publicado dia 28/10/2013

“Além de ser motivador para os alunos, o esporte trabalha a socialização dos conhecimentos”

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A educação integral compreende o indivíduo em sua integralidade, considerando-o como um sujeito complexo, com múltiplas dimensões. E isso, para a escola e para a sociedade, quer dizer ofertar atividades que estimulem as pessoas do ponto de vista cognitivo, emocional, motor e psíquico. Para saber mais como o esporte pode ser trabalhado a partir dessa perspectiva, o Centro de Referências entrevistou Claudia Bernardo, coordenadora geral de Integração de Políticas Intersetoriais Do Ministério do Esporte. Confira!

Centro de Referências em Educação Integral: Como você avalia o papel do esporte na formação e desenvolvimento da criança e do adolescente? E quais são as competências e habilidades desenvolvidas por meio do esporte?

Claudia Bernardo: O esporte é essencial para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. Nosso corpo é feito por movimento. Nós vivemos em movimento. Integrado à educação, o esporte colabora com todo o desenvolvimento de capacidades motoras e físicas das crianças, possibilita a integração das relações sociais e promove estímulo cognitivo-afetivo. A partir da prática esportiva, é possível desenvolver habilidades como esforço, apoio ao próximo, disciplina e respeito às diferenças.

CR: Como você avalia a inclusão do esporte na grade curricular das escolas? Acredita em algum outro tipo de perspectiva?

CB: Acho fundamental que o esporte esteja previsto na estrutura curricular e que seja trabalhado de maneira integrada ao projeto político pedagógico das escolas. Além de ser motivador para os alunos, o esporte tem uma vertente social que mobiliza e trabalha a socialização dos conhecimentos.

CR: Qual é a relação do programa Segundo Tempo com o Mais Educação?

CB: O objetivo do Segundo Tempo é democratizar o acesso ao esporte e oferecer a possibilidade ao aluno de conhecer as diversas modalidades, sem a necessidade de uma especialização. A ideia é que a partir do contato com múltiplas possibilidades esportivas, o aluno identifique aquela que mais dialoga com o seu perfil e a partir de então possa se desenvolver. A ideia junto ao Ministério da Educação (MEC) é a de oferecermos a proposta pedagógica do Segundo Tempo na perspectiva do esporte educacional em composição com a educação integral, somando ao projeto pedagógico da escola.

O programa Esporte na Escola – nova nomenclatura dada ao programa Segundo Tempo pelo Mais Educação -, não tem a pretensão de substituir a educação física, são perspectivas diferentes. Acho que abordar o esporte dentro da Educação Integral é uma maneira de melhorar a interdisciplinaridade e promover o trabalho com outras áreas. Hoje, ainda vemos dificuldades nessa integração e o esporte, embora essencial, ainda é abordado de maneira isolada, como uma disciplina que não se integra às demais. Esse sincronismo pode trazer muitos frutos à edução dos alunos, trabalhando conteúdos de outros campos associados à discussão do esporte, dos jogos, da saúde e bem estar, etc.

CR: Quais são as estratégias do Ministério do Esporte para promover a cultura do esporte como atividade educacional?

CB: Essa parceria com o MEC nasceu em 2010. Na época, fizemos um piloto atendendo 1.050 escolas. Agora em 2013 já são 25 mil unidades. Para 2014 temos a pretensão de expandir o atendimento para as 60 mil escolas do Mais Educação. Se isso acontecer, estaremos em contato com mais de 9 milhões de alunos. Isso dialoga com a ideia de inserirmos efetivamente a discussão do esporte à educação.

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