costa, é injustificável usar essa lógica para tirar as crianças do programa. “Aos infrequentes devem ser endereçadas as estratégias adequadas e não simplesmente a exclusão”, afirmou.

Para ela, se existe um grau tão grande de crianças com frequência irregular é preciso fazer ajustes ao programa e não simplesmente cortar as vagas, o que considera uma medida irresponsável. “Possivelmente eles querem realizar cortes no orçamento. O que me surpreende é no lugar responsabilizarem publicamente as crianças sem qualquer constrangimento”, conclui.

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